sábado, 8 de março de 2014

capitulo 5




A academia e o mercado não eram longe da minha casa. Pegamos um carrinho de compras, ele não havia falado mais uma palavra sequer.
— Demi, você prefere panquecas ou um estrogonofe? — não estava acreditando, era sonho?
— Panquecas — ele riu. — O que foi? Era para ter escolhido estrogonofe?
— Não. Claro que não. Também escolheria panquecas.
Compramos os ingredientes, tinha dinheiro suficiente para pagar a conta, mas ele teve um ataque de cavalheirismo e me impediu de pagar. Menos mal porque eu não teria mais nada até terça, quando meu pai chegaria de viagem. Caminhamos algumas quadras. Ao chegarmos à minha casa, graças a Deus, estava tudo no lugar. Ele levou as sacolas para a cozinha, abriu a geladeira e os armários, achei que estava procurando as panelas.......
— Jesus, Demi ! O que você come? — tive que rir disso, a Sel sempre falava a mesma coisa. Que preocupação era essa?
— Comida.
— Comida? Não tem salada nem nada saudável. Seu pai não se preocupa com a sua saúde? — hum, pegou no ponto fraco.
— Provavelmente não.
— Bom ele deixa dinheiro, não deixa?
— Sim — meu pai me dava R$ 30,00 por semana. No final do mês ele pagava todas as contas, mas hoje em dia trinta reais não dão para muita coisa em um mercado.
— Então use o dinheiro melhor, compre coisas saudáveis. Não entendo por que ele te deixa tão sozinha — primeiro foi o Nick, agora Joe questionando a ausência do meu pai. Ele fechou os olhos e fez que não com a cabeça, como se tentasse se acalmar ou afastar ideias ruins. — Bem, vamos preparar um jantar descente para você — olhei no relógio ainda eram seis e meia, estava muito cedo para comer.
— Está muito cedo, Joe, nunca como nesse horário.
— É que hoje não posso... Vou embora cedo.
— Aham — claro, com certeza ia correr atrás da loira monga.
Ele lavou as mãos e pegou o liquidificador. Eu não sabia exatamente o que fazer, sabia cozinhar, mas sempre detestei. Prendi meu cabelo, fui para perto dele ajudá-lo ou ao menos tentar.
— Já disse que gosto do seu cabelo solto — ele me puxou para perto de si e tirou meu elástico do cabelo. Minha sala era dividida por uma bancada da cozinha, ele me encostou nessa bancada, mexeu no meu cabelo, beijou meu rosto e voltou à culinária. — Hoje você só vai olhar.
— Quero ajudar — falei quase ofegando, ele tinha uns ataques deliciosos de vez em quando.
— Já disse que não — até parece que iria obedecê-lo na minha própria casa. Voltei em direção ao balcão onde estavam os condimentos, ele me puxou até a parede, colando minhas costas nela. — Por que você é tão teimosa?
— Por que você é tão estranho e enigmático?
— Essa sua boca é um pecado. Ninguém deveria ter uma boca tão linda assim.
— Joe, você está perdendo o foco da conversa — ele riu.
— Te garanto que não. Estou bem focado.
— E onde está esse seu foco? — disse já me derretendo toda, ele estava passando seus lábios nos meus bem de leve....
— Aqui — assim que disse isso ele me beijou novamente. No meio do beijo ele mudou de lugar, agora ele estava de costas na parede e eu estava na sua frente, bem colada em seu peito sarado; ele não é do tipo bombado, mas era bem definidinho. Estava gostando muito desse “foco” dele. Terminamos o beijo e ele voltou a cozinhar, resolvi não insistir, sentei em uma banqueta alta que tínhamos na frente da bancada.
— Bem... — íamos ter que conversar sobre algo. — Você mora com seus pais?
— Não — ele só respondeu isso com uma cara séria.
— Com quem você mora então?
— E sua mãe morreu do quê? — agora ele tinha pegado pesado.
— No parto. Você não me respondeu.
— Não é culpa sua.
— O quê?
— Ela ter morrido no parto. Não foi culpa sua — por essa eu não esperava, nunca tinha ouvido isso de ninguém. Meu pai nunca disse que eu era a culpada, mas também nunca disse que não. A Sel nunca tocou no assunto, muito menos a família dela. Foi um alívio ouvir aquilo. Queria acreditar, de verdade, mas por que não conseguia?! Depois de minutos de silêncio resolvi mudar de assunto.
— Onde aprendeu a cozinhar?
— Com uns amigos — ele me olhou. — Como sua mãe era?
— Fisicamente? — ele fez que sim com a cabeça. — Não sei, meu pai não tem nenhuma foto dela. Ele disse que não precisaria de fotos, que tinha a mim. “Você é tão parecida com a sua mãe que chega a doer” Tentei imitar a voz do meu pai dizendo isso.
— Nossa. Então, ela era linda! — fiquei vermelha na hora, senti minhas bochechas quentes. Ele estava me elogiando ou era impressão minha?! — Você nunca se perguntou onde estão seus avós, tios, alguém?
— Meu pai disse que não temos parentes, meus avós faleceram também e tanto ele quanto a minha mãe não tinham irmãos.
— Como ela se chamava?
— Isso é importante?
— É — acho que não esperava por essa resposta, nunca me perguntavam o nome dela.
— Dianna .
— Você costuma visitá-la?
— Não. Onde eu iria visitá-la? No cemitério? Isso não tem sentido — estava começando a ficar muito brava. — E além do mais, ela foi enterrada em outra cidade, nós não morávamos aqui antes.
Antes dele dizer qualquer coisa, meu telefone tocou. Salva pelo gongo, corri para atendê-lo. O telefone ficava ao lado do sofá....
— Demi! Demi! Onde você se meteu, menina? Estou tentando te ligar há horas — ela estava ofegando, achei que teria uma síncope. Devia ter ligado para todos que ela acha que me conheciam e fez isso andando de um lado para o outro, certeza.
— Hey, calma. Fui a uma aula de artes marciais, depois ao mercado e por isso não estava em casa.
— O que você foi fazer em uma aula de artes marciais? — conseguia imaginar a cara dela.
— Sei lá, Sel, não tinha nada para fazer e achei que de repente fosse legal aprender alguma coisa assim.
— Hum, tá. Tem muitos homens por lá? — ah, não. Joe estava parado encostado na parede da cozinha, parecia que ele podia ouvir tudo, pois estava me olhando com uma cara ao melhor estilo de “e aí o que você vai dizer a ela?”.
— Ah, é, não sei, Sel. Você sabe que fico meio desligada nessas coisas — devia estar vermelho sangue.
— Não importa, não me interessa mesmo. Demi, preciso te contar uma coisa que ainda não acredito que realmente aconteceu.
— Sel, não sei, você não acha melhor deixar para quando você chegar? Estou bem cansada...
— O Nick está aqui.
Joe me olhava com cara de preocupação, a mão dele estava segurando o queixo e ele parecia querer saber tanto quanto eu o que o Nicholas estava fazendo na praia com a Sel. Ele teria ouvido de tão longe o que conversávamos?!
— Como é que é, amiga?
— Ai, Demi, eu sei que talvez esteja ficando louca, mas acho que o vi. Estava deitada na rede que tem na frente da minha casa, ouvindo meu iPod, quase dormindo, esperando para ir para a praia quando vi uma pessoa parada atrás de um muro em frente à minha casa. Olhei de relance, mas então olhei de novo e ele estava lá me olhando. Cocei os olhos porque achei que tivesse visto coisa e quando olhei não tinha mais ninguém. Pulei da rede e corri até o portão quando vi um menino muito parecido entrando na pousada aqui na minha rua. Acho que é ele, amiga.
— Sel, você não tem certeza de nada, não fique pirando o cabeção.
— Demi, acho que estou gostando do Nick. Tenho pensado muito nele, sabia?!
— Quando você voltar, conversamos melhor, certo?
— Tudo bem... A lua está linda aqui, o céu também. Vou dar uma caminhada na praia. Preciso espairecer Aquela ideia me deixava bem pouco animada. Se tinha uma mistura que não combinava é Sel sozinha, apaixonada, tendo ilusões em uma praia à noite.
— Amiga, não gosto da ideia de você perambulando em uma praia à noite, sozinha — Joe já me olhava com um sorrisinho reprimido nos lábios, mas ainda tinha um olhar de preocupação.
— Fique tranquila, logo estou voltando e conversamos mais. Beijos.
Desliguei o telefone, odiava quando isso acontecia, mas ela conseguia me deixar com uma ruguinha de preocupação. Olhei para a cozinha e meus problemas pareceram sumir. Joe estava ali parado me esperando para cozinhar para mim. Inacreditável.
— Você vai ficar aí? Podia ao menos me fazer companhia enquanto cozinho seu jantar.
— Ok, era a Sel — ele me olhou questionando. — No telefone.
— Percebi. Vocês se conhecem há um bom tempo, não? — ele dizia enquanto se virava e batia os ovos, a farinha, o leite e o óleo no liquidificador.
— Sim, de infância. Quer dizer, assim que me mudei para cá. Nós estamos na mesma classe desde então — disse indo para a cozinha.
— Você gosta dela? Ela parece meio impulsiva demais.
— Ela é como se fosse da minha família, já me acostumei com seu jeito, mas admito que levou um tempo.
— Você pode continuar batendo enquanto preparo o recheio?
— Claro! Achei que você não me deixaria ajudar.
— Mudei de ideia, faço isso às vezes.
— Sempre.
— Como?
— Nada, pensei alto — dei um sorriso e ele também, reparei que Joe quase nunca sorria, então esse momento virou um dos meus preferidos. Abri a tampa do liquidificador, estava em êxtase. Ele estava ali todo preocupado comigo, cozinhando para mim. Nem me dei conta que não havia recolocado a maldita tampa quando apertei aquele botão, bastou menos de cinco segundos para eu estar coberta de farinha, ovos e óleo........
— Oh, meu Deus! — ainda consegui pronunciar.
— Ah, Demi... Será possível que você não consegue lidar com um liquidificador? Deixe isso comigo e vá se limpar....
— Ok... Ao menos me deixe limpar o chão — começamos a rir, ele era todo prático, parecia até que a cozinha era dele e não minha. Quando acabei o chão ele já estava fazendo as panquecas na frigideira e o recheio estava pronto, não conseguíamos falar nada que já começávamos a rir. Meu cabelo já estava duro, teria que tomar um banho.
— Joe, desculpe não te fazer companhia, mas preciso de um chuveiro imediatamente.
— Tudo bem, logo o cheiro de ovo vai começar a apagar o de Demi. Eu termino aqui.
— Desculpe — falei com vergonha. — Não demoro.
Subi as escadas praticamente me quebrando, Joe estava na minha cozinha, tinha me agarrado e estava terminando as mais deliciosas panquecas que comeria na minha vida e eu tendo que tomar um banho porque estava fedendo a ovos. Era o fim, mas ao menos estaria cheirosinha. Ainda me pegava pensando se aquilo era real. Tudo isso me assustava um pouco também, nunca tinha vivido nada parecido, já nem lembrava com tanta frequência do dia do bosque e como ele era assustador com os olhos brancos... Aqueles olhos.
Balancei a cabeça afastando aquela lembrança, talvez tivesse sido só minha imaginação por achar ele tão estranho. Acabei meu banho e me sequei, abri a porta do banheiro enrolada na toalha e enquanto pensava em que roupa colocaria não pude acreditar no que vi.
— Joe ?! Que diabos você está fazendo nesse computador? — ele estava sentado em frente ao meu computador, percebi que a caixa de bate-papo do meu FACE estava aberta. — Você está fuçando nas minhas coisas?
Ele se virou lentamente para mim com uma cara de deboche... Que mudou completamente ao me ver. Ele agora me olhava da cabeça aos pés, como se eu fosse uma daquelas estátuas gregas que as pessoas ficam apreciando.
— Ah, assim você realmente vai me deixar louco — ele dizia meio de canto com a boca. Depois jogou a cabeça para trás como quem buscasse controle, foi exatamente quando me dei conta que estava com um garoto no meu quarto, praticamente nua, com os cabelos pingando.
— Joe, saia daqui! — gritei, mesmo que involuntariamente, apontando com o dedo na direção da porta. Ele se aproximou de mim e falou quase em meu ouvido:
— Só vou sair porque tenho certeza absoluta que em poucos segundos vou perder o controle — ele dizia bem baixinho e devagar, quase ofegando. — E posso não responder pelas minhas atitudes.
Meu dedo apontado para a porta tremia. Algo em mim até queria que ele perdesse o controle, algo em mim estava prestes a perder o controle. Respirei, inspirei e me concentrei.
Ele saiu e fechou a porta. Por garantia, passei a chave. Sentei na cama, cansada, como que tivesse passado por uma batalha, uma contra mim mesma, diga-se de passagem. Mal havia dado meu primeiro beijo e estava prestes a perder o controle com um garoto que mal conhecia e que tinha namorada. Coloquei a roupa mais lentamente do que o costume, abri a porta e o cheiro estava delicioso. Na cozinha a mesa estava apenas com um prato, as panquecas ali no meio da mesa. Havia duas velas acesas nas extremidades dela e no centro, ao lado das panquecas, um pequeno vasinho, que há muito tempo estava vazio na sala, com flores, que pareciam recém-colhidas do quintal.
Entrei na cozinha esperando que ele estivesse em algum lugar, senti um vento vindo da sala. Fui verificar e a porta estava entreaberta.
— Joe ? — chamei antes de chegar à porta. — Joe, você está aí? — nada. Saí na varanda e ele não estava em lugar nenhum. — Joe ? Não gosto desse tipo de brincadeiras — falei um pouco mais alto que o normal.
Silêncio. Nem os grilos queriam me responder. Fechei a porta e olhei aquelas panquecas na cozinha. Ele havia ido embora e me deixado ali com as panquecas; e eu havia perdido a fome. Apaguei as velas e me sentei à mesa por um instante. Provavelmente havia chegado a hora de se encontrar com a Taylor ou talvez ele tivesse ficado bravo comigo por tocá-lo do meu quarto. Não queria chegar à conclusão nenhuma. Fui para a cama e percebi que ele não fechou o que estava vendo em meu computador — era a minha conversa com a Sel no dia anterior ao shopping, no dia em que fugi dele do bosque. Estava bem na parte onde a Sel havia perguntado do Joe e do bilhete e eu tinha dito que ele me dava raiva, e que não queria saber dele, pois ele era comprometido. Em seguida marcamos de ir ao shopping.
Talvez ele tivesse ficado com raiva por eu ter dito aquilo a Sel, mas enfim, era a realidade naquele momento. Não havia sequer passado uma semana e já havia mudado muita coisa. Resolvi dormir.
O domingo passou sem muitos acontecimentos. Comi a panqueca requentada e estava realmente deliciosa, Joe cozinhava muito bem. Pensei em ir ao bosque onde talvez ele aparecesse, mas estava frio e começava a chuviscar, então rapidamente desisti da ideia. Dei uma geral na casa que já estava limpa e resolvi estudar para a semana de provas. Quase dormi em cima dos cadernos. Os deixei de lado e resolvi tomar um banho. Meu pai havia ligado perguntando se estava tudo sobre controle. Às vezes ele me irritava com isso; se ele se importava tanto, por que nunca estava em casa? Como se não soubesse que eu conseguia me virar bem sozinha e até era bem responsável. Fui dormir extremamente cedo. Acordei de súbito. Minha campainha tocando às onze da noite era uma grande novidade para mim; já estava dormindo e sabia que não podia ser meu pai. Até fiquei com um pouco de medo, porque morava sozinha e não é uma coisa comum receber visitas às onze da noite, quando a casa está apagada e silenciosa.Desci os degraus na ponta dos pés e olhei pelo olho mágico para ver quem era a figura que estava na minha porta. Não podia acreditar, abri a porta mais rápido que o imaginável.
— Sel, sua doida! O que você está fazendo aqui a essa hora? O que aconteceu? — ela estava com uma bolsinha, a mochila da escola e um travesseiro.
— Ora, Demi ! Já que o seu telefone de casa deve estar deprimido com uma dona tão relapsa que não o atende, resolvi vir mimir com você; ou você realmente acha que eu aguentaria simplesmente fechar os olhos e dormir quando tenho muitas coisas para te contar?! — esqueci que tinha tirado o telefone do gancho.
Ela já tinha entrado, fechado a porta e estava subindo para meu quarto com um ar que indicava que a noite ia ser longa. Fui atrás dela como se fosse para a forca, não me sentia confortável em ter acontecido tanta coisa na minha vida e não poder partilhar nada com ela. A Sel estava jogada nos pés da minha cama, já no lugar que passaria uma boa parte da noite.
— E aí como foi a praia? — perguntei quase que por educação, enquanto arrumava o colchão no espaço mínimo para ela.
— Demi... Preciso te contar algumas coisas — se não conhecesse a Sel tão bem até diria que se tratava de uma menina muito séria, porque me olhava de uma maneira que não condizia muito com sua personalidade.
— O que houve amiga? — sentei na cama aguardando maiores informações. Ela respirou fundo e me olhou nos olhos.
— Demi, você sabe que sou meio doidinha, mas você realmente acha que posso ser maluca? — queria fazer exatamente a mesma pergunta a ela.
— Sonhei com você, sei que queria falar comigo e não acho que esteja ficando maluca.
— Ok. Lembra aquele dia que fui caminhar na praia? — fiz que sim com a cabeça. — Então, caminhei até as pedras e resolvi parar naquela que se estende para dentro do mar. Fiquei sentada lá em cima pensando na vida, olhando a lua iluminando o mar e foi aí que apareceu uma sombra atrás de mim, que gelou até a minha décima quinta geração — sentia a minha espinha gelando só de imaginar a cena.
— Eu disse para você não sair sozinha — se fosse os pais dela, ela estaria bem encrencada agora.
— Eu sei, mas resolvi ir. Fiquei com medo de olhar para trás, vi que a sombra estava mais perto de mim e levantei rapidão, mas dei um solavanco para trás sem querer e escorreguei. Sorte que ele estava perto e me segurou, porque eu ia despencar de lá. Era o Nick — minha boca foi parar embaixo da minha cama. — Ele me segurou pela cintura, amiga, e me puxou para longe da beirada. Daí ele perguntou se eu estava bem e eu disse que sim. Começamos a dar risada. Achei que ele ia me beijar, mas ele me soltou e disse que a noite estava linda; concordei e resolvemos sentar para conversar um pouquinho.
— Amiga! Você ficou com o Nick ?!
— Não, Demi... Infelizmente, não. Ficamos conversando sobre a noite, sobre a praia, sobre aquele dia no shopping... — ficamos nos olhando constrangidas ainda por aquilo. — Ele me  falou que tiro ele do sério, me deu a maior lição de moral e falou que eu não devia ficar fazendo isso,ficar provocando. Disse que chamamos muita atenção e que alguém pode querer se aproveitar disso. Me disse que quando ele me viu fazendo caras e bocas para o tal David, ele queria poder me dar uma surra e sumir com o menino. Ainnn, amiga, aí perguntei por que e ele disse que alguma coisa em mim atraía muito a atenção dele, mas ele não sabia como lidar com isso. Claro que quis saber por que, né, mas ele me disse que era complicado  Complicado. Ele também era complicado. Isso já era quase uma regra entre amigos.
 — Não entendo por que não me beijou. Ele claramente disse que sentia ciúmes de mim, mas daí ele levantou e sentou de novo, só que virado de frente para o lado que eu estava de costas e me abraçou meio de ladinho. Ficou lá respirando no meu pescoço, sem dizer nada e sem afrouxar os braços, abraçado comigo. Disse que ainda vou deixá-lo louco e que queria ser o suficiente para mim.
— Sério que ele te disse isso? Que lindo, amiga! — quem me dera se com o Joe fosse assim. O menino estava parecendo um príncipe encantado.
— Pois é, aí ele me levantou e fomos abraçados até a minha casa. Ele me deu um beijo na testa e foi quando aconteceu uma coisa muito estranha.
— Estranha?
— É... E é por isso que você pode me achar louca — ela respirou fundo antes de começar. — Lembro de ter ficado em êxtase, tão feliz que parecia que meu peito iria explodir e acabou. Não me lembro de mais nada, não lembro de como ele foi embora, não lembro de como entrei no quarto e fui dormir. Nada .
 Ela abaixou a cabeça, podia ver que ela estava se sentindo patética ao me contar aquilo. Eu já tinha passado por isso, mas lembrava de ter visto algo mais, como os olhos brancos de Joe e o beijo.
— Sel, sei que você não é louca, amiga, você pode ter ficado sei lá, meio que em transe? Não se lembra de nadinha? — não podia contar nada a ela, não era corajosa como a Sel.
— Não sei, amiga... Não sei de mais nada. Só sei que nunca gostei tanto assim de alguém como estou gostando dele. Sei que ele é estranho, mas naquela pedra, no escuro à luz da lua, com as ondas batendo e ele abraçado comigo... Queria que não acabasse, amiga — conseguia compreender, também havia sentido a mesma coisa no mesmo final de semana.
— Bem, amiga, não fique achando que está doida, não. Outra hora tentamos entender, fique susse.
— É, talvez. E você, viu o Joe ? — como queria poder contar para ela tudo o que já tinha acontecido e tudo o que sentia. Não conseguiria esconder tudo por muito mais tempo.
— Vi sim. Ele é meu professor de artes marciais.
— Capaz! Como assim, amiga?
— Nem acreditei, quando cheguei para a aula olhei para o professor e era Joe. E tem mais, o Sterling do shopping é aluno dele, junto com o David.
— Que babado, amiga. Coitado do menino, apanhou feio. E como o foi a aula?
— Ele explicou defesa pessoal. Foi bem legal, conheci uma menina chamada Miley, da nossa sala, ela praticou comigo. Depois no vestiário convidou todos para uma festa no próximo final de semana na casa dela. Acho que é algo como Festa Black, onde tem que ir de preto, será em uma chácara.
— Sério?! Oh, meu Deus! Temos uma festinha, amiga. Precisamos de shopping urgente. Tenho que comprar vestidos novos. Mas por que preto? Precisa ser preto? Tudo bem, preto emagrece... — ela parecia ter esquecido o nosso assunto, estava de pé, andando em cima do colchão no chão de um lado para o outro. Melhor assim, eu precisava me policiar muito para não contar nada para ela.
— Sel, amanhã discutimos isso. Vamos dormir que temos aula cedo.
— Só você mesmo para querer dormir com tantos detalhes para pensar, mas tudo bem temos cinco dias para pensar em algo que ponha as Glitters no chinelo. Aliás, será que a dupla dinâmica vai?
— Dupla dinâmica?
— Sim, os dois caras mais lindos e esquisitos da nossa escola, o Nick e o Joe — eu ri.
— Dupla dinâmica é boa, amiga! Só você mesmo. Não sei, mas pode ser, porque a Miley convidou todo mundo.... - Pensando bem também queria uma resposta para isso, será que Joe iria?
...Apagamos a luz para dormir. Claro que meu sono demorou a vir, mas demoraria muito mais se ficasse conversando com a Sel. Precisava conversar com o Nick, se ele tinha o direito de vir me pedir para me afastar do Joe, também precisava pedir alguma explicação sobre a Sel. Amigos defendem amigos. Eles eram complicados e nós duas estávamos prestes a ficar loucas...........

..........continua..............

OI GALERA ...MAIS UM CAPITULO PARA VOCÊS ....
POSTEI PQ JÁ RECEBI MUITOS COMENTÁRIOS DE MORTE ..KKKK ENTÃO TENHO QUE POSTAR OS CAPITULOS RAPIDINHO ...KKKK NÉ ..MENINAS  PQ NÃO QUERO QUE NINGUÉM MORRA KKK SE NÃO QUEM VAI COMENTAR ?? KKK TO BRINCANDO ..!!
AMO OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS ...É SINAL DE QUE VOCÊS ESTÃO GOSTANDO ....
OK  ... MAS O QUE TEM DE ERRADO COM ESSES GAROTOS ?? PRIMEIRO O JOE DEIXANDO A DEMI LOUCA E AGORA O NICK DEIXANDO A SEL LOUCA ...MEU DEUS ....EU SÓ FALO UMA COISA : SE ELES QUISEREM ME DEIXAR LOUCA TAMBÉM,EU ACEITO COM CERTEZA !!! KKK NÉ ...QUEM CONCORDA ????
ENTÃO POR HOJE É SÓ AMORECOS.....COMENTEM BASTANTE ...AMANHÃ TEM MAIS !!
BEIJOSSSS


9 comentários:

  1. To amandooooo apesar de já ter lido o livro rsrs....To amando que você recriou agora na versão Jemi...esta perfeitooooooo...posta logoooooooooooooo

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  2. Podem me enlouquecer também nem ligo. E você esta me enlouquecendo com esse mistério todo. Essa história tá perfeita. Eles são bruxos tipo Harry Potter não é? Cara pq se não são, são o que?
    Moooorri
    Beijos , Fabíola Barboza

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  3. Estou enlouquecendo, simplesmente em êxtase....posta logo, ta perfeito demais, quero mais , necessito disso...o que eles são? aí meu Deus

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  4. Ta perfeito!!!! Qual é o livroo???

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  5. Tipo isso u.u
    Concordo com você u.u joe e nick <3 <3 <3 <3 <3
    Super ansiosa para saber mais....
    Posta logooo
    Beijos

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  6. Esse cap está perfeito viu !!! Amei!!! Eatou enlouquecida pra saber quem são o Joe e o Nick de verdade rsrs
    Posta mais, please!
    Bju!!

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  7. Chegueeeei nessa parada
    muié que capitulo foi esse :o
    Nelena <3
    Nick doidao mas ok :D
    posta logo e ja que vc nao quer ver ninguem morto, posta logo
    obg dnd :)
    Beijooos
    by: Maria Carolina

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. o Joe é mt louco cara e o Nick tbm. pq ele sumiu no dia da casa da Demi? pq elas n conseguem lembrar das paradas? e ql é a da Miley ? olha eu n posso odiar a minha diva pelo amor de Deus

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