terça-feira, 25 de março de 2014

capitulo 18 maratona 7/10




Por que estávamos brigando, afinal? Aquela hostilidade toda, depois de tudo o que passamos juntos, era muito injusto e no fundo muito inevitável também.
— Amanhã ligo para saber como você está — disse ele.
— Não, quero ficar sozinha — disse sem o encarar.
— Não vai, seu pai deve estar chegando.
— Você está fugindo.
— Não. Estou cansado, preciso ir para casa.
— Cansei das suas mentiras, Joe — ele me olhava com indiferença. — O que aconteceu lá, com Michael?
— Não sei.
— Pare de mentir para mim!
— Não estou mentindo, Demetria. Eu não sei — lá estava ele mexendo em seu cabelo, coisa que o entregava quando estava nervoso.
— Então, por que parece que está me escondendo algo?
— Porque você tem imaginação fértil, talvez? — esse cinismo de Joe, às vezes, deixava de ser sexy e virava muito irritante.
Não sei se foi o stress, o cansaço, a mudança na minha vida, as novas informações ou o medo imposto por Michael. Seja qual for o motivo, meu corpo entrava em colapso, ouvia a chaleira chiar ao fundo, anunciando que a água havia fervido, mas não conseguia me mexer. Saí de perto do fogão com muita dificuldade, não queria cair em cima dele quente e eu ia cair, isso era um fato que ficou comprovado logo depois.
— Demi ! Você consegue me ouvir? — tentei responder, mas não encontrava minha voz, nem sabia ao certo o que estava sentindo. — Vou te levar ao médico — não sei se logo em seguida ou se demorou alguns minutos, mas meu pai entrou em casa e deu de cara com aquela cena, sua filha caída no chão, tendo espasmos, com um rapaz em cima dela.
— O que está acontecendo aqui? — nunca ouvi meu pai usar este tom de voz. Conseguia ouvir tudo à minha volta, mas me sentia presa dentro do meu corpo. Senti algumas sensações iguais às que aconteceram quando Michael morreu, meus músculos estavam virando pedra, meus olhos pareciam que iam explodir.
— Senhor, precisamos levá-la ao hospital — Joe parecia realmente nervoso.
— O que aconteceu com ela? O que você fez? — não conseguia ver o rosto do meu pai, mas seu tom de voz era novo para mim, medo, talvez?
— Senhor, não há tempo, ela precisa de cuidados médicos já.
— Saia de perto da minha filha! — queria ajudar Joe, defendê-lo daquele ser estranho que depois de 16 anos ousava se preocupar, mas não era capaz nem de me ajudar naquele momento.
— Não vou deixá-la assim — eu ainda estava estirada no chão da cozinha, Joe estava ao meu lado e meu pai em pé, parado próximo a nós.
— Saia da minha casa! — meu pai devia estar muito abalado com a cena para fazer o que fez. Ele foi para perto de Joe e saiu o arrastando pelo chão. Joe conseguiu levantar e tirar as mãos do meu pai de sua camisa.
— Não vou a lugar algum, com ela desse jeito, nem tente me impedir — meu pai partiu para cima dele com o punho fechado, Joe desviou a maioria das suas tentativas. Ele era muito bom em luta, mas nós dois descobrimos que meu pai também era....Meu pai acertou Joe algumas vezes, fazendo o lábio dele sangrar. Se pudesse me levantar, se pudesse parar aquilo... Incrivelmente Joe não revidou nenhum soco, só se protegeu. Isso não condizia muito com a sua personalidade, mas sabia que ele não estava fazendo aquilo pelo meu pai, estava fazendo aquilo por respeito a mim.
— Saia da minha casa e não volte mais aqui ou vou levá-la para longe. Tão longe que você nunca mais vai encontrá-la — meu pai disse se afastando dele. Joe agora andava de um lado para o outro com as mãos atrás da cabeça.
— Não... Nem pense em fazer algo do gênero, não vou deixar isso acontecer.
— Sou o pai dela. Faço o que bem entender. Agora saia daqui ou você nunca mais vai vê-la.
— Eu vou, mas não faça isso... Só não... Isso não — Joe saiu de casa, praticamente levando a porta junto.
Isso só fez piorar meu estado e meu emocional estava um caco. Meu pai me pegou nos braços assim que chamou uma ambulância. Estava com tanta raiva dele, só queria que ele fosse embora, para sempre.
Não me lembro de entrar na ambulância, nem de chegar ao hospital, estava começando a pegar trauma daquele lugar. Devo ter acordado horas depois ou talvez fossem minutos. Escutei a voz exaltada do meu pai:
— Não acredito que você veio até aqui. Você é inacreditável.
— Senhor, precisava saber como ela está. Não teria paz.
— Com você por perto, sou eu que não tenho paz.
— Como ela está? — Joe perguntou, com uma voz tão deprimente que me deu vontade de chorar.
— Você não desiste mesmo? — meu pai suspirou como se a única forma de fazer Joe ir embora fosse ceder. — Ela está estável, mas não sabem o que a Demi tem. O que aconteceu, afinal?
— A amiga dela foi raptada quando estava indo para casa e creio que isso foi demais para ela — admirava a capacidade de Joe de mentir contando meias verdades.
— A Sel foi raptada?
— Sim, mas Nick a encontrou.
— Quem diabos é Nick ? — imaginei a cara de espanto do meu pai.
— O namorado dela. O que estava na festa de aniversário da Demi.
— Ah, sim, claro.
— A Sel já está em casa.
— Meu Deus. Preciso ligar para os Gomez — meu pai deve ter se afastado para ligar, porque Joe entrou no quarto.
— Oi — dentre todos os nossos cumprimentos aquele foi o pior.
— Oi — queria dizer muitas coisas e ao mesmo tempo não dizer absolutamente nada.
— Como você está?
— Zonza por causa dos remédios, cansada por causa dos acontecimentos, com medo pela possibilidade de você ir embora.
— Não vou a lugar algum. A menos que você peça. Você quer que eu vá embora? — seus olhos sustentavam os meus, com Joe era sempre assim, na lata.
— Não. Talvez. Não sei — ele se aproximou e segurou minha mão. — Você realmente matou a namorada do Michael?
— Sim.
— Meu Deus — soltei minha mão da dele. Meus medos se tornaram verdadeiros. Joe matava pessoas, beijava pessoas e eu havia matado um homem.
— Demi, eu quero mudar, mas preciso de você para isso.
— Foi de propósito?
— O quê?
— Você a matou de propósito?
— Não. Ela não — como ele conseguia ser tão frio?
— Como assim ela não?
— Matei outras de propósito — entrei em choque. — Estava perdido, não dava valor a nada, mas isso foi antes.
— Antes do quê?
— De conhecer você.
— Joe. Você me conhece só há alguns meses, não creio que...
— Que o quê? Você não acredita que mudei?
— Não é isso... Não sei... Você matou pessoas de propósito.
— Esse não é mais quem quero ser.
— E quem você quer ser?
— Não sei. Talvez alguém normal, que estuda, trabalha e não tem metade dos problemas que tenho. Não sei quem quero ser, mas sei o que quero e o que não quero e... Não quero perdê-la.
— Joe — fechei meus olhos, estava confusa, perdida, mas acima de tudo apaixonada. — Você não vai — ele deu aquela sua risada maliciosa. — Você sempre consegue o que quer de mim.
— Tenho meus truques — fui obrigada a sorrir, meu pai entrou no quarto com o celular na mão e a boca aberta...
Aquilo não podia ser nada bom. A cara do meu pai não era das melhores. Não dava para tudo ficar bem por mais de cinco minutos?
— Qual dos dois vai me explicar por que o médico acha que estou espancando a minha filha? — droga, os chutes e socos de Michael. E agora?
— A Demi está treinando artes marciais, senhor — Joe, graças a Deus, foi rápido ao pensar nisso.
— Artes marciais? Desde quando autorizei isso?
— Desde quando você se importa? — perguntei, estava de saco cheio dele ali parado tentando desesperadamente bancar o pai que nunca foi.
— O que mais você faz pelas minhas costas, Demetria ?
— Nada! — berrei, ele estava me tirando do sério e agora vinha insinuar que eu aprontava por aí, era demais para um dia só.
— Não quero mais saber de você em aula nenhuma. Aliás, não me lembro de pagar por essas aulas..
 Agora ele queria mandar em mim? Depois de tantos anos sendo indiferente.
— Que tipo de lugar é esse que faz com que as alunas saiam da aula roxas?
— Senhor, a Demi está em um nível avançado de luta e acho que pegamos pesado demais.
— Pegamos? Você faz aula com esse garoto, Demi ? — não sabia o que dizer agora, como explicar que um adolescente de 133 anos tinha uma academia?
— A academia é da minha família, senhor.
— Não quero mais você perto da minha filha — não deu mais para ouvir aquela baboseira.
— Quem você acha que é para decidir quem fica perto de mim? Meu pai? Não. Você é o cara que me banca, pai é aquele que está sempre presente, que te dá amor, carinho, que se preocupa. Você não é... — ia dizer nada, mas não consegui dizer isso. Não estava berrando, falei tudo em tom normal. — Joe é uma das melhores coisas da minha vida, não vou ficar longe dele.
— Meu Deus — não sabia dizer se ele estava com raiva ou indignado. — Você parecia sua mãe falando agora.
— Não sou a minha mãe e está na hora de você aceitar esse fato — Joe não saiu do meu lado, nem ao menos se moveu.
Meu pai estava branco, não sabia o que estava passando pela sua cabeça, mas sabia o que passava pela minha, estava na hora da minha relação com meu pai mudar.
— Vou descer para tomar um café — não sei se ele disse isso para mim ou para si mesmo, quando pisquei ele já estava saindo do quarto.
— Di ficaria orgulhosa — disse Joe.
— Que mania é essa de chamar minha mãe de Di ?
— Acho que era como ela gostava, em todas as coisas dela havia gravado o nome Di — achei gentil de sua parte se importar com esse detalhe.
— Joe, me conte como vocês me acharam — em algum momento teríamos que falar disso, então que fosse logo.
— Bem, íamos para onde Alan falou, mas na metade do caminho Nick começou a falar sobre o dia em que foi a sua casa e que você tinha visto Michael, sem contar a festa, o dia perto da casa em ruínas, eram muitas pistas... — por isso Nicholas me disse aquele dia que esperava não saber quem era. Ele sabia que era Michael e que isso não era bom. — De alguma maneira eu soube que ele não queria a Sel, ele queria você, desde o começo. Fiz todos voltarem. Era o plano perfeito, ele sabia que deixaríamos você sozinha para ir atrás da Sel.
— Sim, mas não estávamos na casa, como nos acharam?
— Já disse que sinto sua presença. Entramos na casa e a coisas estavam reviradas. Não sei explicar, simplesmente sabia onde você estava.
— Como matei o Michael?
— Não sei.
— Virei uma caçadora? É isso o que sou? É Possível?
— Não — queria acreditar naquilo. — Os caçadores são exclusivamente homens e mesmo assim só conseguem matar um sugador depois dos 18 anos, você só tem 16.
— Então como eu... O matei?
— Não sabemos, nunca vimos nada parecido. Luke está tentando entrar em contato com outros, para ver se alguém sabe de alguma coisa. Não existem livros para se pesquisar sobre nós.
— Outros?
— Sim, existem milhares como nós espalhados pelo mundo e para cada sugador, nascem quatro caçadores.
— Por que eles caçam vocês, afinal?
— Não sei lhe dizer o porquê. Cadeia alimentar, proteção da humanidade, instinto.
— Tem tanta coisa que quero te perguntar...
— Talvez porque eu seja irresistível.
— Ham? — o que aquilo tinha a ver com a conversa? Não que fosse mentira.
— Talvez eles me cacem por que sou irresistível.
— Claro, Joe, isso faz todo o sentido — ficamos dois segundos sérios e então começamos a rir, ainda éramos capazes de entrar em um fio de felicidade em meio a tanto caos.
— Rapaz, não sei se gosto de você, mas... No momento que vi a Demetria sorrir... Não a vejo sorrir assim desde... Nunca a vi sorrir assim — agora eu sabia de quem tinha puxado a mania de não terminar frases quando estava nervosa. Meu pai estava parado na porta do quarto, olhando para nós.
— Pai — que vergonha, tinha ficado da cor de um tomate maduro. — Ligou para a casa da Sel ? — tentei desconversar, daquilo e de todo o resto.
— Liguei, estão nos esperando para jantar amanhã. Encontrei seu médico no corredor e ele vai lhe dar alta pela manhã. Vai tomar alguns remédios, mas vai ficar boa. Passaremos a receber visitas de uma psicóloga, para ver se você não sofre maus tratos. — Droga, isso não ia ser divertido — na verdade, você terá sessões com a psicóloga em casa — lancei um olhar para Joe. — Se acalme, o príncipe encantado aí vai junto no jantar amanhã e tudo bem vocês namorarem — vi Joe sorrir para o meu pai e tenho que admitir, gostava muito mais dessa cena do que daquela que presenciei em casa.
— Vou deixá-la descansar. Amanhã cedo, estarei aqui para te levar para casa — meu pai não ia gostar disso.
— Você não dirige, não é mesmo, rapaz? — sabia que ele não ia gostar.
— Não, senhor. Meu tio vem me trazer. Luke.
— Ah, sim, claro — nossa sorte era que Joe sempre tinha uma resposta para tudo.
— Até amanhã — ele se inclinou e me deu um selinho, bem de leve, mas o fato de ter sido na frente do meu pai foi o suficiente para meu sangue circular somente em minhas bochechas.
— Boa noite — era a primeira vez que dizia isso a ele, realmente agora me sentia namorando.
Meu pai dormiu em uma poltrona pouco confortável que havia no quarto. Com tantos remédios achei que fosse apagar a noite inteira, merecia uma noite de sono tranquila, mas não foi isso o que aconteceu. Aquele maldito pesadelo de novo.
Está chovendo. Acordo no meio da noite e sinto que há algo errado. Desço as escadas descalça e correndo. Saio na rua e um carro está parado lá, bem no meio, com todas as portas abertas. Me encharco inteira, mas não ligo. Corro até o carro, minha mãe está estirada lá, tem sangue por toda parte. Ela apenas diz: “Cuide da minha filha”, olho em volta e não há criança alguma.
Digo a ela: “Eu sou sua filha”. De repente ela vira um homem todo de preto que agarra meu pulso e diz “Te Achei”. Joe me tira do carro e me manda correr, olho para trás, meu pai está segurando um bebê no colo. Enquanto a chuva cai sobre os dois ele chora. Tento voltar até ele, mas Joe não deixa. Acordo.
— Demi ? — meu pai perguntou, com cara de assustado. — Achei que esse pesadelo tinha acabado —
minha vontade era dizer que há muitas coisas que ele não sabia que aconteciam comigo, mas isso geraria muitas perguntas, achei melhor não dizer nada. — Quem sabe a psicóloga consegue resolver isso.
— É, quem sabe — quem sabe ela descobre o que sou, uma cura para Joe, como livrar meu namorado de caçadores, essa mulher ia ter que ser muito boa.
— Tente dormir de novo — assenti com a cabeça, foi o que fiz, fechei meus olhos e não tive mais sonhos.
Acordei com Joe e meu pai falando no quarto. Abri os olhos e Luke me olhava, não gostei muito da sua expressão.
— Então esse é seu tio?
— Sim, senhor.
— Prazer sou Luke.  — ele apertou a mão do meu pai.
— Prazer. Joseph me disse que não seria incômodo levar a Demi até em casa, mas...
— Não é mesmo, foi para isso que viemos — disse Luke.
— Vou aproveitar e dar uma passada no trabalho.
Nos arrumamos e fomos todos no carro de Luke, que era bem menos chamativo que o de Joe. Cheguei em casa e me joguei na cama, estava meio grogue.

..................continua .........

OI GALERA ...ENTÃO ...CAPITULO BACANA NÉ ...O PAI DA DEMI E JOE ....JESUS !!! KKK
MAS NO FINAL DEU TUDO CERTO ...:))
BOM...ADIANTEI UM CAPITULO ...E O PRÓXIMO TAMBÉM VOU ADIANTAR ..POSTANDO 2 CAPITULO SEGUIDOS ...ENTÃO QUER DIZER QUE A MARATONA NÃO VAI CHEGAR A PARTE 10 ..TALVEZ VAI ATÉ A PARTE 9 EU ACHO ..UMA PARTE A MENOS ..KKKKK
JÁ QUERO LOGO COMEÇAR A NOVA FIC ....ELA TB VAI SER UM MAXIMO ..
HOJE VOU POSTAR O PRÓXIMO CAPÍTULO QUE VAI SER O PENÚLTIMO .. :((
TRISTE ...MAS QUEM SABE ESSE ANO AINDA EU POSTE A SEGUNDA TEMPORADA ...
ISSO VAI DEPENDER SE O LIVRO 2 FOR LANÇADO AINDA ESSE ANO...MAS EU TENHO QUASE CERTEZA DE QUE VAI SER ESSE ANO MSM....PORQUE ESSE LIVRO MERECE UMA CONTINUAÇÃO PORQUE ELE É MARAVILHOSO EU SOU APAIXONADA POR ESSE LIVRO E QUANDO SOUBE QUE IA TER A CONTINUAÇÃO ...FIQUEI MUITO FELIZ .*--*
ENTÃO É ISSO ...COMENTEM BASTANTE ..ATÉ DE NOITE ..BEIJOSS


8 comentários:

  1. AMEEEI!! posta mais.... Joe e Demi estão namorando *---* quer dizer, ainda falta o pedido oficial!! <3

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  2. Eu nao acredito que já tá acabando
    Eu amo essa fic
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  3. Amei quero mais :))
    Fabíola Barboza

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  4. Nossa eu pisquei e tinha 3 caps MDS eletrizante. Amei esses caps. POSTA

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  5. perfeito sua linda
    super curiosa para mais
    posta logoo
    beijos

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