terça-feira, 29 de abril de 2014

capitulo 16 MARATONA 5/10

DEMI *



 O som da respiração pesada de Shelley ao meu lado é a primeira coisa que ouço nesta manhã. Vim ao quarto de minha irmã e me deitei perto dela durante horas, velando seu sono tranquilo antes de relaxar e adormecer. Quando eu era muito pequena, corria para cá nas noites de tempestade... Não para proteger Shelley, mas para que ela me protegesse e confortasse. Eu segurava em sua mão e de algum modo meus temores iam desaparecendo. Vendo minha irmã dormir assim tão indefesa, não consigo acreditar que meus pais querem mandá-la embora de casa. Shelley é uma parte importante de mim mesma; a ideia de viver sem ela me parece absurda... E muito errada. Às vezes sinto que Shelley e eu temos uma ligação que poucas pessoas podem entender. Mesmo quando nossos pais não conseguem perceber o que Shelley diz ou quando não entendem por que ela fica irritada, eu geralmente compreendo.
Por isso fiquei tão arrasada quando ela puxou meu cabelo. Nunca pensei, nunca mesmo, que ela pudesse fazer isso comigo... Mas fez.
— Não vou deixar que eles levem você embora — digo suavemente para minha querida irmã que continua dormindo. — Sempre protegerei você minha querida.
Salto da cama de Shelley. Se ela acordar vai logo perceber o quanto estou perturbada. Então vou para o meu quarto, me apronto e saio de casa. Confiei em Joe ontem e o céu não desabou sobre minha cabeça... Realmente me senti melhor depois de contar a ele sobre Shelley. E se eu puder fazer isso com um estranho, com certeza posso tentar me abrir um pouco mais com Selena e Tiffany.
Quando estaciono o carro em frente à casa de Selena, começo a pensar em minha vida. As coisas não vão muito bem. Este último ano deveria ser o máximo: fácil e divertido. Mas está sendo tudo, menos isso. Zac vem me pressionando demais; Joe está se tornando mais do que um parceiro de Química; e meus pais querem mandar Shelley para longe de Chicago. O que mais pode acontecer de errado?
Percebo um movimento na janela do segundo andar da casa de Selena. Vejo primeiro umas pernas e, depois uma bunda... Oh Deus, Justin Thompson, tentando apoiar os pés na grade para descer pelo lado de fora da casa. Justin deve ter me visto, porque Selena aparece na janela gesticulando e me fazendo sinal para esperar. Os pés de Justin ainda não se firmaram na grade; Selena está segurando uma de suas mãos. Por fim, Justin parece ter conseguido se apoiar, mas os ramos e flores da trepadeira que sobe pela grade o confundem. Ele escorrega e cai no jardim. No entanto não se machucou; percebo quando ele faz um sinal de “positivo” a Selena antes de sair correndo. Será que Zac seria capaz de escalar as paredes de minha casa para ficar comigo? A porta da casa de Selena se abre três minutos depois. Ela caminha em minha direção usando calcinha e camiseta regata.
— Demi, o que está fazendo aqui? São sete da manhã! Você se esqueceu que hoje é dia de reunião de professores e não temos aula?
— Eu sei, mas precisava falar com você. Minha vida está totalmente fora de controle.
— Entre, vamos conversar — diz Selena abrindo a porta do carro para que eu desça. — Estou congelando aqui fora. Oh, por que os verões em Chicago duram tão pouco?
Já dentro da casa tiro os sapatos para não acordar os pais de Sel.
— Não se preocupe, eles foram para a academia há uma hora.
— Então por que Justin escapou pela janela?
— Para manter a relação excitante. — Sel pisca um olho para mim. — Garotos adoram aventuras você sabe.
Sigo Selena até seu amplo dormitório, decorado em fúcsia e maçã verde, cores escolhidas especialmente para ela por um decorador que sua mãe contratou. Eu me atiro na cama enquanto Sel liga para Tiffany:
— Tiff, venha até aqui. Demi está em crise.
Tiffany usando pijama e chinelos, chega em poucos minutos, já que ela mora a apenas duas casas de distância na mesma rua.
— Ok, pode falar — diz Sel, quando nós três já estamos juntas. De repente, com todos os olhares voltados para mim, já não tenho tanta certeza de querer compartilhar o que sinto.
— Na verdade não é nada...
Tiffany endireita os ombros:
— Escute Demi, você me fez sair da cama às sete da manhã. Agora lave a roupa suja...
— Isso mesmo — diz Sel. — Nós somos amigas. Se você não puder compartilhar os problemas com suas amigas, então com quem mais?
Joe Fuentes. Mas eu nunca diria isso a elas.
— Que tal assistirmos a um daqueles filmes antigos? — Sel sugere. — Se Audrey Hepburn não conseguir fazer Demi abrir as comportas, ninguém mais conseguirá.
Tiffany resmunga:
— Não acredito que vocês me acordaram por causa de uma crise que não existe e de uns filmes velhos. Meninas, vocês realmente precisam levar a vida mais a sério. O mínimo que podem fazer agora, é me contar uma fofoca nova... Alguém tem alguma?
Sel nos leva até a sala. E nos acomodamos no sofá.
— Ouvi dizer que Samantha Jacoby foi vista beijando alguém no banheiro da escola na terça-feira...
— Nossa! — diz Tiffany nem um pouco impressionada.
— O que não contei ainda é que esse alguém era Chuck, um dos seguranças.
— Ah, agora sim esta é uma boa fofoca Selena!
Então é isso que ocorreria se eu contasse sobre o que me aconteceu ontem. Seria mesmo o fim: compartilhar meus problemas para que virassem assunto de fofoca e motivo de riso.
Na sala da casa de Selena depois de quatro horas, dois filmes e muito sorvete Ben & Jerry’s Confection Connection, estou me sentindo melhor. Talvez tenha sido por conta de Audrey Hepburn no papel de Sabrina, mas de algum modo sinto que tudo é possível. E isso me faz pensar...
— Meninas, o que vocês acham de Joe Fuentes? — pergunto.
Selena joga uma pipoca na boca.
— O que você quer dizer com o que “nós achamos” dele?
— Não sei — digo sem conseguir parar de pensar na intensa inegavel atração que existe entre nós. — Joe é meu parceiro de Química.
— E...? — Selena pergunta gesticulando como se dissesse: “Onde você pretende chegar?”
Pego o controle remoto e aperto a tecla “pause” interrompendo o filme.
— Ele é gostoso... Isso você tem que reconhecer.
— Ugh Demi ! — diz Tiffany, fingindo colocar o dedo na garganta a pra vomitar.
— Ok, Joe é bonito. Mas é também uma pessoa com quem nunca devemos sair. Pois ele pertence a uma gangue, você sabe.
— E lá no colégio ele está sempre alto — Tiffany comenta.
— Eu me sento perto de Joe na aula de Química Tiffany... E nunca reparei nisso — digo.
— Está brincando Demi ? Joe se droga antes de ir para a escola, também no banheiro, quando consegue cavar uma brecha entre uma aula e outra. E não estou falando só de maconha. Ele usa drogas pesadas. — Tiffany afirma como se isso fosse mesmo verdade.
— Você já viu Joe se drogando? — eu a desafio.
— Escute, eu não preciso dormir com Joe para saber que ele bebe e cheira. O cara é perigoso. Além do mais, garotas como nós não devem se misturar com o pessoal da Sangue Latino.
Eu me recosto nas almofadas do sofá.
— Sim, eu sei.
— O Zac ama você — diz Sel, mudando de assunto.
Será? Sinto que o amor é algo bem diferente do que Zac estava querendo me dar na praia... E eu recusei.
Minha mãe já tentou falar comigo três vezes. Primeiro no meu celular que desliguei. Mas nem por isso ela desistiu. Já ligou para o fixo de Selena duas vezes.
— Se você não atender sua mãe acabará vindo aqui — diz Selena, fazendo o telefone balançar entre os dedos.
— Se ela entrar pela porta da frente, saio pela porta dos fundos.
Selena me dá o telefone:
— Vou sair com Tiffany para deixar você mais à vontade. Não sei o que está acontecendo mas... Bem, fale com ela.
Pego o telefone:
— Alô mãe.
— Escute Demetria, sei que você está chateada. Mas seu pai e eu chegamos a uma resolução sobre Shelley ontem à noite. Sei que está sendo difícil para você, mas o fato é que sua irmã tem se mostrado cada vez mais intratável a cada dia que passa.
— Mãe, Shelley tem vinte e um anos de idade e fica irritada quando as pessoas não conseguem entendê-la. Você não acha que isso é normal?
— Você irá para a faculdade no próximo ano. Não vejo como continuar mantendo Shelley aqui em casa. Tente enxergar o problema sob a nossa ótica... Deixe de ser egoísta.
Pela tal ótica dos meus pais, Shelley vai ser mandada embora de nossa casa porque eu irei para a faculdade. Conclusão: a culpa é minha.
— O que eu sinto não tem a menor importância — digo. — Vocês vão fazer isso de qualquer jeito não é mesmo?

— Sim. Já está resolvido.

JOE *

                                                                  sorriso lindo !!!!  

Na sexta-feira quando Demetria entra na aula da Sra. Peterson, ainda estou pensando em como vou lhe dar o troco por ela ter jogado minhas chaves no bosque. Levei quarenta e cinco minutos para encontrar a droga das chaves e durante esse tempo, fiquei xingando Demetria. Ok, tenho de reconhecer que ela esteve à altura da situação e que sua vingança foi perfeita. Também não me esqueço de que devo a Demetria o fato de ter conseguido falar depois de tanto tempo sobre a morte do meu pai. Isso mexeu comigo tanto que acabei ligando para uns caras antigos da Sangue e fiz umas perguntas sobre o caso. Vamos ver no que dá...
Demetria ficou na defensiva durante a semana inteira. Está esperando que eu apronte alguma, que me vingue por ela ter jogado minhas chaves no mato. Depois da aula, estou pegando meus livros no armário para ir embora quando ela me aparece de repente em seu uniforme de líder de torcida que é tremendamente sexy.
— Encontre-me no ginásio de lutas marciais — ela ordena.
Bem, tenho duas opções: obedecer ou ir embora. Pego meus livros e vou até o pequeno ginásio. Demetria está me esperando balançando um chaveiro vazio no dedo.
— Como será que minhas chaves sumiram? — ela pergunta. — Terá sido por um passe de mágica? Se você não me disser onde elas estão vou me atrasar para o jogo... E a Sra. Small vai me expulsar da turma.
— Joguei suas chaves em algum lugar. Sabe, você deveria comprar uma bolsa com zíper. Com uma bolsa aberta há sempre o risco de alguém roubar alguma coisa.
— Ah, que bom saber que você é cleptomaníaco. Será que pode me dar uma pista sobre onde estão as chaves?
Eu me apóio na parede pensando no que as pessoas diriam se nos vissem aqui juntos.
— Estão num lugar molhado... Muito, muito molhado — eu digo.
— Na piscina?
Confirmo com um gesto de cabeça e comento:
— Criativo não?
Ela me dá um empurrão:
— Oh, acho que vou matar você. É melhor ir buscá-las agora!
Se eu não a conhecesse bem, pensaria que está flertando comigo. Acho que ela gosta desse jogo que estamos fazendo.
— Gracinha, você deveria me conhecer melhor... É sua vez de correr atrás do prejuízo. Vire-se... Assim como me virei quando você jogou minhas chaves no mato. - Ela ergue a cabeça, me lança um olhar triste e contrai os lábios amuada. Tento não me concentrar nos seus lábios porque é perigoso... Mas não posso evitar.
— Por favor Joe, me mostre onde estão as chaves.
Deixo que ela sofra por um minuto... Antes de ceder. Mas agora, o colégio ficou praticamente deserto. Metade dos alunos estão a caminho do campo de futebol. A outra metade está feliz por não ter que ir ao jogo. Caminhamos até a piscina. As luzes estão apagadas, mas o sol ainda brilha e seus raios atravessam as janelas. As chaves de Demetria continuam no lugar onde as joguei: no meio da piscina na parte mais funda. Aponto as chaves prateadas sob a água:
— Lá estão elas. Vá buscá-las.
Com as mãos caídas ao longo da saia curta, Demetria parece pensar em como fará para pegar as chaves... Empinando o corpo, caminha em direção a uma grande vara encostada à parede.
— Vai ser fácil... — ela me diz.
Mas quando Demetria mergulha a vara na água, descobre que a coisa não é tão simples assim. Engulo uma risada enquanto me sento na beira da piscina assistindo à cena de camarote: Demetria tentando o impossível.
— Você pode tirar a roupa e mergulhar nua. Ficarei montando guarda e não deixarei ninguém entrar.
Ela caminha para mim, segurando firmemente a vara entre os dedos.
— Você bem que gostaria disso não é?
— Ah, claro — respondo confirmando o óbvio. — Mas espero que você não esteja usando aquelas calcinhas imensas como as da vovó... Se estiver, vai acabar com a minha fantasia.
— Para sua informação, elas são pink... de cetim! E já que estamos trocando informações pessoais, você usa cuecas do tipo short ou sunga?
— Nenhum dos dois. Deixo meu sexo livre, se é que você me entende.
Não é bem assim. Mas Demetria terá de imaginar por si mesma.
— Que coisa mais vulgar, Joe.
— Não despreze antes de provar — eu digo caminhando até a porta.
— Você vai embora?
— Hum... sim.
— Não vai me ajudar a pegar as chaves?
— Hum... não. — Se eu ficar vou me sentir tentando a pedir a ela que esqueça o futebol e fique comigo. E definitivamente, não estou pronto para ouvir a resposta... Brincar com Demetria eu até consigo. Mas me expor de verdade como fiz no outro dia, nem pensar. É uma coisa que me deixa sem defesas. Não quero fazer isso de novo. Abro a porta depois de olhar para ela uma vez mais. Se eu a deixar agora, serei um idiota, um babaca, um covarde... Ou tudo isso junto e misturado? Em casa, já longe de Demetria e das chaves do seu carro, procuro meu irmão. Prometi a mim mesmo que falaria com Nick nesta semana e já adiei demais essa história. Se eu vacilar, ele será recrutado e passará pelo ritual de iniciação na Sangue Latino tal como aconteceu comigo.
Encontro Nick no nosso quarto, escondendo alguma coisa embaixo de sua cama.
— O que é isso? — pergunto.
Ele se senta na cama e cruza os braços:
— Nada.
— Não me venha com essa conversa de “nada” Nick. — Empurro meu irmão de lado e olho embaixo da cama... Ali está uma brilhante Beretta 25 olhando para mim... zombando de mim. Pego a arma e pergunto: — Onde você arranjou isso?
— Não é da sua conta.
Esta é a primeira vez em toda minha vida que tenho vontade de assustar seriamente esse idiota do Nick... me sinto tentado a encostar esta arma entre seus olhos e mostrar a ele o que um cara de gangue sente o tempo inteiro: a ameaça constante, a incerteza de sobreviver por mais um dia.
— Sou seu irmão mais velho, Nick. Nosso pai morreu; então cabe a mim enfiar um pouco de juízo na sua cabeça. — Olho para a arma. Pelo peso dá para perceber que está carregada. Se disparar acidentalmente Nick pode morrer. Se Frankie encontrar esta arma então... Porra, pode ser ainda pior.
Nick tenta se levantar, mas eu o empurro de volta para a cama.
— Você sempre anda armado — ele reclama. — Por que eu também não posso...?
— Você sabe porquê. Sou um cara de gangue, um cara da pesada. Você não. Você vai estudar, vai para a faculdade, vai ter uma vida decente.
— Você pensa que pode controlar e planejar nossas vidas não é? — diz Nick furioso. — Bem, eu também tenho meus planos.
— É melhor não incluir a Sangue Latino neles — eu aviso.
Nick fica em silêncio. Acho que já o perdi. Meu corpo está tão tenso como uma corda esticada. Posso evitar que Nick entre na gangue, mas só se ele quiser que eu interfira. Olho para a foto de Destiny na parede acima da cama. Ele a conheceu nesse verão, quando assistíamos aos fogos de artifício no Píer da Marinha nas comemorações de 4 de Julho. A família de Destiny mora em Gurnee. E desde que os dois se encontraram Nick está louco por ela. Os dois falam pelo telefone todas as noites. Destiny é mexicana, é inteligente. Quando Nick nos apresentou, ela ficou tão assustada com minhas tatuagens que seus olhos se arregalaram... Parecia que ia cair dura de horror ali mesmo só por estar perto de mim.
— Você acha que Destiny vai aceitar seu pedido de namoro... Se souber que você se engajou numa gangue? — pergunto.
Nenhuma resposta... E isso é bom. Sinal de que ele está pensando.
— Ela vai te dar um chute na bunda antes que você possa dizer “beretta-calibre-25”.
Nick olha para a foto na parede.
— Pergunte a Destiny onde ela pretende fazer a faculdade Nick. Aposto que ela tem um projeto de vida. E se você tiver um projeto parecido, vocês poderão ficar juntos.
Meu irmão me olha. Está no meio de uma guerra consigo mesmo. Agora terá de escolher entre o caminho que parece o mais fácil que é entrar para a gangue, e todas as outras coisas que ele tanto deseja, mas são tão difíceis... Tal como ficar com Destiny, estudar e construir uma vida diferente.
— Pare de andar com Wil — eu digo. — Encontre novos amigos, entre para o time de futebol da escola ou qualquer coisa parecida. Comece a agir como um cara decente e me deixe cuidar do resto.

Guardo a Beretta na cintura do meu jeans e saio de casa em direção ao armazém .

CONTINUA..............

OLÁ ....O JOE NÃO É FRACO NÃO ...KKKK  DEU O TROCO NA DEMI ....
E AINDA TIROU UMA COM A CARA DELA ....TADINHA ....
SERÁ Q NICK VAI ENTRAR PRA GANGUE ????  TOMARA Q NÃO NÉH ?!!!
TENHO UMA DIVULGAÇÃO QUE ESQUECI DE POSTAR
ALEXANDRA MAGDA E VANESSA MALUKINHA  : http://jamaisteesquecereijemienelena.blogspot.com.br/
DESCULPE A DEMORA FLOR ...
GENTE VOCÊS VIRAM A ENQUETE NÉH ....ENTÃO ..PRECISO DO VOTO DE VCS PARA SABER QUAL FIC VCS VÃO QUERER ......
BOM GALERA ...COMENTEM BASTANTE ...BEIJOSSS




segunda-feira, 28 de abril de 2014

capitulo 15 MARATONA 4/10

DEMI *



Manobro meu carro no estacionamento da biblioteca e escolho uma vaga perto do bosque, nos fundos do terreno. Estou furiosa... A última coisa em que consigo pensar é no projeto de Química.
Joe está me esperando, encostado em sua moto. Tiro as chaves da ignição e grito para ele:
— Como você se atreve a me dar ordens? Minha vida está cheia de gente querendo me controlar: minha mãe... Zac... E agora você! Estou farta disso. — Se você pensa que pode me intimidar...
Sem uma palavra Joe se aproxima, pega as minhas chaves e se senta ao volante do meu BMW.
— Joe, o que você pensa que está fazendo?
Ele aciona o motor. Oh, não Joe vai levar meu carro e me deixar aqui  no estacionamento da biblioteca!
— Entre aí... — ele diz.
Fecho os punhos com raiva e me deixo cair no banco do passageiro. Então ele acelera.
— Onde está a foto de Zac ? — pergunto, olhando para o painel. A foto estava aqui um minuto atrás.
— Não se preocupe, vou devolver. Só não tenho estômago para ficar olhando para aquela coisa enquanto estou dirigindo...
— Você alguma vez já dirigiu um carro com transmissão manual? - Sem piscar, sem nem mesmo olhar para mim, ele engrena a primeira fazendo cantar os pneus. Saímos do estacionamento. Meu BMW obedece ao comando de Joe como se os dois estivessem em total sintonia.
— Isto é roubo, você sabe — eu digo.
Silêncio.
— Roubo de veículo — eu acrescento. — E sequestro.
Paramos num semáforo. Olho para os carros ao redor aliviada porque a capota está baixada, de modo que ninguém pode nos ver.
— Mira, você entrou no carro por vontade própria — diz Joe.
— Acontece que este é  meu carro. E se alguém nos vir?
Acho que minhas palavras o irritam. Quando o semáforo fica verde, ele sai fazendo cantar os pneus novamente. Está forçando meu carro de propósito.
— Pare com isso! — eu ordeno. — Leve-me de volta à biblioteca.
Mas Joe  não obedece. Fica em silêncio enquanto dirige meu carro por zonas desconhecidas e estradas desertas, como as pessoas fazem nos filmes quando vão se encontrar com traficantes perigosos.
Ah, que ótimo! Estou prestes a ter minha primeira experiência com o tráfico de drogas. Se eu for presa será que meus pais pagarão a fiança? E minha mãe? Como explicará isso aos amigos e conhecidos? Talvez meus pais me mandem para um campo de treinamento militar para delinquentes. Aposto que eles gostariam de fazer isso: mandar Shelley para uma clínica e eu para um campo de treinamento militar. Aí sim, minha vida ficaria maravilhosa! Não quero participar de nada ilegal. Quem governa meu destino sou eu, e não Joe. Agarro a maçaneta da porta.
— Deixe-me sair... Ou então vou pular do carro. Juro!
— Você está com o cinto de segurança... Relaxe. Chegaremos em dois minutos. — Joe engrena a outra marcha e reduz a velocidade enquanto entramos num velho aeroporto, deserto. — Ok, aqui estamos — ele diz puxando o freio de mão.
— Certo. Mas o que significa exatamente “aqui”? Odeio dizer, mas o último lugar habitado por que passamos ficou a cinco quilômetros de distância. Eu não vou descer do carro, Joe. Cuide de suas drogas sozinho.
— Se eu tinha alguma dúvida de que você é uma loira típica, já não tenho mais — ele diz. — Você acha que eu seria louco de trazer você até aqui, para uma transação de drogas? Saia do carro.
— Por que eu deveria? Escute, me dê uma boa razão para isso.
— A razão é que se você não sair por conta própria, eu mesmo vou cuidar disso... Acredite em mim mujer.
Joe guarda as chaves no bolso de trás do jeans e desce do carro. Sem outra alternativa eu o sigo.
— Olhe, se você quer discutir nosso projeto sobre os Aquecedores de Mãos, podemos fazer isso por telefone.
Contorno o BMW pelo outro lado. Paramos frente a frente atrás do carro. Aqui estamos, no meio do nada.
Uma coisa ficou me perturbando o dia inteiro... E já que estou aqui com Joe, posso muito bem perguntar:
— Nós nos beijamos ontem à noite?
— Sim.
— Então não deve ter sido um grande beijo porque não me lembro de nada.
Joe ri:
— Eu estava brincando. Nós não nos beijamos. — Ele se inclina para mim. — Quando isso acontecer, você vai se lembrar. Para sempre.
Oh Deus. Gostaria que as palavras de Joe não me fizessem fraquejar... Sei que eu deveria sentir medo por estar aqui sozinha com um cara que é membro de uma gangue, no meio de um lugar totalmente deserto conversando sobre beijos... Mas não estou assustada. No fundo da minha alma sei que ele nunca me machucaria, nem me obrigaria a fazer coisas...
— Por que você me sequestrou? — pergunto.
Tomando as minhas mãos, Joe me leva até a porta do lado do motorista.
— Entre.
— Por quê?
— Vou ensinar você a dirigir este carro direito... Antes que você acabe fundindo o motor por uso incorreto.
— Pensei que você estivesse furioso comigo. Por que resolveu me ajudar?
— Porque eu quero.
Oh. Eu não esperava por isso. Meu coração começa a derreter, porque já faz muito tempo que ninguém se preocupa comigo, não o suficiente para querer me ajudar. Mas será que...
— Você não está fazendo isso esperando alguma coisa em troca... Está?
Ele nega com a cabeça.
— Verdade?
— Verdade.
— E você não está furioso comigo... por alguma coisa que eu tenha dito ou feito?
— Estou frustrado, Demetria. Frustrado com você. Com meu irmão. Com um monte de coisas.
— E por que me trouxe aqui?
— Não faça perguntas, a não ser que você esteja pronta para ouvir as respostas... Tudo bem?
— Tudo bem. — Eu me sento ao volante e espero que Joe se acomode a meu lado.
— Está pronta? — ele pergunta sentando-se no banco do passageiro e afivelando o cinto de segurança.
— Sim.
Joe se inclina e põe a chave na ignição. Quando eu solto o freio de mão e dou a partida o motor morre.
— Você não pôs no ponto morto. Se acionar o motor sem pressionar a embreagem, o carro vai morrer.
— Eu sei — digo me sentindo totalmente estúpida. — É que você está me deixando nervosa.
Joe põe a alavanca do câmbio no ponto morto e me diz:
— Pressione a embreagem com o pé esquerdo, o freio com o pé direito... E engate a primeira.
Pressionando o acelerador, solto a embreagem... E o carro dá um arranque para frente.
Joe se apoia no painel:
— Pare.
Obedeço e ponho o carro em ponto morto.
— Você precisa encontrar o ponto ideal.
Olho para ele:
— Ponto ideal?
— Sim... É quando a embreagem “pega” entende? — Joe usa as mãos como se fossem pedais para ilustrar o que está me dizendo. — Você tirou o pé muito rápido... Tente conseguir um ponto ideal de equilíbrio, e fique ali... Até sentir que chegou o momento de soltar o pedal. Tente de novo.
Engreno a primeira e vou soltando a embreagem enquanto mantenho o pé no acelerador.
— Isso, mantenha assim — diz Joe. — Ache o ponto ideal e segure...
Começo a soltar a embreagem enquanto pressiono o pedal do acelerador, mas não até o fim.
— Acho que encontrei o ponto.
— Então solte a embreagem, mas não acelere muito.
Eu tento, mas o carro arranca de novo... E morre.
— Você soltou a embreagem muito rápido. Tente de novo — diz Joe muito calmo. Não parece aborrecido, nem frustrado, nem a fim de desistir. — Você precisa acelerar um pouco mais... Não até o fim, só um pouco para dar ao carro o impulso suficiente para se mover.
Repito os mesmos procedimentos e dessa vez o carro se move sem problemas. Agora estamos na pista a menos de vinte quilômetros por hora.
— Pise na embreagem — diz Joe. Então cobre minha mão que está no câmbio com a sua e me ajuda a engatar a segunda. Tento ignorar o contato suave, o calor que emana de sua mão — coisas tão contraditórias à sua personalidade agressiva —, e me concentro no que estou fazendo.
Com toda paciência, Joe me ensina em detalhes, como reduzir as marchas até que resolvemos parar no final da pista. Seus dedos ainda estão entrelaçados aos meus.
— Acabou a aula? — pergunto.
Joe limpa a garganta:
— Hum... sim. — Ele retira a mão e mergulha os dedos em seus cabelos,bagunçando um pouco ...
— Obrigada Joe.
— Sim... Bem, eu não fiz isso para parecer um bom menino. Meus ouvidos sofriam a cada vez que eu ouvia você forçar o motor  no estacionamento do colégio.
Inclino a cabeça e tento conseguir que Joe me olhe nos olhos. Ele se recusa.
— Por que você faz tanta questão de parecer um menino mau  hein? Conte para mim Joe.

JOE *




 É a primeira vez que estamos tendo uma conversa civilizada. Agora preciso encontrar um jeito de derrubar essa muralha de defesa que ela ergueu entre nós. Ô cara... Preciso mostrar a ela que tenho sensibilidade. Se
Demetria me vir como um cara sensível e não como um idiota, talvez eu encontre um jeito de chegar até ela. Mas tenho de ser cuidadoso, pois Demetria é desconfiada. É bem capaz de dizer que estou com conversa mole para o lado dela... É bem capaz de não acreditar em mim. Não sei se estou pensando em agir assim por causa da aposta do projeto de Química, ou por minha causa mesmo. Na verdade, não estou a fim de analisar esse lado da questão.
— Meu pai foi assassinado na minha frente quando eu tinha seis anos — digo a ela.
Demetria arregala os olhos:
— Sério?
Faço um gesto afirmativo. Não gosto de tocar nesse assunto. Nem sei se devia falar nisso.
Demetria leva as mãos à boca... Mãos de unhas tratadas e perfeitas.
— Eu não sabia... Oh Deus! Sinto muito! Deve ter sido horrível.
— Foi. — Engraçado... Sinto um certo alívio por ter falado disso em voz alta.
O sorriso nervoso do meu pai se transformou numa expressão de choque antes dele ser baleado...
Nossa! Mal consigo acreditar... Acabei de me lembrar da expressão do meu pai naquela hora. Nunca mais eu tinha recordado esse detalhe. Ainda estou confuso e muito surpreso quando me viro para Demetria e digo:
— Se eu pensar demais no assunto, se deixar que isso me pegue, vou me sentir de novo como no dia em que meu pai morreu. E não quero que isso aconteça. Nunca mais. Então é melhor esquecer e levar a vida sem me importar com nada.
A expressão de Demetria é puro pesar, tristeza e compaixão. Não sei dizer se ela está fingindo. Seu rosto ainda está contraído quando ela diz:
— Obrigada por... Bem, você sabe... Por ter me contado. Mas não posso realmente imaginar você como um cara que não se preocupa com nada. Você não pode se programar, não pode se obrigar a ser assim.
— Quer apostar? — De repente me sinto desesperado para mudar de assunto. — Agora é sua vez de compartilhar algum segredo comigo.
Demetria desvia os olhos. Não pressiono mais com medo que ela caia em si e resolva ir embora.
Será que é mais difícil para ela compartilhar seus problemas comigo ou ao menos uma pequena parte deles? Minha vida tem sido tão desgraçada que é difícil imaginar que a vida dela possa ser pior em algum sentido. Vejo uma lágrima solitária correr por seu rosto. Uma lágrima que Demetria se apressa a enxugar.
— Minha irmã Shelley... — ela começa — sofreu uma paralisia cerebral. É deficiente mental. “Retardada” é a palavra que a maioria das pessoas usam para definir o que ela é. Shelley não anda e só se comunica através de gestos e do que os médicos chamam de “aproximação verbal”, porque não consegue articular as palavras.
Com isso outras lágrimas escapam... E dessa vez, Demetria deixa que escorram livremente. Tenho vontade de enxugar essas lágrimas, mas sinto que ela não quer ser tocada nesse momento.
— Quando minha irmã fica muito irritada, é melhor manter distância pois ela pode agarrar seus cabelos. — Demetria suspira. — Ontem ela puxou os meus com tanta força que arrancou um punhado. Então minha cabeça sangrou e minha mãe começou a gritar comigo.
Ah, esta é a explicação para aquela falha de cabelos... Então não foi para fazer algum exame clínico. Pela primeira vez sinto pena de Demetria. Imaginei que a vida dela fosse um conto de fadas... E que o pior de seus problemas fosse perder o sono por alguma idiotice, tal como achar um caroço no colchão... Agora vejo que não é bem assim. Alguma coisa está acontecendo. Percebo uma mudança no ar... Uma compreensão correndo entre nós dois. Nunca me senti assim em minha vida. Eu limpo a garganta e digo:
— Acho que sua mãe explode na sua frente porque sabe que você vai aguentar.
— Provavelmente você está certo. Antes comigo do que com a minha irmã.
— Mas isso não é desculpa para sua mãe despejar os problemas dela em cima de você. — Estou sendo bem sincero neste momento, espero que Demetria também esteja. — Escute, não quero continuar bancando o durão com você — eu digo e logo me arrependo. Isso é um pouco demais para o Joe Fuentes Show...
— No fundo eu entendo seu comportamento — ela diz. — É uma questão de imagem, do que significa ser Joe Fuentes. A atitude é sua marca registrada, seu logotipo... O mexicano perigoso, mortal, gostoso e sexy. Sou perita nessa história de criar imagem... A que tento passar não é exatamente a da patricinha loira e vazia. Está mais para “a perfeita e intocável” compreende?
Uau! Replay por favor... Demetria me chamou de gostoso e sexy. Por essa eu não esperava. Talvez ainda tenha uma chance de ganhar aquela aposta idiota.
— Você percebeu que me chamou de gostoso?
— Como se você não soubesse!
Bem, eu não sabia que Demetria Lovato me achava gostoso.
— Só para constar, eu realmente pensei que você fosse intocável. — E prossigo bem-humorado: — Mas agora tudo mudou. Sei que você me acha gostoso, sexy, uma espécie de deus mexicano...
— Eu não disse a palavra “deus”...
Toco os lábios dela com a ponta do dedo:
— Psiu... Quero viajar nessa fantasia nem que seja por um minuto. — Fecho os olhos. Demetria ri e esse som tão doce ecoa em meus ouvidos.
— De um jeito meio maluco, acho que entendo você Joe... Embora esteja realmente aborrecida por seu comportamento grosseiro.
Quando abro os olhos, encontro os dela me observando.
— Não conte a ninguém sobre minha irmã — ela diz. — Não gosto que as pessoas saibam certos detalhes da minha vida pessoal.
— Somos atores na vida Demetria, fingindo ser o que queremos que as pessoas pensem que somos.
— Então você compreende por que morro de medo que meus pais descubram que somos... amigos?
— Você ficaria encrencada eu sei. Mas, porra Demetria, você já fez dezoito anos! Não acha que tem o direito de ser amiga de quem bem entender? O cordão umbilical já foi cortado sabe?
— Você não compreende.
— Tente explicar.
— Por que você quer saber tanto a meu respeito?
— Ora, os parceiros de Química não devem se conhecer a fundo?
Ela ri:
— A fundo? Espero que não.
A verdade é que essa garota não é quem eu pensei que fosse. Quando contei a ela sobre meu pai, senti que ela suspirou de alívio de corpo e alma... Foi como se a miséria de outra pessoa pudesse confortá-la fazendo com que não se sentisse tão sozinha em seu sofrimento. Ainda não consigo entender direito por que ela criou essa imagem do tipo “sou impecável” para encarar o mundo. E ainda tenho aquela aposta voando em círculos sobre minha cabeça. Preciso ganhar essa garota, preciso conseguir que ela se apaixone por mim. E enquanto meu corpo diz “vá em frente”, o resto do que sou denuncia: “A menina está vulnerável... E você é um grande canalha.”
— Quero da vida as mesmas coisas que você — eu admito. — Apenas vou por outro caminho. Você se adapta ao seu ambiente e eu ao meu. — Seguro novamente a mão dela. — Deixe-me mostrar que sou diferente... Escute, você já namorou um cara que não pode levá-la a restaurantes chiques, nem comprar jóias caras?
A mão de Demetria desliza sob a minha, escapando ao meu contato.
— Eu tenho um namorado Joe.
— E se não tivesse... Você daria uma chance a este mexicano?
Demetria cora. Seu rosto inteiro assume um tom pink profundo. Será que Zac a faz corar assim?
— Olhe, eu não vou responder essa pergunta. — ela diz.
— Por que não? É tão simples...
— Oh por favor, nada é muito simples quando se trata de você Joe. Não vamos chegar tão longe. — Ela engata a primeira marcha. — Podemos ir agora?
— Se é isso o que você quer... Está tudo bem entre nós, não é verdade?
— Acho que sim.
Estendo a mão num cumprimento. Demetria olha as tatuagens que tenho nos dedos e então a aperta forte.
— Aos aquecedores de mãos — diz com um sorriso nos lábios.
— Aos aquecedores de mãos — eu repito. “E ao sexo”, digo em pensamento. — Quer dirigir? Não conheço o caminho.
Fazemos o trajeto de volta num silêncio confortável enquanto o sol se põe. Nossa trégua me coloca mais perto de minhas metas: a esta altura, a aposta... E algo mais, que não estou pronto para admitir.
Enquanto entro com esse carro poderoso no estacionamento da biblioteca digo:
— Obrigado por... você sabe... bem, por me deixar sequestrar você. Até qualquer hora...
Tiro as chaves do bolso, pensando se algum dia poderei comprar um carro que não esteja enferrujado, usado, ou muito velho. Desço do carro, tiro o retrato de Zac do meu bolso de trás e jogo no assento onde estava sentado até agora.
— Espere! — Demetria me chama enquanto me afasto.
Eu me viro... Ela está bem na minha frente.
— O que é?
Demetria sorri sedutora, como se desejasse algo mais além de uma trégua. Muito mais... Porra, será que ela vai me beijar? Fui tomado de supresa, coisa que geralmente não me acontece.
Demetria morde o lábio inferior como se estudasse seu próximo movimento. Estou totalmente a fim de qualquer coisa que venha dela. Enquanto minha mente passeia por todas as possibilidades, ela chega ainda mais perto... E pega as chaves que trago na mão.
— O que você pensa que está fazendo? — pergunto.
— Dando o troco por você ter me sequestrado. — Demetria recua alguns passos e com toda a força de que é capaz, atira minhas chaves no bosque.
— Não... Você não pode ter feito isso.
Ela continua a recuar, me encarando o tempo todo enquanto se aproxima do carro.


— Sem ressentimentos. Vingança é uma merda, não é  Joe ? — ela diz contendo o riso.
Chocado, vejo minha parceira de Química entrar no seu BMW. O carro se afasta do estacionamento sem nenhum solavanco, sem arranques bruscos, sem problemas. Foi uma partida perfeita.
Estou furioso porque terei que rastejar no escuro para encontrar minhas chaves nesse bosque. Ou ligar para Enrique vir me buscar. Mas também estou achando a maior graça. Demetria Lovato me deu o troco direitinho.
— Sim — eu digo a ela, que provavelmente está a quase dois quilômetros de distância e não pode me ouvir. — Vingança é uma merda... ¡Carajo!

......................continua..........

Desculpem minha ausência ....estava gripada,...mas agora estou boa,e de volta .....
kkkkk Demi soube dá o troco direitinho no Joe ...kkkk  tadinho ...mas a Demi mandou bem ...
Katielly ...eu li o playboy irresistível ...amei ...tô pensando em uma adaptação ....
só q estou vendo outros livros também ....vou fazer o seguinte ....
Coloquei  uma enquete ai do lado,com algumas opções ...ai o tema que tiver mais votos...eu faço a adaptação.OK ?!!!
COMENTEM AMORES ...BEIJOS ....





quinta-feira, 24 de abril de 2014

capitulo 14 MARATONA 3/10

JOE *



Ela me ligou. Se não fosse pelo pedaço de papel rasgado, com o nome e número de Demetria  rabiscado com a letra de Frankie, meu irmão, eu não acreditaria que ela realmente telefonou. Dar uma bronca em Frankie não vai adiantar nada, porque o moleque tem uma cabeça de pulga e quase nunca se lembra quando atende uma ligação. A única informação que consegui arrancar dele foi que Demetria pediu que eu telefonasse de volta. Mas isso aconteceu ontem à tarde, antes que ela vomitasse no meu sapato e desmaiasse nos meus braços. Quando eu disse a Demetria para ser verdadeira, vi o pavor nos seus olhos. Mas do que será que ela tem medo? Preciso penetrar suas defesas, derrubar a fachada de “perfeição” que ela criou para si. Agora sei que Demetria é bem mais que uma loira fatal, com um corpo de tirar o fôlego. Ela guarda segredos... que parece ansiosa por compartilhar. Pois está na cara que esses segredos a estão sufocando. Nossa... Ela é um mistério que preciso desvendar.
Quando eu disse a Demetria que somos parecidos, não era conversa fiada. Esta conexão que temos não vai acabar só vai se tornar mais forte a cada dia. Pois quanto mais tempo passo ao lado de Demetria, mais perto dela quero ficar. Tenho vontade de telefonar, só para ouvir sua voz, mesmo que ela esteja carregada de veneno. Abrindo o celular enquanto me sento no sofá na sala de minha casa, gravo o número de Demetria na memória.
— Para quem você está ligando? — Harry pergunta entrando sem pedir licença, sem bater ou tocar a campainha. Miley vem logo atrás dele.
Fecho o celular e respondo:
— Ninguém.
— Então levante daí. Vamos jogar futebol.
Jogar futebol é muito melhor do que ficar aqui sentado, pensando em Demetria e seus mistérios, mesmo que eu ainda esteja sentindo os efeitos da ressaca da noite passada. Vamos até o parque onde os jogadores já estão se aquecendo. Mario, um cara da minha classe cujo irmão morreu atropelado no ano passado, me dá uma tapa nas costas:
— Quer ser o goleiro, Joe ?
— Não. — Tenho o que se costuma chamar de “personalidade ofensiva”... No futebol e na vida .
Harry aceita e assume a posição. Mas em vez de ficar em pé, senta-se  na linha do gol. Como de costume, meu amigo preguiçoso continua sentado até o momento em que a bola rola para o seu lado do campo.
Quase todos os jogadores são do meu bairro. Crescemos juntos. Brincamos nesse playground desde crianças e entramos para a Sangue Latino praticamente ao mesmo tempo. Ainda me lembro de Lucky nos dizendo que fazer parte de uma gangue era como ter uma segunda família, que nos daria apoio mesmo quando nossa própria família falhasse. Uma segunda família que nos daria proteção e segurança. Isso parecia perfeito para um garoto que tinha perdido o pai  tão pequeno.
Aprendi com o tempo a não pensar nas coisas ruins. Os espancamentos, o negócio sujo das drogas, os tiroteios. E estou falando de todas as gangues de modo geral. Sei de caras que tentaram sair fora e foram encontrados mortos... Ou tão judiados por sua própria gangue, que provavelmente desejariam ter morrido. Para ser franco, eu bloqueio tudo isso porque acho uma merda. Esperam que eu seja durão o suficiente para não me importar... Mas acontece que me importo. Tomamos nossas posições no campo. Imagino que a bola seja um talismã e penso: se eu conseguir driblar todo mundo e acertar o gol, vou me transformar num cara rico e poderoso num passe de mágica... Um cara capaz de manter a família e os amigos a salvo, neste buraco infernal que é o bairro onde moro. Há jogadores muito bons nos dois times. O adversário tem uma vantagem, já que Harry é o nosso goleiro... E lá está ele, coçando as bolas, no outro lado do campo.
— Ei  Harry, pare de coçar o saco e preste atenção! — grita Mario.
Como resposta, Harry  finge pegar suas bolas e jogá-las para o alto, como num número de malabarismo. Aproveitando o momento, Chris chuta... A bola passa à direita de Harry e entra no gol.
Mario pega a bola lá dentro e atira em cima de Harry :
— Se você estivesse tão interessado no jogo quanto em seus ovos, eles não teriam marcado.
— O que posso fazer se estou morrendo de coceira, cara? Sua namorada deve ter me passado chatos, ontem à noite.
Mario ri, sem acreditar nem por um instante que sua garota possa traí-lo. Harry  joga a bola para Mano, que passa para Lucky, que conduz a bola e passa para mim... É minha chance: vou driblando ao longo do campo, parando apenas para calcular até onde devo ir antes de chutar no gol.
Fingindo que vou para a esquerda, passo a bola para Mano e ele me devolve. Com um chute certeiro, a bola sobe direto... E marcamos.
— Gooooooooooooooolllllll! — grita o nosso time, enquanto Mario ergue a mão espalmada e bate contra a minha.
Nossa comemoração não dura muito. Um Escalade azul vem subindo a rua bem devagar, e isso é altamente suspeito.
— Você reconhece aquele carro? — Mario pergunta tenso.
O jogo para. Os caras percebem que alguma coisa não está bem...
— Pode ser alguém querendo “dar o troco” — digo.
Meus olhos estão fixos na janela do carro. O Escalade para. Todos esperamos para ver quem ou o que vai sair por aquela porta. Estamos prontos para a ação. Mas quem desce do carro é meu irmão Nick, com um cara da Sangue, o Wil... E para isso eu não estava preparado. Wil anda recrutando novos membros e é melhor que não tenha jogado seu papo furado sobre o meu irmão. Eu sou membro da Sangue Latino... Nick e Frankie, não. Sou capaz de fazer qualquer coisa para que eles não entrem nessa. Trato de esconder o que estou sentindo e caminho na direção de Wil, esquecendo completamente o jogo de futebol.
— Carro novo? — pergunto olhando para as rodas.
— É da minha mãe.
— Legal. — Olho para meu irmão. — E aí... Por onde vocês andaram?
Nick encosta no carro; não parece nada à vontade.
— Fomos até o shopping, numa loja nova que vende guitarras. Hector encontrou a gente lá e...
Será que ouvi direito? Hector?
A última coisa que quero no mundo é ver meu irmão andando por aí com Hector.
Wil, com sua grande camisa para fora das calças, dá um tapa no ombro de Nick para fazê-lo calar a boca. Meu irmão obedece, mas parece fazer um imenso esforço para se conter. Juro que vou dar uma prensa em Nick, vou chutar o traseiro dele daqui até o México, se ele continuar com essa história de entrar na Sangue.
— Fuentes, você vai jogar ou não? — alguém grita, do campo.
Escondendo minha raiva, pergunto a meu irmão e a Wil, que parece pronto a arrastá-lo para o buraco:
— Querem jogar?
— Não — Wil responde. — Estamos indo para a minha casa.
Fervendo de raiva dou de ombros, fingindo indiferença:
— Tudo bem...
Volto para o jogo, apesar da vontade de agarrar Nick pela orelha e arrastá-lo de volta para casa. Mas não posso fazer uma cena que provavelmente chegará ao ouvido de Hector, que vai questionar minha lealdade.
Às vezes minha vida parece uma grande farsa.
Nick vai embora com Wil. Isso, junto com minha dificuldade de tirar Demetria da cabeça me deixa louco.
O jogo recomeça e estou inquieto. De repente, parece que os jogadores do outro time são inimigos que atravessam meu caminho impedindo que eu alcance meus objetivos. Pego a bola...
— Porra cara! — grita o primo de um amigo quando dou um tranco nele. — Isso é falta!
Ergo as mãos:
— Não foi falta não!
— Você quase me derrubou.
— Não seja frouxo — digo, sabendo que estou levando a coisa muito longe. Mas acontece que quero brigar... Estou pedindo por isso. E ele percebe. O cara é do meu tamanho e deve ter o mesmo peso. Minha adrenalina está a mil.
— Você quer me encarar, cretino? — ele diz abrindo os braços, como um pássaro prestes a voar.
Intimidação é coisa que não funciona comigo.
— Venha...
Harry se coloca entre nós.
— Calma, Joe.
— Vocês vão brigar ou jogar? — alguém grita.
— Ele me chamou de cretino — digo a Harry, enquanto o sangue ferve em minhas veias. — E disse que fiz falta.
Harry dá de ombros:
— Você fez  mesmo.
Ok, meu melhor amigo não está me apoiando... Acho que perdi a parada. Olho ao redor. Todo mundo está esperando para ver o que acontece. E minha adrenalina sobe ainda mais.
Estou a fim de brigar? Claro que sim... Mas só se for para tirar essa coisa ruim do meu corpo... Para esquecer nem que seja por um momento que tenho o telefone da minha parceira de Química gravado no celular. E que meu irmão está na mira da Sangue para ser recrutado.
Meu melhor amigo me separa do cara que quer rachar minha cabeça, me empurra para fora do campo e chama um dos reservas para entrar no meu lugar.
— Por que você se meteu no meio? — pergunto.
— Para salvar sua pele cara. Joe, você perdeu a noção... Completamente!
— Posso dar conta daquele idiota — eu insisto.
Harry me olha nos olhos e diz:
— Quem está bancando o idiota aqui  é você.
Afasto as mãos de Harry da minha camisa e me aprumo. Andei fazendo um monte de besteiras nessas últimas semanas. Minha vida está de pernas para o ar. Preciso consertar as coisas. De Nick eu cuido à noite quando chegar em casa. Vou dar uma bronca daquelas.
E Demetria... Ok, ela não quis que eu a levasse para casa porque não queria ser vista comigo. Que se dane. Demetria também vai receber sua dose.
Abro meu celular e ligo para ela.
— Alô?
— Aqui é Joe — embora ela saiba muito bem quem está ligando, é só olhar no identificador de chamadas. — Quero ver você agora  na biblioteca.
— Não posso.
Mas este não é o Show da Demetria Lovato. É o Show do Joe Fuentes.
— É o seguinte gracinha... — digo, me aproximando de casa e pegando a moto. — Ou você aparece na biblioteca em quinze minutos, ou vou convidar cinco amigos para acampar no gramado em frente à sua casa... E talvez a gente passe a noite por aí.
— Como ousa... — Demetria começa a dizer, mas desligo o celular antes que ela termine a frase.

Acelero a moto e o ruído do motor me ajuda a bloquear as lembranças da noite passada, quando Demetria se aconchegou em mim... De repente me lembro que não tenho uma estratégia de jogo. E me pergunto se o Show de Joe Fuentes vai acabar em Comédia ou em tragédia... O que é bem mais provável. De qualquer forma será um reality show que não posso perder.

.................continua......

MAIS UM CAPITULO ......QUEM AI TAMBÉM NÃO VAI PERDER ESSE REALITY ???!!
KKKKK  OK !!!  GALERA PARA A PRÓXIMA FIC,NÃO SEI O QUE POSTAR ..
VOCÊS PREFEREM UMA FIC MAIS HOT,OU MAIS ROMANTICA ?
PRECISO DE IDEIAS ...É SÓ DEIXAR A OPINIÃO DE VOCÊS NOS COMENTÁRIOS ....
AHHH E TAMBÉM QUEM QUISER DEIXAR TAMBÉM O NOME DE SUAS MÚSICAS FAVORITAS PRA SEREM TOCADAS NO BLOG NA PRÓXIMO FIC ..PODEM COLOCAR ...
QUERO MUITO A OPINIÃO DE VCS,SUAS IDEIAS ..OK ?!!!  ENTÃO COMENTEM
BEIJOSSSS !!!!!  AHHH PRÓXIMO CAPÍTULO AMANHÃ !!





quarta-feira, 23 de abril de 2014

capitulo 13 MARATONA 2/10

DEMI *



Estou tendo um pesadelo... milhares de pigmeus invadiram minha cabeça e estão martelando meu cérebro. Abro os olhos e me deparo com uma luz muito forte. Estremeço. Mesmo estando acordada, os pigmeus continuam aqui dentro.
— Você está de ressaca — diz uma voz  que deve ser de uma garota.
Quando olho para o lado  descubro que essa garota é Miley.
Estamos no que parece ser um pequeno quarto, com paredes pintadas em tom pastel  amarelo. O vento entra pelas janelas abertas  fazendo esvoaçar as cortinas, também amarelas, combinando com as paredes.
Não estou em minha casa... Certamente não, pois lá em casa nunca abrimos as janelas. Sempre usamos o sistema de ar condicionado ou a calefação, dependendo do clima.
Com os olhos meio fechados, pergunto:
— Onde estou?
— Na minha casa. Se eu fosse você  não me mexeria... Para não vomitar de novo, sabe? Meus pais vão pirar se você estragar o carpete — diz Miley. — Sorte nossa que eles estão viajando. Assim, tenho a casa só para mim  até a noite.
— Como vim parar aqui? — A última coisa de que me lembro é que estava voltando para a minha casa...
— Você desmaiou  na praia. Então, Joe e eu trouxemos você para cá.
Ao ouvir o nome de Joe abro totalmente os olhos. Lembro-me vagamente de ter bebido... de estar andando pela praia... de ver Joe e Carmen  juntos. E depois Joe e eu... Será que beijei Joe ? Sei que me aproximei dele mas, então... Acho que comecei a vomitar. Sim, me lembro disso... Nada a ver com a imagem de perfeição que tento sempre preservar. Eu me sento lentamente, esperando que em algum momento minha cabeça pare de girar.
— Eu... cometi alguma estupidez? — pergunto.
Miley encolhe os ombros.
— Não sei  ao certo. Joe não deixou ninguém chegar perto de você. Agora... Se você acha que desmaiar nos braços dele foi uma estupidez... Então sim, você foi bastante estúpida.
Escondo a cabeça entre as mãos.
— Oh, Miley, por favor, não comente sobre isso lá no colégio.
Ela sorri:
— Não se preocupe. Não vou contar a ninguém que Demetria Lovato é humana.
— Por que você está sendo tão legal  comigo? Quero dizer, quando Carmen quis me agredir, você me defendeu... E agora me deixou dormir aqui a noite inteira, mesmo depois de ter ficado bem claro que não somos amigas.
— Também não sou amiga de Carmen. Ao contrário: temos uma rivalidade antiga... Sou capaz de fazer qualquer coisa para irritar aquela garota. Ela não consegue entender que Joe não é mais seu namorado.
— Por que eles romperam?
— Pergunte isso a Joe. Ele está dormindo no sofá da sala... Apagou logo depois de ter colocado você na minha cama.
Oh, não! Joe está aqui? Na casa de Miley ?
— Ele gosta de você sabe? — diz Miley observando as unhas, sem olhar para mim.
As palavras dela mexem comigo. Excitação, medo e alegria me invadem.
— Não é verdade — eu digo, embora esteja tentada a fazer perguntas, a pedir detalhes.
— Oh, por favor, você sabe disso, mesmo não querendo admitir.
— Para alguém que diz que nunca seremos amigas, você está compartilhando muitas coisas comigo nesta manhã.
— Bem, eu até queria que você fosse mesmo a vadia que algumas pessoas dizem que é...
— Por quê?
— Porque seria mais fácil detestar você.
Um riso breve, incrédulo, escapa da minha boca. Não estou a fim de contar a verdade a Miley. Não vou falar que minha vida está se desintegrando, escapando entre meus dedos como a areia da praia ontem à noite.
— Preciso ir para casa. Onde está meu celular? — pergunto tateando o bolso de trás do jeans. — E minha bolsa?
— Acho que estão com Joe.
Então não poderei sair de mansinho, sem falar com ele. Luto para manter os pigmeus quietos dentro da minha cabeça enquanto me arrasto para fora do quarto em busca de Joe.
Foi bem fácil encontrá-lo. A casa inteira é menor do que a piscina de Selena. Joe está deitado num velho sofá, usando apenas um jeans e nada mais. Seus olhos estão abertos, vermelhos e sonolentos.
— Ei... — ele diz muito amável, enquanto se espreguiça.
Oh Deus, estou numa grande encrenca. Não consigo deixar de olhar ansiosamente para o bíceps e o tríceps e todos os outros “íceps” de Joe. A sensação de medo, alegria e excitação cresce desmesuradamente e meus olhos inquietos encontram os dele.
— Ei... — Eu engulo em seco. — Eu... bem... acho que devo agradecer por você ter me trazido para cá, em vez de me deixar desmaiada lá na praia.
Ele me olha com firmeza enquanto diz:
— Descobri uma coisa na noite passada: não somos tão diferentes. Você faz o jogo das aparências assim como eu. Você usa seu visual, o corpo e o cérebro, para se garantir, para manter o controle da situação.
— Estou de ressaca, Joe. Não consigo nem pensar direito... E você resolve bancar o filósofo para cima de mim?
— Viu? Você está fazendo o jogo neste exato momento. Seja sincera comigo gracinha... Aceite meu desafio e seja verdadeira.
Ele só pode estar brincando. Ser verdadeira? Não posso... Pois começaria a chorar, ou talvez pirasse o suficiente para deixar escapar a verdade: que criei uma imagem de perfeição para me esconder atrás dela...
— Tenho que ir para casa.
— É melhor passar pelo banheiro antes — ele aconselha.
Antes que eu possa perguntar por que, vejo de relance meu reflexo num espelho que pende da parede.
— Droga! — eu grito. Parte do rímel endureceu sob meus olhos e outra parte escorreu, desenhando linhas escuras em minhas faces.
Estou parecendo um cadáver. Passo rápido por Joe, atravesso um corredor, entro no banheiro e me olho no espelho. Meu cabelo está pegajoso e despenteado, parece um ninho de pássaro. Como se o estrago causado pelo rímel já não fosse suficiente, estou tão pálida como minha tia Dolores, quando tira a maquiagem. Tenho bolsas sob os olhos, bolsas tão grandes que dariam para armazenar água para os meses de estiagem... Em tudo e por tudo, estou horrível... sob qualquer padrão.
Molho um pedaço de papel higiênico, esfrego na área abaixo dos olhos e nas bochechas, até que as linhas desapareçam. Agora preciso de um creme removedor de maquiagem, para conseguir tirá-las por completo. E minha mãe já me avisou que não é bom esfregar a pele sob os olhos, porque isso vai acabar provocando rugas prematuras. Mas uma situação desesperadora requer medidas radicais...
Quando as marcas deixadas pelo rímel enfim parecem imperceptíveis, tento atenuar as bolsas com água fria.
Sei que tudo isso vai servir apenas para amenizar os danos... Só posso cobrir as imperfeições e esperar que ninguém me veja desse jeito. Improviso um pente com os dedos, e o resultado não é lá muito bom. Então, prendo meus cabelos em “puff” no alto da cabeça, esperando conseguir um visual melhor do que esse ninho de pássaro. Enxáguo a boca com água, esfrego os dentes com um creme dental, esperando eliminar o pior da noite: o vômito, o sono pesado e a embriaguez... Tudo isso tem que desaparecer antes que eu chegue em casa. Se ao menos tivesse um brilho para passar nos lábios... Mas que pena, não tenho.
Endireitando os ombros e mantendo a cabeça erguida, abro a porta e volto à sala onde Joe se encontra agora em pé. Vejo Miley a caminho do seu quarto.
— Onde está meu celular? — pergunto. — E  por favor, vista uma camisa.
Ele se abaixa e pega meu telefone que estava no chão.
— Por quê?
— O motivo pelo qual pedi meu celular — eu digo, pegando o aparelho de suas mãos — é que preciso ligar para um táxi. E o motivo pelo qual pedi que vista a camisa... bem...
— Você nunca viu um cara sem camisa antes?
— Ah... Muito engraçado! Escute, o que vi ou deixei de ver  não é da sua conta.
— Quer apostar? — ele diz  abrindo o botão do jeans.
Miley volta à sala  nesse exato momento.
— Ei, Joe ! Você não está pensando em tirar as calças bem aqui, no meio da minha casa... Está?
Ela se vira para mim e eu ergo as mãos:
— Não me olhe assim. Eu ia chamar um táxi  quando ele...
Balançando a cabeça, enquanto Joe abotoa o jeans, Miley pega sua bolsa e retira um molho de chaves.
— Esqueça o táxi. Vou levar você para casa...
— Eu levo — Joe interrompe.
Miley  parece farta de nós dois. Nesse momento, sua expressão me faz lembrar a Sra. Peterson, na aula de Química.
— Quem você prefere? — ela pergunta. — Eu ou Joe ?
Tenho um namorado. Bem, reconheço que a cada vez que Joe me olha sinto uma onda de calor se espalhando por todo o meu corpo. Mas isso é normal. Somos jovens e entre nós existe uma óbvia atração sexual. Desde que fique só nisso, que não aconteça mais nada, não vejo problema algum.
Pois se eu fizesse uma besteira dessas as consequências seriam desastrosas. Eu perderia Zac, perderia meus amigos... E também o controle que tenho sobre minha vida. Porém, mais que tudo, perderia o que resta do amor que minha mãe tem por mim. Se eu não fosse considerada uma pessoa tão perfeita, o que aconteceu ontem com minha mãe pareceria insignificante. Para ela, quase tudo é aceitável  desde que as aparências sejam mantidas. Ela perderia muitos pontos na consideração geral, se alguém do clube que frequenta me visse com Joe. Diminuída entre seus amigos por uma ação minha, acabaria por me rejeitar. E isso eu não suportaria.
— Miley  me leve para casa — eu digo. E então olho para Joe.
Ele aceita minha decisão com um leve aceno de cabeça. Veste a camisa, pega suas chaves e sai sem dizer uma palavra. Escuto o som de sua moto se afastando.
Em silêncio, sigo Miley até seu carro.
— Você considera Joe mais do que um amigo, não é? — pergunto.
— Mais como um irmão. Nós nos conhecemos desde crianças.
Dou a ela algumas indicações sobre o trajeto para minha casa. Será que Miley está dizendo a verdade?
— Você acha Joe atraente?
— Conheço Joe desde que ele chorava quando seu sorvete caía no chão... Tínhamos uns quatro anos de idade. E também foi com ele que eu... — Miley se interrompe. — Bem... já passamos por muitas coisas juntos.
— Muitas coisas ? Será que você pode explicar melhor ?
— Não para você.
Quase posso ver um muro invisível se erguendo entre nós.
— Então, nossa amizade só vai até aqui?
Ela me olha de lado:
— Nossa amizade está apenas começando, Demetria. Não force a barra.
Já estamos perto de minha casa.
— É a terceira rua à esquerda — digo.
— Eu sei.
Miley  para em frente minha casa, ignorando o rebaixamento na calçada que permite a entrada de carros. Nós nos olhamos. Será que espera que eu a convide para entrar? Não costumo receber nem mesmo meus melhores amigos  aqui em casa.
— Bem, obrigada pela carona — digo. — E por ter me deixado desabar no seu quarto...
Miley  responde com um sorriso não muito alegre:
— Sem problemas.
— Não vou deixar que as coisas se compliquem entre Joe e eu, ok? — Embora no fundo, alguma coisa já esteja acontecendo...
— Ótimo. Pois, se fizerem alguma besteira, a coisa toda vai acabar explodindo na cara de vocês.
Os pigmeus voltam a martelar meu cérebro... E não consigo pensar direito sobre o que Miley acaba de dizer.
Encontro minha mãe e meu pai sentados em torno da mesa da cozinha. Tudo está muito quieto. Quieto demais por sinal. Há alguns papéis diante deles, sobre a mesa. Impressos, ou algo parecido. Ao me ver, os dois rapidamente se erguem, como se fossem crianças pegas em flagrante numa travessura.
— Ora... — diz minha mãe — pensei que você ainda... Bem, que você ainda estivesse na casa de Selena.
Meus sentidos estão em alertas. Minha mãe jamais gagueja. E parece nem ter percebido meu visual deplorável... Isso não é nada bom.
— Eu estava mesmo. Mas acordei com uma dor de cabeça terrível. — E me aproximo, olhando para os estranhos papéis que parecem interessar tanto a meus pais. Tento decifrar seu conteúdo. Consigo ler: Casa de Repouso Sunny Acres, para Pessoas Especiais.
— O que vocês estão fazendo?
— Discutindo nossas opções — diz meu pai.
— Opções? Mas nós não concordamos que internar Shelley estava fora de questão?
Minha mãe se vira para mim.
— Não. Você decidiu que internar Shelley seria uma má ideia. Nós ainda estamos discutindo o assunto.
— Vou entrar na Northwestern no ano que vem para poder morar perto de casa e cuidar de Shelley.
— No ano que vem você terá de se concentrar nos estudos e não em sua irmã — diz meu pai se erguendo. — Escute Demetria, temos de pensar sobre essa alternativa. Depois do que Shelley fez com você ontem...
— Não quero ouvir falar desse assunto — digo, interrompendo-o. Não aceito de modo algum, que minha irmã vá embora desta casa. Apanho os papéis sobre a mesa. Shelley precisa estar com sua família e não numa clínica na companhia de estranhos. Rasgo os papéis pelo meio, jogo-os na lata de lixo e então corro para o meu quarto.
— Abra essa porta, Demi — diz minha mãe mexendo na maçaneta.
Eu me sento na borda da cama. Fico atordoada, só de imaginar Shelley sendo posta para fora de nossa casa. Não, isso não pode acontecer. Só de pensar nessa possibilidade já me sinto doente.
— Você nem mesmo treinou Baghda! Parece que você quer mandar Shelley embora para sempre.
— Não seja ridícula. — A voz de minha mãe atravessa a porta um tanto amortecida. — Descobrimos uma clínica no Cobrado, recém-construída... Se você abrir a porta, poderemos discutir sobre isso de maneira civilizada.
— Não quero uma discussão civilizada. Meus pais resolveram mandar minha irmã para uma clínica nas minhas costas. E minha cabeça parece que vai explodir... Portanto, me deixe sozinha ok?

Alguma coisa está saindo do meu bolso... É o lenço de Joe. Miley, que não é minha amiga tem me ajudado muito nesses dias. E Joe cuidou de mim ontem à noite, como se fosse meu namorado. Ele me protegeu. E depois me pediu para ser verdadeira... Será que sei o que isso significa ? Seguro o lenço de Joe junto ao peito. E me permito chorar.

.....................continua.......

MAIS UM CAPITULO PRA VOCÊS !!!!  AS COISAS AINDA ESTÃO MEIO MORNAS COM JOE E DEMI ....MAS LOGO,VAI COMEÇAR A ESQUENTAR .....DEMI JÁ ESTÁ SE PERMITINDO OLHAR PRA JOE DE UM MODO DIFERENTE .....LOGO LOGO VAI TER JEMI *--*
GALERA ...VCS ESTÃO COMENTANDO POUCO HEIN ...!!!
CADÊ MEUS BELOS COMENTÁRIOS QUE EU SEMPRE RECEBO ????  :((
BOM.....MAS AGRADEÇO E FICO MEGA FELIZ COM OS QUE SEMPRE COMENTAM *--*
ENTÃO PRA MANHÃ ...QUERO VER BASTANTE COMENTÁRIOS ....
BEIJOS  !!!  *--*



capitulo 12 MARATONA 1/10


JOE *



Olho para o vômito, no meu sapato:
— Já passei por coisas piores...
Demetria se endireita e eu solto seus cabelos, que consegui manter afastados de seu rosto enquanto ela vomitava. Tento não pensar na sensação desses cabelos deslizando entre meus dedos como fios de seda.
Imagino que sou um pirata, sequestrando e levando Demetria para o meu navio. Acontece que não sou um pirata e ela não é minha princesa raptada. Somos apenas dois adolescentes que se odeiam. Ok, eu realmente não odeio essa garota. Tiro o lenço da Sangue Latino que trago na cabeça e dou para ela:
— Tome, limpe o rosto.
Ela pega o lenço como se pegasse um guardanapo num restaurante de primeira classe... Enxuga os cantos da boca  enquanto lavo meu sapato nas águas geladas do Lago Michigan. Não sei o que dizer ou fazer. Aqui estou, com uma Demetria Lovato completamente bêbada. Não estou acostumado a ficar sozinho com garotas brancas e chapadas. Ainda mais com esta, que me deixa doido de excitação. Com Demetria nessas condições  posso me aproveitar dela e ganhar aquela aposta que fiz... Seria bem fácil  neste momento.
— Vou arranjar alguém que leve você para casa — eu digo, antes que e minha mente detonada comece a pensar nos milhões de modos com que eu poderia ter com Demetria  nesta noite. Estou zonzo de álcool e também um pouco alto. Quando fizer sexo com essa garota  quero estar totalmente lúcido.
Ela morde os lábios  amuada como uma criança.
— Não... Não quero ir para casa. Vou para qualquer lugar, menos para casa.
Cara... Estou em apuros. Tengo un problema.
Ela me olha, e seus olhos brilham como jóias raras  à luz do luar.
— Zac acha que eu quero ficar com você. Ele diz que nossas brigas são só desculpas para... bem, você sabe.
— E você... O que pensa sobre isso? — pergunto com a respiração suspensa, ansioso para ouvir a resposta. Por favor, por favor, preciso me lembrar dessa resposta amanhã cedo.
Ela ergue o dedo e diz:
— Não sei. Ainda estou pensando no que ele disse. — Então se ajoelha no chão e vomita de novo... Quando termina  está fraca demais para andar. Ela mais parece uma boneca de pano desconjuntada. Sem saber mais o que fazer  levo Demetria até a enorme fogueira que meus amigos armaram.
Ela passa os braços em volta do meu pescoço... E sinto que ela precisa de alguém para ser seu campeão, seu herói  na vida. Certamente esse herói não é Zac... Nem eu .
Ouvi dizer que  antes de Zac, durante o primeiro ano do curso secundário, Demetria  namorou um cara do terceiro ano. É... A garota tem alguma experiência... Mas  então, por que ela parece assim, inocente? Tremendamente sexy, mas inocente. Chego perto dos amigos... E todos me olham. Estou com uma garota branca, rica e bêbada nos braços. Eles pensam no pior... E eu não conto que  enquanto caminhávamos, minha parceira de Química resolveu cair no sono.
— O que você fez com ela? — pergunta Harry.
Lucky se levanta, furioso:
— Que merda, Joe... Então eu perdi meu RX-7?
— Não seu cretino. Não me aproveito de garotas desmaiadas.
Pelo canto do olho  vejo Carmen... fervendo de raiva. Merda. Eu realmente acabei com a noite dela e mereço sua fúria. Faço um gesto para Miley:
— Miley, preciso de você.
Ela lança um olhar na direção de Demetria:
— O que você quer que eu faça?
— Que me ajude a levar essa garota para casa. Estou chapado e não posso dirigir.
Miley balança a cabeça.
— Você sabe que ela tem um namorado? E que é rica? E branca? E usa roupas de grife, do tipo que você nunca poderá comprar?
Sim, eu sei. E estou cansado de me lembrar disso a toda hora.
— Preciso de ajuda, Miley... E não de um sermão. Harry  já me falou de toda essa merda  hoje.
Miley  levanta as mãos:
— Tudo bem, só estou apontando os fatos. Você é um cara inteligente Joe... Então, ponha isso na cabeça: não importa o quanto você queira essa menina  em sua vida... Ela não vai pertencer a você. Um triângulo não se ajusta a um quadrado. E agora vou calar a boca.
— Gracias — respondo sem contestar a teoria de Miley... Mas se um quadrado for suficientemente grande, um triângulo pequeno pode muito bem caber dentro dele. Tudo o que se precisa fazer são alguns pequenos ajustes  na equação. Só que estou muito bêbado e alto  para argumentar sobre esse assunto.
— Deixei meu carro do outro lado da rua — diz Miley, com um longo suspiro de frustração. — Venha.
Levando Demetria, sigo Miley  até o carro, rezando para que ela não fale mais nada. Mas não tenho essa sorte...
— Eu estudei com essa garota  no ano passado — diz Miley.
— Hum-hum...
Ela dá de ombros:
— Boa menina. Mas usa maquiagem demais.
— A maioria das meninas detestam Demetria.
— A maioria das meninas gostariam de ser iguais a Demetria. Gostariam de ter o dinheiro dela, o namorado dela.
Paro e olho para Miley, com repulsa:
— O Cara de Burro?
— Oh, por favor Joe... Zac Adams é bonito, é capitão do time de futebol, é o herói do Colégio Fairfield. E você é como o Danny Zuko em Grease - No Tempo da Brilhantina. Você fuma, você faz parte de uma gangue, e já namorou as piores e mais quentes garotas da cidade. Já Demetria é como Sandy, a heroína do Grease... Uma Sandy que nunca vai aparecer na escola usando jaqueta de couro preta, com um cigarrinho na boca... Portanto, é melhor você desistir dessa fantasia.
Coloco “minha fantasia” no banco traseiro do carro e me sento ao lado dela.
Demetria se aconchega em mim  como se eu fosse seu travesseiro; seus cabelos loiros se espalham em meu colo. Fecho os olhos por um segundo, tentando afastar essa imagem da cabeça. E não sei o que fazer com minhas mãos. A direita está apoiada no descanso da porta. A esquerda está suspensa sobre Demetria. Vacilo. A quem estou tentando enganar? Não sou virgem. Sou um cara de dezoito anos. E o fato de ter uma garota sexy, desmaiada, a meu lado  não me assusta... Mas  então, por que estou com medo de deixar meu braço na posição mais confortável  bem aqui, sobre o diafragma de Demetria?
Com a respiração suspensa, coloco meu braço sobre ela.
Demetria  se aconchega ainda mais em mim... Começo a me sentir estranho, meio zonzo. Ou isso é algum efeito retardado daquele cigarrinho, ou... Não quero pensar sobre o “ou”. Os longos cabelos de Demetria se espalham em minhas coxas. Sem pensar, enrosco minhas mãos neles e fico vendo os fios sedosos deslizando entre meus dedos. Paro abruptamente ao ver que em seu couro cabeludo, bem perto da nuca, há uma falha de cabelos... E o local está irritado. É como se tivessem arrancado um punhado de seus cabelos ao invés de apenas alguns, para um teste anti-doping ou qualquer coisa assim.
Enquanto Miley  manobra o carro, Harry se aproxima, faz sinal para ela parar e se acomoda no banco do passageiro. Eu me apresso a cobrir a falha nos cabelos de Demetria; não quero que ninguém veja esse seu defeito. Também não quero analisar meus motivos para fazer isso... Teria que pensar muito  para entender. E  nas condições em que me encontro, pensar é doloroso demais.
— Ei  crianças, resolvi dar esse passeio com vocês — diz Harry. Olha para trás e me vê com Demetria. Então balança a cabeça e faz um som com os lábios: tsk, tsk, tsk...
— Cale a boca — eu aviso.
— Não falei nada.
Um celular toca. Posso sentir a vibração  no jeans de Demetria.
— É o celular dela — digo.
— Atende — Miley  me diz.
Porra, já estou me sentindo o sequestrador da garota... E agora vou atender seu celular?
Virando Demetria ligeiramente, sinto o volume no seu bolso traseiro.
— Contesta — Miley  torna a dizer, agora em Espanhol.
— Estou atendendo — digo  baixinho, tateando desajeitadamente o bolso de Demetria, para pegar o telefone.
— Eu cuido disso — diz Harry, inclinando-se sobre o assento e levando a mão ao traseiro de Demetria
Eu o afasto com um tapa:
— Tire a mão daí.
— Nossa  cara eu só estava tentando ajudar.
Como resposta, olho para ele de um jeito que não deixa dúvidas sobre o que pode acontecer se ele quiser bancar o besta de novo. Meus dedos escorregam para dentro do bolso traseiro de Demetria, e tento não pensar em como seria fazer isso sem esse jeans atrapalhando. Puxo o celular devagar, centímetro por centímetro. O celular continua vibrando. Quando finalmente consigo sacá-lo, olho para o display.
— É Selena, amiga dela.
— Responda — diz Harry.
— Ficou louco cara? Não vou conversar com nenhum deles.
— Então, por que pegou o telefone?
É uma boa pergunta... Que não sei como responder. Miley balança a cabeça.
— É isso que dá misturar triângulos e quadrados.
— Temos que levar Demetria para a casa dela — diz Harry. — Você não pode ficar com essa menina, Joe.
Eu sei. Mas ainda não estou pronto para me separar de Demetria... Ainda não.

— Miley, vamos para a sua casa.

.....continua..........

Oiiiiiii  desculpem a demora ....muitas coisas ....kkk Mas agora estou de volta ....e com uma MARATONA pra vocês .....Capitulo muito lindo ....Joe fofo cuidando da Demi *---*
Gente .....mudando de assunto ....









Cara ...Demi no Brasil ...e eu em casa :((  muito triste isso .....   Não vou na tour ....
eu fiquei acompanhando a cobertura pelo face ....meu deus ...ela estava muito perfeita ...aquele cabelo colorido ...JESUS  !!!    E ainda trouxe a familia .....adorei a Dallas ...kkk  como dizem :  do povão kkk
Daria tudo pra ir no show ... vocês foram ?/ vão ?
comentem ....próximo capitulo de noite ....mais tem q ter bastante comentarios  ...bjss



quarta-feira, 16 de abril de 2014

capitulo 11


DEMI *



Consegui convencer Selena, Justin, Zac, Shane e Tiffany a ir ao Club Mystique nesta noite, o lugar de que Megan me falou. O Mystique fica em Highland Grove. Como Zac não gosta de dançar, acabei dançando com o resto da turma e também com um cara chamado Troy, que dança muito bem. Acho até que aprendi uns movimentos novos, que pretendo adaptar para a turma da torcida organizada. Agora, estamos na casa de Sel.  Minha mãe sabe que vou dormir na casa de Sel, hoje. Portanto, não tenho que me preocupar com telefonemas ou broncas. Enquanto Selena e eu estendemos mantas na areia, na praia privativa  atrás da casa, Tiffany se retarda... Fica para trás, com os rapazes que estão descarregando as cervejas e garrafas de vinho  escondidas no bagageiro do carro de Zac.
— Justin e eu fizemos sexo, na semana passada — Sel me conta.
— Sério?
— Sim. Sabe, eu queria esperar até que entrássemos na faculdade, mas... simplesmente aconteceu. Fui até a casa  de Justin, os pais dele estava viajando, uma coisa levou à outra... E acabamos fazendo.
— Uau! E como foi?
— Não sei... Para ser franca, achei meio estranho. Mas Justin foi muito gentil, depois de tudo, me perguntando a toda hora se eu estava bem. E à noite apareceu em casa com três dúzias de rosas vermelhas. Tive de mentir para os meus pais e dizer que as rosas eram um presente pelo nosso aniversário de namoro. Eu não podia contar, simplesmente, que eram uma comemoração por eu ter perdido minha virgindade com ele... E quanto a você e Zac ?
— Zac quer fazer sexo — eu digo a ela.
— Todos eles querem, depois dos catorze anos — diz Sel. — A função dos rapazes é querer ter relações sexuais.
— Mas eu... bem... não quero. Ao menos por enquanto.
— Então, a sua função é dizer não — Selena  responde, como se fosse muito fácil fazer isso. Sel não é mais virgem... Ela disse sim. Por que é tão difícil  para mim  fazer o mesmo? Por que também não digo sim? — Como vou saber  quando chegar o momento certo?
— Não sou a pessoa mais indicada para responder isso. Acho que  quando estiver totalmente pronta, você vai querer fazer sexo, sem reservas, sem perguntas. Nós sabemos que eles querem sexo... Se vai acontecer, ou não, depende de nós. Sabe, a primeira vez não é nada fácil, nem divertido. Foi uma coisa meio... incômoda. E, durante a maior parte do tempo  eu me senti uma idiota. Mas estar disposta a se expor a erros, colocando-se numa posição vulnerável, com a pessoa amada, é o que torna tudo tão belo e especial.
Será que foi por isso que eu não quis fazer sexo com Zac ? Talvez  no fundo, eu não o ame tanto quanto imaginava. Será que sou capaz de amar alguém, a ponto de me expor e me tornar vulnerável? Realmente, não sei.
— Tyler rompeu com Tiffany, hoje — Sel me conta, baixando a voz. — Ele começou a ter encontros com uma garota  em seu dormitório.
Se eu antes não sentia pena de Tiffany, agora sinto. Sobretudo porque ela depende demais da atenção dos rapazes, uma atenção que alimenta sua auto-estima. Não é à toa que  nesta noite, ela está assediando Shane o tempo inteiro.
Tiffany e os outros rapazes surgem no nosso campo de visão e eu fico observando enquanto eles estendem mantas pela areia. Agarrando Shane pela camisa, Tiffany puxa-o para o lado.
— Vamos fazer amor — ela diz.
Shane, com seus cabelos castanhos encaracolados, está pronto para atender seu pedido.
Puxo Tiffany de lado e digo, para que só ela possa me ouvir:
— Não brinque com Shane.
— Por que não?
— Porque você não gosta dele tanto assim. Não o use... Nem deixe que ele use você.
Tiffany  me empurra:
— Você realmente tem uma visão distorcida da realidade, Demi... Ou talvez você goste de ficar apontando os defeitos de todo mundo, só para se sentir a Rainha da Perfeição.
Isso não é justo. Não quero apontar os defeitos de Tiffany. Mas, como sua amiga  não é meu dever tentar impedi-la de prosseguir nesse jogo auto-destrutivo? Talvez não seja. Somos amigas, mas não super-íntimas. A única amiga realmente próxima que possuo é Selena. Como me atrevo a aconselhar Tiffany, se não dou a ela o direito de fazer o mesmo comigo?
Sel, Justin, Zac e eu nos sentamos nas mantas e comentamos sobre o último jogo de futebol, em volta de uma fogueira que acendemos com gravetos e velhos pedaços de madeira.
Rimos, recordando os jogos em que levamos a pior e imitando o treinador do time... Quando ele fica com raiva, seu rosto enrubesce violentamente. Então ele perde o controle, começa a berrar e a mandar uma chuva de palavrões em todo mundo. Justin faz uma imitação hilária dele.
É gostoso estar aqui, sentada, com Zac e meus amigos. Por alguns instantes consigo esquecer meu parceiro de Química, que ultimamente tem ocupado demais meus pensamentos.
Pouco depois, Sel e Justin resolvem dar uma volta e eu me encosto em Zac, com os olhos fixos na fogueira, que espalha sua luz generosa, me encantando e fazendo a areia em torno brilhar... A despeito do meu conselho Tiffany desapareceu com Shane e ainda não voltou.
Pego a garrafa de Chardonnay que os rapazes trouxeram. Eles bebem cerveja e as garotas bebem vinho porque Sel detesta o gosto da cerveja. Levo a garrafa aos lábios e tomo o que resta... Começo a ficar ligada, mas acho que seria preciso uma garrafa inteira para que eu me sentisse solta e feliz.
— Você sentiu minha falta, nesse verão? — pergunto, inclinando-me para Zac, enquanto ele acaricia meu cabelo que, provavelmente, está despenteado. Gostaria de estar bêbada o suficiente para não me importar com isso. Zac pega minha mão, levando-a até sua virilha... Então geme baixinho e lentamente.
— Sim — ele responde, com os lábios colados ao meu pescoço. — Demais...
Retiro a mão... E Zac começa a me acariciar; seus braços deslizam por meu peito, como cobras. Então ele aperta meus seios, como se fossem balões cheios de água. Antes, eu não me importava que Zac me tocasse, mas agora me sinto desconfortável e até irritada com essas mãos que vão e veem. Por isso me encolho, colocando-me fora de seu alcance.
— Qual é o problema, Demi ?
— Não sei. — Realmente, não sei. Minha relação com Zac  parece tensa, desde o início das aulas. E os pensamentos sobre Joe continuam passeando por minha cabeça... Isso me irrita, mais que tudo. Pego uma cerveja. — Isso parece tão... forçado — digo a Zac, enquanto abro a lata. Tomo um gole e pergunto: — Por que não podemos ficar aqui, sentados, conversando simplesmente, sem essa pressão sexual?
Zac deixa escapar um longo e dramático suspiro.
— Demi, eu quero fazer isso.
Tento tomar a cerveja de uma só vez, mas acabo me engasgando.
— Você quer dizer... agora? Se nossos amigos voltarem, eles poderão nos ver...
— Por que não? Já esperamos muito...
— Não sei, Zac — digo, assustada com o rumo da conversa. — Gostaria que isso acontecesse assim, espontaneamente... de maneira natural.
— O que poderia ser mais natural do que fazer sexo aqui, ao ar livre, na areia?
— Você trouxe preservativo?
— Eu tiro quando for gozar.
Essa resposta não foi nada romântica... E não me tranquiliza, nem um pouco. Vou morrer de preocupação o tempo inteiro, com medo de engravidar. E não é isso que espero  da minha primeira vez.
— Fazer amor significa muito  para mim — eu digo.
— Para mim também. Então, vamos começar agora.
— Você mudou muito  neste verão.
— Talvez eu tenha mudado  sim — ele responde, na defensiva. — Talvez eu queira um pouco mais da nossa relação. Nossa, Demi... Onde já se viu uma estudante do curso secundário  ainda virgem? Todo mundo pensa que já fizemos sexo... E fico me perguntando por que não fazemos. Porra, Demi... Você até deixou que aquele cara, o Fuentes, pensasse que pode fazer sexo com você...
Meu coração salta dentro do peito.
— Acha que prefiro o Joe a você? — pergunto. Meus olhos se enchem de lágrimas. Não sei se o álcool me deixou assim, emotiva, ou se Zac acertou em cheio. Só consigo pensar no meu parceiro de Química. E me detesto por isso... E agora fiquei com raiva de Zac, por ter adivinhado o que está se passando comigo.
— E quanto a Tiffany ? — eu rebato, olhando ao redor, para me certificar de que ela não pode nos ouvir. — Vocês dois parecem um casalzinho apaixonado na aula de Química.
— Pare com isso, Demi. Ao menos a Tiffany me dá atenção na aula de Química... Coisa que você não faz porque, obviamente, está sempre muito ocupada  discutindo com o Fuentes. Todo mundo sabe que é assim que começam as transas.
— Isso não foi nada engraçado, Zac.
— Ei, o que está acontecendo? — pergunta Selena, que estava com Justin atrás de uma grande rocha.
— Nada — eu respondo e recolho minhas sandálias. — Vou para casa.
Sel pega sua bolsa:
— Vou com você.
— Não — eu digo, firme.
Estou me sentindo diferente, meio aturdida e meio maravilhada... como ter uma experiência extra-sensorial. E quero desfrutá-la sozinha. No quero nem preciso de ninguém comigo. Vou andar...
— Ela está bêbada — diz Justin, olhando para a garrafa vazia e a lata de cerveja a meu lado.
— Não estou — eu digo a eles. Pego outra lata de cerveja e abro enquanto me afasto, caminhando pela praia. Sozinha... por mim mesma... tal como deve ser.
— Não vou deixar você ir sozinha — diz Sel.
— Só quero ficar a sós comigo mesma... Preciso pensar.
— Demi, volte aqui — diz Zac, mas não se levanta.
Eu o ignoro.
— Não vá além do quarto píer — Sel me alerta. — Não é seguro.
— Seguro... grande coisa! E daí  se algo me acontecer? Zac não se importa comigo... E, pelo que me consta, meus pais também não.
Fecho os olhos, sinto a areia sob os pés, penetrando entre meus dedos. Respiro a brisa fresca e agradável que sopra do Lago Michigan, acariciando meu rosto. Tomo mais um gole de cerveja. Esqueço tudo, exceto a areia e a cerveja  e continuo andando. Paro às vezes para contemplar as águas escuras, onde a luz da lua se reflete e parece chegar até meus pés por uma trilha brilhante e prateadas que divide as águas em duas partes. Já passei por dois píers... Talvez três. De qualquer modo minha casa não é longe. Talvez um quilômetro e meio, ou menos... Quando chego ao acesso que dá para a rua onde moro, ouço a música. Alguém está tocando  logo ali adiante. Eu amo música. E o contato dos meus pés com a areia é tão agradável... Parece um daqueles travesseiros macios onde é bom se recostar.
Fecho os olhos e deixo que meu corpo se mova em direção à música desconhecida.
Não tenho noção de quanto caminhei e dancei... Até que o som de risos e de vozes em Espanhol me faz congelar. Pessoas usando lenços vermelhos e pretos surgem à minha frente... Num claro sinal de que ultrapassei o quarto píer.
— Vejam só... É Demetria Lovato, a patricinha mais gostosa do colégio! — diz um deles. — Venha gracinha... Dance comigo.
Meus olhos percorrem o grupo, buscando desesperadamente por um rosto amigo. Joe.
Ele está aqui. E Carmen Sanchez está sentada no seu colo. Um quadro realmente preocupante.
O cara que me chamou para dançar avança em minha direção.
— Você não sabe que este lado da praia é dos mexicanos? — ele diz, chegando ainda mais perto. — Ou talvez você tenha vindo procurar algo mais... moreno. Você sabe o que dizem  baby: a carne escura é a mais gostosa.
— Ora, me deixe em paz — digo. E minha voz soa arrastada.
— Você acha que é boa demais para mim? — O cara está agora muito perto, seus olhos estão cheios de raiva. A música cessa. Meio cambaleante, eu recuo. Estou bêbada  mas não tanto, a ponto de ignorar o perigo.
— Javier, pare com isso — diz Joe, em voz baixa. — É uma ordem.
Joe está acariciando Carmen, seus lábios quase roçando a pele dela. Eu me sinto balançar... Este é um pesadelo e preciso fugir  o mais rápido possível. Começo a correr... Com o riso dos caras da gangue soando bem atrás de mim. Mas não consigo correr tão rápido como deveria. Sinto-me como num sonho. Meus pés se movem, mas não me levam a lugar algum.
— Demetria, espere! — ouço uma voz dizer.
Eu me viro e fico face a face com o cara que vem atravessando os sonhos que tenho, acordada ou não, dia e noite. Joe: o cara a quem tanto detesto... O que não consigo tirar do pensamento, não importa o quanto eu tenha bebido.
— Não ligue para o Javier — diz Joe. — Às vezes ele perde a noção das coisas.
Estou atordoada. Joe se aproxima e enxuga uma lágrima que me escorre pelo rosto.
— Não chore. Javier não ia fazer mal a você... De qualquer forma, eu não deixaria.
Devo contar a Joe que não estou com medo de me machucar e sim de perder o controle?
Embora eu não tenha corrido muito, estamos longe dos amigos de Joe. Eles não podem me ver, nem me ouvir.
— Por que você gosta da Carmen? — pergunto, enquanto o mundo balança e caio sentada na areia. — Ela é má.
Joe estende as mãos para me ajudar... E eu recuso. Então ele põe as mãos nos bolsos.
— Por que porra você se importa com a Carmem? Você me deixou na mão.
— Tive que cuidar de umas coisas...
— Como lavar o cabelo, ou ir à manicure?
Algo como ter um tufo de cabelos arrancado pela minha irmã, ou levar uma dura de minha mãe...
Bato com meu dedo no peito de Joe:
— Você é um imbecil.
— E você é uma vadia... — ele diz. — Uma vadia com um sorriso capaz de enlouquecer qualquer um... E olhos que podem fazer um cara perder a cabeça. — As palavras parecem escapar de sua boca, sem nenhum controle, e até mesmo ele parece assustado com o que acabou de dizer.
Eu esperava que Joe me falasse muitas coisas... menos isso. Sobretudo, não isso. Reparo em seus olhos injetados:
— Você está alto, Joe.
— Sim. E você também não parece muito sóbria. Talvez este seja um bom momento para me pagar aquele beijo...
— Sem chance.
— Por que não? Está com medo de gostar demais e acabar esquecendo aquele seu namorado idiota?
Beijar Joe ? Nunca... Embora eu tenha pensando nisso ultimamente. Muito mesmo. Mais do que deveria. Seus lábios são carnudos e tentadores. Cara, ele é demais. E eu estou bêbada. Definitivamente  não me sinto bem. Já passei daquele torpor inicial e agora estou delirando, porque penso em coisas que não deveria pensar, de jeito nenhum... Coisas do tipo... Bem, penso no quanto desejo sentir os lábios de Joe sobre os meus.
— Tudo bem... me beije, Joe — digo, avançando um passo e me inclinando para ele. — E então ficaremos quites.
Ele segura meus braços... É isso. Estou prestes a descobrir como é um beijo de Joe. Ele é perigoso e costuma zombar de mim. Mas é sexy e moreno e bonito. Ficar assim, tão perto de Joe, faz meu corpo estremecer de desejo e minha cabeça rodar... Enrosco meu dedo na cintura do jeans de Joe, para me equilibrar, e faço com que ele gire comigo numa dança bêbada... É como se estivéssemos rodando num carrossel.
— Assim você vai acabar passando mal — ele avisa.
— Que nada... Estou adorando este passeio.
— Não estamos passeando.
— Oh — eu digo, totalmente confusa. Desprendendo o dedo, olho para os meus pés que parecem se mover por conta própria, flutuando sobre a areia. — Estou zonza, só isso... Mas estou bem.
— Está nada...
— Vou me sentir melhor  se você parar de se mexer.
— Não estou me mexendo... E detesto dar uma má notícia  gracinha, mas acho que você vai vomitar.
Ele tem razão. Meu estômago está revoltado. Joe me segura com uma das mãos... Com a outra, afasta meus cabelos  enquanto eu me curvo e começo a vomitar.
Não consigo acalmar meu estômago. Vomito e me ergo, ofegante. Borbulhas e sons desconexos brotam da minha boca, mas estou bêbada demais para me importar com isso...
— Veja só... — digo, entre um acesso de vômito e outro — meu jantar caiu todo no seu sapato!


................continua ........

DESCULPEM A DEMORA .....DIAS COMPLICADOS ...GALERA ..NÃO VAI DÁ PRA MIM FAZER A MARATONA ESSA SEMANA ...MINHA PRIMA VAI CHEGAR DE OURO PRETO  E FAZ MAIOR TEMPÃO QUE EU NÃO VEJO ELA ...AI EU NÃO VOU ESTAR EM CASA PRA PODER POSTAR ...MAS EU VOU DÁ UM JEITINHO DE POSTAR NEM QUE SEJA 2 OU 3 CAPITULOS DURANTE ESSA SEMANA E SEMANA QUE VEM .......MAS LOGO LOGO EU VOU POSTAR A MARATONA PRA VOCÊS ....PROMETO ....
VOLTANDO AO CAPITULO :
QUE LINDINHO..JOE SE PREOCUPANDO COM DEMI ....SEGURANDO ELA E SEUS CABELOS PRA ELA VOMITAR ....MUITO FOFO ..NÃO É ?!!!!
COMENTEM BASTANTE .....BEIJOSSSSS  ( AHH  E CONTAGEM REGRESSIVA PRA CHEGADA DA DEMI ....QUEM ESTÁ MEGA ANCIOSA ? EUUUUUUU  )