quinta-feira, 20 de março de 2014

capitulo 14 maratona 3/10




Entrei e os pais da Sel conversavam na sala. O pai dela estava com uma cara mais amistosa, apesar do seu ciúme quase incontrolável. A Sel era o xodozinho do papai e da mamãe. Subi as escadas e bati na porta do quarto.
— Quem é? — ela dizia com uma voz muito brava.
— Sou eu, Sel. Abre logo, vai. Você vai fazer fiasco justo no dia do meu aniversário? — ela abriu a porta e estava com a maquiagem toda borrada. — Sel, não te entendo — qual é? Quem não quer um gato, tremendamente gato, te pedindo em namoro. — O que foi, amiga?
— Ahhh, Demi... É que agora fudeu. Cara, fui pedida em namoro para os meus pais. Você tem noção do que isso significa? — ela se jogou no sofá próximo à janela, realmente eu não tinha noção do que era isso, mas parecia bom para mim. — Compromisso sério. Gosto do Nick e muito, mas sei láa... Nunca tive um namoro assim. Tenho medo que meus pais fiquem me regulando agora, porque sabem que estou pegando alguém. Tipo “namoro no sofá da sala ”. Olha bem para mim... Você acha que tenho cara de quem gosta disso?
— Sel, você é muito boba mesmo. Seus pais são tranquilos, Sel... E não vão fazer isso. Eles são jovens e tem uma noção de que as coisas mudaram. Tia Mandy não está brava com você e com certeza ela prefere que você namore com alguém dentro de casa do que fique invadindo salões de festa ou banheiros femininos para se pegar com caras que te ignoram depois. Seu pai deu um piti porque ele foi pego de surpresa, quem me dera ter alguém me pedindo em namoro assim.
— Amiga... Mas nem sei namorar. Meu namoro mais longo durou uma semana.
— Você aprende, pode ter certeza disso — ouvimos passos no corredor, paramos de falar e olhamos para a porta.
— Oi — Joe foi entrando no quarto, sentou na cama ao meu lado. — Então, ainda está em crise? — a Sel mostrou a língua para ele enquanto tentava sem sucesso limpar os olhos borrados.
— É que para mim isso tudo é muito novo... E tenho medo. Nunca namorei. Possivelmente meu pai só imaginava que eu tinha beijado alguém, nunca tinha realmente estado ciente de que me envolvia com alguém do sexo oposto. E... Vocês têm seus segredinhos... isso me assusta também. Tenho medo dele ir embora.
— Ele não vai fazer isso, Selena — Joe disse em tom firme. — Não é mesmo, Nick ?
Olhamos novamente para a porta onde o Nick apareceu com uma feição muito triste. Ele encostou-se ao batente da porta e ficou olhando-a nos olhos.
— Você tem razão, Sel. Talvez eu não seja nem de perto o homem dos seus sonhos, talvez tenha me precipitado ao ir falar com seus pais sem seu consentimento. Mas tenha uma certeza — ele começou a andar em direção a ela —, eu amo você, Sel, desde quando nos falamos pela primeira vez. Sou louco por você, por cada pedacinho da sua personalidade e não vou te deixar nem que você queira — não sei a Sel, mas eu estava derretidinha. — Sei que tenho muita coisa para te contar, mas te peço paciência — ele ajoelhou na frente dela. — Prometo a você que vou te contar tudo na hora certa, mas, por favor, Sel... — a voz dele começava a falhar. — Não me deixe assim. Não acabe com tudo antes de sequer ter começado. Seus pais já autorizaram nosso namoro — ele deu um suspiro muito fundo. — O que você quer?
Ela o puxou para a cama e o abraçou chorando. Foi tão bonitinho que acabei até dando um suspiro. Joe me olhava como se tudo aquilo parecesse engraçado demais para ele. Joe nunca seria como o Nick, era incrível eles se darem bem, sendo tão diferentes.
— Quero você, Nick. Muito — respondeu a Sel.
— Acho melhor fechar a porta. Se a tia Mandy nos pega aqui em cima, pode ficar brava — disse baixinho ao Joe, imaginei que ela não queria ver a filha abraçando o namorado na cama, sei lá.
— Foi ela mesma que nos disse para subir... — Joe me dizia em tom divertido.
— Como assim? — perguntamos a Sel e eu em uníssono.
— É — o Nick respondeu. — Minha sogrinha nos chamou na sala e disse: “Acho melhor vocês darem uma força para a Demi, porque ela não vai conseguir tirar a Sel do quarto sozinha”.
— Inacreditável. Se soubesse que seria assim tão tranquilo... — disse a Sel.
— Viu só, sua boba? Não tem motivos para se preocupar — pisquei para ela.
— Demi ? — a Mãe da Sel gritava lá de baixo. — Venha até aqui. Temos mais uma surpresinha para você! — olhei para a Sel e ela parecia tão surpresa quanto eu. Fomos os quatro para baixo.
Não conseguia acreditar no que estava vendo. Lá estava ele parado na porta da casa da Sel com uma caixa rosa nas mãos.
— Pai? — empaquei no último degrau da escada. — Mas... O que... O que você está fazendo...
— Desculpe, filha. Acho que me atrasei para sua festinha — ele olhava mais para o Joe parado ao meu lado do que para mim. Ficamos todos parados sem reação, nem mesmo os pais da Sel se moveram. Por fim acabaram quebrando o gelo:
— Imagine, ainda temos um bolinho para você. Não é, Demi ? — desci o último degrau.
— Claro... Mas você não estava trabalhando, pai? — era surreal o fato dele ter aparecido para me ver.
— Estou. Na verdade passei aqui somente por que... Por que a senhora Gomez me ligou falando da festa e por que queria te dar seu presente — ok, aquilo era ainda mais surreal. Ele veio em minha direção, me deu a caixinha e tentou me abraçar, mas como nunca fazíamos isso, ele resolveu bagunçar o meu cabelo. Aquilo era demais para mim. Sem soluços, sem desespero, mas não tive como conter a lágrima rolando pelos meus olhos. Meu pai parecia se preocupar comigo e ter aparecido... Até parecia que ele me amava. — Feliz aniversário, Demetria. E me perdoe por ser assim tão ausente.
— Obrigada, pai — olhei para ele nos olhos. A cor dos nossos olhos era tão idêntica, mas nunca conseguia olhar para eles por muito tempo, nunca soube o porquê disso. Ele sempre disse que eu era estupidamente parecida com minha mãe. Depois de ver fotos dela sabia que isso era verdade, mas conseguia ver coisas dele em mim também. Por mais distante que fosse, ele era meu pai e eu o amava do meu jeito estranho. Abri a caixa rosa e fiquei ainda mais surpresa com o que havia dentro.
— Pai! É um... Um celular?
— Agora ninguém mais vai te perder na rua. Fiquei muito preocupado com você quando esteve internada e acho que isso pode ajudar se você passar mal de novo — não pude deixar de perceber Joe e Nick abaixando a cabeça. A Sel me lançou um olhar de canto de olho e disse.
— Já não era sem tempo, Demi !
— Obrigada, pai — consegui dizer por fim. — Venha, acho que ainda tem um pedaço de bolo para você.
— Não posso demorar muito, Demi, mas acho que tenho tempo para comer o bolo de aniversário da minha filha — ele olhou para os meninos. — E você não vai me apresentar seus... Amigos? — oh, meu Deus, agora eu mais ou menos entendia o que a Sel estava sentindo. Se Joe me pedisse em namoro ali acho que morreria de vergonha.
— Hã... Este é o Nicholas, namorado da Sel — disse apontando para o Nick que lhe cumprimentou com um aperto de mão. — E este é o Joe... Joseph... Um... Amigo da escola — o que eu ia dizer? Pego ele de vez em quando, depois que ele se alimenta de mim?
— Prazer em conhecê-los — meu pai dizia apertando a mão do Joe.
— Os nossos outros colegas foram embora agora a pouco — me apressei em ressaltar.
Os dias seguintes foram muito bons, muito mesmo, minha vida estava finalmente boa. Até a escola era suportável agora. Adorava ir para lá, apesar de que ninguém podia me ver com o Joe, ele sempre dava um jeitinho de me agarrar em algum canto. E ele estava sempre por perto, com a desculpa de ser amigo do Nick e ele namorar minha melhor amiga. Saímos algumas vezes juntos. Fomos ao cinema, mas Joe não me deixou prestar atenção no filme, ao contrário de Nick que fez a Sel assistir tudinho, para desgosto dela. Minhas notas estavam altas, tinha um celular, estava meio que namorando. Tudo perfeito, mas quando a esmola é demais... ...Algumas semanas depois, a Sel ainda estava babando na minha cama, porque se meu horário para acordar era às sete, o dela, tirando os dias de aula, era às duas da tarde.
Resolvi ligar meu computador e verificar se havia algo interessante para se ver. Entrei no FACE, deixei carregando enquanto pegava uma xícara de café. Quando voltei já havia uma tela piscando. Sorri ao ver quem era.
/ Joe \ — Bom dia, minha flor.
*.* Demi *.* — Oi!
/ Joe \ — Aconteceu alguma coisa?
*.* Demi *.* — Não. Fui pegar uma xícara de café.
/ Joe \ — Fiquei preocupado...
*.* Demi *.* — Rsrsrsrsrs... Desnecessariamente.
/ Joe \ — O que vc vai fazer hj à tarde?
*.* Demi *.* — Acho que nada, talvez vá a casa da Sel mais tarde.
/ Joe \ — Ok, então já avise a Sel (sei que ela dormiu aí) q nós vamos fazer um piquenique hj à tarde. Passo p/ pegar vcs às três. Nick e eu levamos a comida e vcs o resto. Sem desculpas.
/ Joe \ ficou offline
Ótimo. Já era meio-dia e meia e tínhamos um piquenique em duas horas e meia. Acordei a Sel com muito esforço e várias tentativas. Corremos para arrumar as coisas. Tudo bem que Joe disse que eles levariam a comida, mas ainda teríamos que nos arrumar e, conhecendo minha amiga, isso levava tempo.
Pontualmente às três, Joe buzinou em frente à minha casa. Nick já estava no carro. Fomos para o bosque, a tarde se passou de uma forma inimaginável, rimos e conversamos muito. Tirando os momentos em que algum bichinho aparecia e a Sel dava um pequeno escândalo, o restante da tarde correu muito tranquilamente. Já deveria ter percebido que quando as coisas começam a dar certo demais para mim é porque tem algo errado. Nós quatro fomos fazer um piquenique no bosque, primeira atitude idiota.
Estávamos nos divertindo tanto que ficamos até o anoitecer, segunda atitude idiota. Tudo bem que não poderíamos imaginar que as coisas poderiam dar tão errado, mas devíamos ter ao menos tido a prudência de ir embora cedo. Quando nos demos conta de como estava escuro, começamos a juntar nossas coisas, foi aí que Michael apareceu com um sorriso diabólico nos lábios, aquele cara era a personificação de todos os meus medos.....
— Cheguei na hora certa — ele disse debochando. Pelo canto dos olhos vi Joe trincar os dentes. Até Nick, que era sempre o calmo do grupo, estava rígido. Isso me deu calafrios. — Ora, Ora, Joseph, você costumava ser mais simpático, meu amigo — opa, para tudo. Como assim amigo? Olhei para Joe, mas ele nem ousou desviar o olhar de Michael.
— E você costumava ter princípios, Michael — disse Joe, cuspindo as palavras.
— Hum. Depende dos critérios que se adotam. É uma questão de ângulo, meu caro — aquele cara nem precisava dos olhos brancos para me dar medo. Gostaria de ter perguntado mais sobre tudo aquilo ao Joe agora. Nessas últimas semanas nem havia tocado no assunto dos sugadores com ele.
— O que você quer aqui, Michael? — Nick já estava de pé. Joe levantou logo depois dele. E eu? Bem, eu fiquei lá petrificada, sentindo a presença dele dentro de mim, como se ele conseguisse mexer comigo.
— Quero vingança — nunca vi nada mais perturbador que aquele sorriso, não até aquele momento pelo menos. Tudo se movimentou ao meu redor tão rápido que mal pude perceber como as coisas chegaram naquele ponto. Joe, Nick e Michael se atracaram no bosque, estava escuro e não dava para distinguir muito bem o que estava acontecendo. Lembrei que a Sel estava conosco e pela primeira vez desde que Michael apareceu, olhei para ela e percebi que estava segurando uma das facas que levamos para o piquenique, enquanto se levantava e ia para perto deles. Não conseguia processar nada daquilo, não conseguia chorar, nem me mover, nem gritar. O pânico estava tomando conta de mim. Minha cabeça não conseguia formar nem um tipo de pensamento. Ouvi um gemido, seguido de um grito de ódio. Engatinhei para onde vi um corpo caído na grama, quando cheguei perto percebi que era a Sel. Coloquei a mão em cima da dela e apesar de estar muito escuro, sabia que aquele líquido que estava por todos os lados era sangue. Sangue da minha melhor amiga. Olhei em volta procurando uma ajuda que não viria.
— Demi... Você... Você tem que ajudá-los — minha amiga ensanguentada estava me pedindo para ser forte e a única resposta que dei foi chorar.
— Sel... — estava sufocando.
— Demi — o grito dele cortou o bosque, cortou meu coração. O som daquela voz sempre mexeria comigo ainda mais com todo aquele desespero. Joe estava desesperado e isso não era bom. De uma forma que não sei explicar, Michael estava com uma faca na minha garganta, me fez levantar e ficar de escudo para ele. Joe estava parado na nossa frente, enquanto Nick estava agachado junto a Sel. Não foi a primeira vez na vida que pensei: “Se eu morresse seria tudo mais fácil”. O único problema é que agora eu não queria morrer, agora queria ficar.
— Seu gosto é quase tão bom quanto as suas emoções — Michael disse após lamber meu rosto. Joe deu um passo na nossa direção e Michael deu um passo para trás. — Nem pense nisso, Joseph — senti a faca em meu pescoço começar a cortar a minha pele. — Que romântico, ele lhe deu o símbolo do seu chakra — sabia que ele falava do meu pingente, porque ele passava a faca por ele. — Sabe o que significa, belezinha? — ele não esperou resposta alguma. — Que ele te ama. Só damos o símbolo do chakra para nosso amor verdadeiro. Que pena, agora ele vai ter que vê-la morrer.
— Solte-a, Michael. É a mim que você quer — disse Joe.
— Não, Joseph, eu quero ela. Olho por olho. Você matou a mulher que eu amava, agora vou matar a sua — o quê? Alguém poderia me explicar o que estava acontecendo aqui? — Ah, vejo pelas suas emoções, Demetria, que seu amado não lhe contou tudo. Gostaria de saber quantas pessoas ele matou?
— Cale essa boca, Michael, vou acabar com você — senti que Joe não estava para brincadeira. Michael também não estava. Quanta verdade haveria em suas palavras? Já estava sentindo meu pescoço sangrando.
— Talvez, mas antes acabo com ela.
— Veremos — a coisa estava feia para o meu lado, não que duvidasse das habilidades do meu namorado. Joe lutava muitíssimo bem, mas vi Michael lutando contra ele e Nick. Vou ter que confessar que o cara se livrava deles fácil. Me lembrei de todas as aulas que Joe deu, ele me fez ir todos os dias para academia desde o meu aniversário e agora aquilo fazia sentido, toda aquela preparação. Algo pareceu começar a funcionar em minha cabeça e resolvi aplicar um golpe em Michael, terceira atitude idiota do dia.
Consegui deferir um golpe rápido nele, juntamente com uma cotovelada em seus olhos. Ele me soltou e caí no chão de quatro. Olhei para Joe, que avançou tão rápido para cima de Michael que nem mesmo vi seu borrão.
— Corra, Demi, corra — ele disse enquanto prendia Michael, dando uma chave de braço nele. Aquilo não iria durar muito, tentei ficar de pé, mas minhas pernas estavam moles. Olhei para onde a Sel estava caída e não havia nada nem ninguém lá. Onde diabos estavam Nick e ela? — Demi — Joe gritou novamente para chamar minha atenção. Foi inevitável, olhei para Michael que estava com o corpo na frente do dele, cabeça baixa, sorriso diabólico.
— Se eu fosse você, correria — disse Michael. Deus, aquilo de novo não, seus olhos estavam ficando brancos. Sabia porque já havia visto isto com Joe. Creio que o medo me deu forças, levantei e corri. Estupi-damente, não corri para casa ou para a rua onde haveria pessoas para pedir ajuda. Não. Corri para o meio da mata fechada, parte proibida do bosque, cercada por telas de proteção. Claro que alguns viciados haviam feito um buraco nela. Como ia muito ao bosque sabia disso, o terreno era enorme de pura mata fechada. Sim, claro, foi para lá que corri. Quarta atitude idiota do dia. Tropecei inúmeras vezes, meus pulmões não iam aguentar muito mais tempo. Minha bronquite trancava minha respiração, fazia minhas costelas doerem como se uma faca me atravessasse. Corria e olhava para trás, ninguém estava me seguindo ou foi o que pensei até sentir alguém puxar o meu cabelo com força. Michael me tinha em suas mãos novamente. Esse cara era rápido, muito rápido. Como ele tinha me alcançado tão facilmente?
Ele enrolou meu cabelo em sua mão e arremessou minha cara diretamente para uma árvore. Imediatamente senti meu mundo rodar e ficar muito lento. Caí no chão, algo descia pelo meu rosto. Foi realmente difícil fazer meu braço levantar, meu cérebro estava amortecido e meu corpo não estava respondendo. Depois de umas três tentativas, consegui passar a mão pelo líquido. Era sangue, muito sangue.
O medo começou a tomar conta de mim. Onde estava Michael que não estava terminando o serviço? Olhei para trás e não gostei do que vi. Era como triturar meu coração. Queria que aquilo parasse, queria acordar daquele pesadelo, queria voltar a meses atrás quando não tinha que pensar nessas coisas. Mas não podia fazer isso, tinha de lidar com o que estava acontecendo bem na minha frente.
Michael estava matando Joe. Ele mal podia respirar com as mãos de Michael em volta do seu pescoço. Como previra, ele era mais forte, mais rápido e mais experiente, Joe não tinha chance alguma, nunca teve.
Você seria capaz de matar para salvar a vida de alguém? E se fosse alguém que você ama? Nunca precisei pensar nessas coisas antes e agora tinha menos de 15 segundos para me decidir. Como faria isso? Como salvaria Joe, sem morrer junto? Como poderia detê-lo, se Joe não estava se saindo bem? O que eu poderia fazer? Tinha que tentar alguma coisa, não poderia deixá-lo morrer. Me arrastei para perto deles. Joe estava deitado no chão, com Michael em cima dele. Eu não conseguia ficar de pé, meu olho direito não abria, não sabia se por conta do inchaço ou pelo sangue que escorria em cascata pelo meu rosto. Quando cheguei perto o suficiente, Michael me olhou, ele não estava apenas estrangulando Joe estava se alimentando dele também. Quando seus olhos brancos focaram os meus, comecei a sentir aquele medo, novamente. Aquilo era insuportável. Tudo ficou preto em questão de segundos. Lutei na minha inconsciência para abrir os olhos, mas já não sabia se eles estavam fechados. Sentia meu corpo sacolejar, mas não exercia poder algum sobre ele. Estava morrendo. Joe também estava e nada mais poderia ser feito.
Ouvi algumas vozes, gritos, passos, batidas, depois as vozes se calaram. Não sei ao certo quanto tempo depois consegui abrir meus olhos, ou melhor, meu olho esquerdo, mas algo já podia afirmar, tudo estava diferente. Se melhor ou pior ainda não conseguia distinguir. Estava em um carro em movimento, diga-se de passagem, um movimento veloz demais para meu gosto e minha cabeça avariada. Ao meu lado estava Nick e alguém estava dirigindo, uma mulher. No lugar do passageiro havia um homem. Quem eram aquelas pessoas, eu não fazia ideia.
— Acordou, Demi ? — Nick perguntou como se fosse por mera obrigação. — Como está a cabeça?
Nick não me olhou nem por um segundo, estava com o corpo virado para a janela. Ia responder que ela estava doendo, quando a lembrança de tudo que aconteceu me voltou de uma vez só.
— Joe ? Sel ? — não conseguia perguntar, Nick estava muito estranho, muito frio, comecei a chorar, será que ele não queria me contar que eles tinham... Não eles tinham que estar bem. — Nicholas ? — ele não se movia e não pronunciava nada. Em um ataque de nervos, comecei a socar seu braço. Alternava entre socos frouxos e tapas molengas, meus braços não me obedeciam. Estava com raiva, mas não dele, queria matar Michael, queria mesmo.
— Pelo amor de Deus, Nick, controle essa garota — o cara que estava na frente me pareceu bem irritado.
— Alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui? Onde estão o Joe e a Sel ? Quem são eles, Nick ? Falei em meio ao choro.
— Eles estão no outro carro — ele ainda não me olhava.
— Por quê? Que carro? De quem? — Nick estava me deixando muito nervosa. — Eles estão bem?
— O corte da sua amiga foi profundo, mas nada grave. Iremos dar uns pontos e ela logo ficará boa — disse nossa motorista, que me pareceu muito calma diante dos fatos. Não alterou sua voz nem por um segundo.
— Ela precisa de um hospital. Como assim iremos dar uns pontos? Nicholas ?
— Não podemos levá-la, Demi, eles fariam perguntas demais — não sei se processei a informação nem se aceitei aquilo, mas eles não haviam falado nada sobre Joe ainda.
— E Joe ? — um silêncio tomou conta do carro. Passei os olhos pelos três e ninguém me respondeu. — E o Joseph ?
— Não sabemos as consequências de um sugador se alimentar de outro. Não temos o que fazer quanto a ele, somente esperar. Ele estava inconsciente até sairmos do bosque e acredito que ainda esteja .
Se eu achava que ser sugada por Joe ou Michael era ruim, nada, mas nada se comparava ao que senti ouvindo aquilo.
— Não. Ele não — consegui balbuciar, estava em choque, queria estar no mesmo carro que ele, queria estar no lugar dele.
— Nós avisamos a vocês para ficarem longe dessas menininhas. Vocês não ouviram, agora aguentem as consequências — disse o cara para Nick. Senti que aquilo era para deixar claro que a culpa era minha.

...........continua ........

UAL !!!!!! só isso que eu tenho pra falar .....E uma pergunta para vocês : VOCÊS ACHAM QUE O JOE MORREU ??????
comentem bastante para o próximo ....beijosss


10 comentários:

  1. Aiiiiii posta logoooooo, ta perfeito, joe nao morreu nao nao nao :((((((

    ResponderExcluir
  2. Simplesmente perfeito !!! Não , o joe não pode morrer naoooo :'(

    ResponderExcluir
  3. Caaaaralho ! Ele não morreu, morreu? Ai caramba ! Não sei o que pensar, mas acredito que ele não morreu! Poste logo. Bjs

    ResponderExcluir
  4. NAOOOO .-. Mentira né ?? Claro q o Joe nao morreu u.u
    POSTA LOGO ta perfect .-.
    Por favor , to curiosaa *-*

    ResponderExcluir
  5. Se ele morrer que graça vai ter? Ele não pode morrer. Foi bem emocionante esse capítulo amei :))
    Fabíola Barboza

    ResponderExcluir
  6. Acho que o joe nao Morreu.
    Estou louca pra saber oque vai acontecer no proximo Capitulo
    Poste logo!! Bjs

    ResponderExcluir
  7. Ai meu corassaum! Só digo isso posta maaaaais

    ResponderExcluir
  8. Que cap foi esse?? Simplemente perfeito!!!
    Estou curiosa pra saber o que vai acontecer com o Joe!! Acho que ele não vai morrer... tadinha da Demi :(
    Posta mais, por favor!! Bju

    ResponderExcluir
  9. Joe não pode morrer...não pode mesmo....
    Tá tudo perfeito sua divaaaa
    Postaaa logooo
    Beijos

    ResponderExcluir
  10. AI MEU DEUS!!! eu preciso urgentemente saber como Joe esta ¨%¨%*& posta logo pfvr <3

    ResponderExcluir