quarta-feira, 19 de março de 2014

capitulo 13 maratona 2/10 BIG *




Se minha vida antes era vazia, agora ela estava um nada completo. As lembranças daquele dia ainda me assombravam, passaram-se semanas e eu ainda me sentia triste. Joe nem olhava mais na minha cara. Algumas vezes o Nick veio conversar comigo a respeito, mas eu o cortava. Nicholas era a mesma coisa que Joe, tinha certeza disso. O pior era ele ser o namoradinho da minha amiga. O que ela havia me contado sobre a praia, me fazia acreditar que ele havia se alimentado dela também. Era muito estranho ela não se lembrar de nada, não sentir dores, afinal, eu lembrava e senti como se meu corpo estivesse sendo esmagado. Já tinha pesquisado no Google todo o tipo de palavra relacionada a olhos brancos, dores no corpo e nada de resultados satisfatórios. Joe não queria me contar o que ele era e não me queria na sua vida. Essa última parte é que doía. Minha popularidade na escola estava alta agora, graças a influência de Teddy. Ele me apresentou a todos e sempre me incluía nas conversas e nos passeios. Agora eu sempre saía com o pessoal. Nunca tive tantas pessoas à minha volta e nunca me senti tão só. Fui ao cinema com o Teddy algumas vezes e conseguia me sair muito bem ao cortar cada uma das suas investidas. O Ster também continuava a dar em cima de mim nas horas vagas, porque agora ele estava pegando uma das Glitters, que por sinal era uma mula. Ele a levava nos lugares aonde íamos com o pessoal da turma e dava em cima de mim na cara dela.A Silvia nunca disse nada, mas nas últimas vezes pude perceber uma onda de ódio vindo dela. Muito em breve ela explodiria em purpurina. Repugnantemente isso me deixava feliz, por breves momentos. Ver as pessoas sofrendo era a única coisa que aliviava minha dor.
Joe e Taylor nunca saíam com a gente, muito menos o Nick e a Sel. Estava me afastando da minha melhor amiga, estava me afastando de quem eu era. Minha melhor amiga estava namorando com um cara terrivelmente gato e incrivelmente apaixonado por ela, mas não estava totalmente feliz com esse relacionamento. Nick era algum tipo de “ser” e a Sel parecia desconhecer esse fato. Talvez fosse melhor ela não saber, eu mesma mal conseguia conviver com aquilo tudo. Com ela namorando, fui ficando cada vez mais sozinha, cada vez mais andava com pessoas que não gostava. Isso porque andar com a “turma” fazia parte do plano “Nova Demetria”. Nessas semanas foram raras as vezes que vi Joe me olhando, muitas foram as vezes que me peguei pensando nele, mais numerosas ainda foram as vezes que me arrependi de ter ido na casa da Glitter. Estava ficando louca com aquilo, me arrependia até o último fio de cabelo.
Mal o conhecia, ele mal fez parte da minha vida, mas no lugar dele havia um buraco enorme que estava me sugando e eu não conseguia reagir. A Sel não percebeu nada de anormal em mim, sua vida estava focada em outra pessoa agora e eu estava focada em não deixá-la perceber. Mas uma pessoa sabia como me sentia, ele sabia o que eu estava sentindo. De alguma maneira, muito louca, tinha certeza absoluta disso.
A Miley continuava suspirando pelo Nick, mas agora a Sel tentava se conter. Ela até havia dado um passa-fora na Miley, quando ela veio contando que o Nick tinha ligado para cancelar o trabalho na casa dele e que ele tinha sido todo carinhoso. A Sel virou as costas e deixou a menina literalmente falando sozinha.
Várias e várias vezes senti que alguém me seguia. Isso estava piorando. Aquele lunático que me atacou na chácara no dia da festa da Miley estava me cercando e ficar em casa sozinha já não me parecia uma ideia muito boa. Umas três semanas após aquele dia que fui expulsa, estava em casa sozinha arrumando as coisas de sempre e resolvi tomar um banho. Já estava escurecendo, lavei meus cabelos, saí do banho e fui terminar os meus deveres. Liguei o computador, entrei no FACE. A Sel não estava on-line, portanto, não havia com quem conversar. Minha lista de contatos agora pipocava de gente, mas não falava com ninguém, apenas mantinha as aparências no colégio...Estava entrando um ventinho frio pela janela do quarto, então resolvi fechá-la. Quase enfartei ao olhar pelo vidro, do lado de fora da minha casa estava aquele cara novamente, mas seus olhos estavam normais, não dava para ver a cor, mas estavam normais. O pânico começou a me percorrer, graças a Deus sempre trancava bem a casa antes de ir para o meu quarto. Corri para o telefone, mas ligar para quem?! “Disque-eu-sou-doida-venha-me-levar-para-o-hospício”? Não seria uma boa ideia ligar para alguém. Fui para o FACE, não sabia ao certo quem procurava ali, ou talvez soubesse.
Joe estava on-line. Tive muito medo dele me ignorar, mas o chamei.
;* Demi : Joe — nada. Ele não respondeu. — Joe, fale comigo — dois minutos e nada, nenhuma resposta. Fui para a janela, o cara estava rondando a casa, provavelmente arrumando um modo de entrar. Estava gelada. — Joe, ele tah aqui! — Ele entenderia o que isso queria dizer.
+ Joe +: Demi, onde você está? — Desgraçado, estava só me ignorando.
;* Demi: — Em casa, ele tah lá fora — enviei a mensagem, engoli meu orgulho e resolvi escrever. — Vc poderia vir aqui em... — enquanto digitava, ele enviou sua resposta.
+ Joe +: — Não saia daí. Chego em 15 min. — o momento era trágico, mas sorri, foi inevitável.
Contei os minutos, eles demoraram a passar. Ouvi um ruído no meu quarto, dei um grito, mas era Salem.
Joe chegou antes do que havia prometido. Fiquei na janela vigiando, ele estava com seu Eclipse todo reformado, nem parecia que havíamos feito um carro capotar com ele. O cara correu assim que o avistou. Meu coração parecia que ia explodir quando vi Joe ir atrás dele. Desci as escadas correndo, nenhum dos dois estava mais lá, estava morta de medo. E se Joe se machucasse? E se ele fosse morto? Aqueles minutos não acabavam. Alguém bateu à porta. Congelei. Bateram novamente com mais força, olhei pelo olho mágico e vi que era Joe. Abri a porta com pressa, minhas mãos e pernas tremiam, o olhei e ele devolveu o olhar, mas não disse nada, simplesmente ficou lá parado na porta da minha casa.
— Joe ? — ele não respondeu nada, me ocorreu que ele poderia estar ferido. — Joe ? — ele apenas abaixou a cabeça, isso era demais para mim. Me joguei em seus braços, ele passou os seus braços em volta da minha cintura. Me senti completa, em paz, pela primeira vez em semanas, mesmo depois de tudo o que ele me disse. — Você está ferido? — ele não me respondia, não ia aguentar esse silêncio. Segurei seu rosto entre as minhas mãos e comecei a beijá-lo. Não me pergunte de onde veio esse ímpeto. Beijei todo o seu rosto. — Joe, ele machucou você? O que aconteceu? Você está bem? — Beijava todas as partes do seu rosto enquanto perguntava. Ele não emitiu nenhum som, apenas me apertou mais em seus braços. — Meu amor, fale comigo! — implorei, um pouco tarde demais percebi o que havia dito.
— Do que você me chamou? — oh, meu Deus. Fiquei vermelha, não sabia o que dizer. Optei pela verdade, não ia adiantar mentir agora, ele sabia o que eu estava sentindo, tinha certeza que sabia.
— Te chamei de meu amor — ele não me deixou dizer mais nada, apenas me beijou, foi o nosso melhor beijo até aquele dia...Ele me apoiou na parede e se virou para trancar a porta. Voltou tão rápido que mal me deu tempo para tomar fôlego e nos beijamos. Assim que terminamos o beijo ele resolveu falar.
— Minha flor — abri um sorriso enorme, estava até boba de tão feliz.
— Joe... — ele me interrompeu.
— Você faz ideia do inferno que vivi essas semanas? — ele passava as mãos pelo meu cabelo, fazia carinho no meu rosto. Fechei meus olhos, esse era o melhor toque do mundo.
— Eu... — ele não me deixava falar.
— Você faz ideia do quanto senti sua falta? — me agarrei à sua camisa, minha vontade era chorar, rir, estava confusa.
— E você? — ele me olhou assustado. — Faz ideia do quanto senti a sua falta? — ele sorriu. Nesse momento percebi que daria a minha vida para vê-lo sorrir.
— A coisa mais difícil que já fiz na vida foi falar tudo aquilo para você. Mas você é tão teimosa, precisava tirá-la de lá, ele não podia fazer a ligação entre nós dois. Já estava com suas fotos... — presumi que se referia ao pai da Glitter.
— Você não falou sério?
— Claro que não, Demetria. Jamais te culparia pela morte da sua mãe, mas sabia que iria te afetar e assim você sairia de lá. Sua mãe te amava mais que tudo.
— Ah, Joe, essas semanas, fiquei tão...
— Eu senti.
— Tinha certeza que você sabia o que eu estava sentindo.
— Você me chamou de meu amor — ele disse com uma cara de bobo que me deixou toda derretida.
— Só te chamei assim porque achei que você estivesse ferido — ele ficou sério.
— Você me chamou assim porque eu sou o cara — cara de pau. — Achei que tinha chegado tarde demais. Se isso acontecesse... Se perdesse você... Eu não... — não o deixei terminar com aquela tortura.
— Estou aqui, Joe. Estou bem — disse me aproximando de sua boca. — Estou aqui e estou louca para te beijar — estava ficando assustada comigo mesma.
— Sinta-se à vontade — ele fez sua melhor cara de cínico.
Nos beijamos por várias horas. Ainda estávamos de pé, minhas pernas doíam, minhas costas também. Se valia a pena? Com toda certeza!
— Joe, preciso sentar — disse por fim, me jogando ao sofá. Sabia que esse momento não iria durar para sempre, logo teríamos de enfrentar a nossa realidade, mas não agora. — Você não vai embora, vai? — ele se sentou ao meu lado. Meu Deus, como ele era lindo.
— Só se você quiser — meu coração dava pulos de alegria.
— Ótimo! Porque não quero.
— Posso dormir na sala. Michael pode resolver voltar.
— Bem, tinha pensado em dormirmos juntos na cama do meu pai — falei já ficando vermelha, mas era isso que eu queria, estava pronta.
— Demi... — ele passava a mão em seus cabelos, sabia que ele só fazia isso quando estava nervoso. — Demi, não é uma boa ideia. Nós dois em uma cama de casal, a noite toda — ele mordeu o lábio inferior enquanto fechava os olhos, aquilo me deixou doida.
— Por que não? Eu quero!
— Demetria, você só tem 15 anos. Não acho que...
— Tecnicamente tenho 16 após a meia-noite de hoje.
— Amanhã é seu aniversário?
— Sim — sempre odiei meus aniversários, pelo simples fato de que meu pai nunca se lembrava deles. Talvez lembrasse, mas também, era o dia em que minha mãe morreu e isso, ele preferia esquecer.
— Demi, não acho que seja uma boa ideia. Daqui a alguns anos você vai olhar para trás e ver que... — subi em seu colo, ficando com uma perna de cada lado do seu corpo e o abracei. Ele gemeu em meu ouvido.
— Daqui a alguns anos vou olhar para trás e ver que a primeira vez que fiz amor foi com um cara incrivelmente lindo e que eu era completamente doida por ele — ele me beijou, colocando as mãos em meu quadril e me apertando forte, me levando ao delírio total. Afinal eu era uma adolescente cheia de hormônios. Ele parou de me beijar, me deitou no sofá e subiu por cima de mim. Aquele era o momento perfeito.
— Não hoje. Não assim — não acreditei quando ele se levantou e ficou em pé ao meu lado, olhei para ele atônita.
— Sério? — ele apenas confirmou com a cabeça. Tive que me conformar.
Fui para o meu quarto e ele ficou na sala. Deixei um travesseiro e uma coberta para ele, não podia acreditar que isso estava acontecendo. Estava com uma crise de coragem repentina e ele havia dado para trás? Logo o Joe ? Não consegui dormir. A qualquer ruído ficava imaginando se era o tal de Michael e se ele me atacaria de novo. Joe entrou no meu quarto, vestindo apenas sua box preta, realmente assim ficava difícil. Ele estava com o Salem no colo.
— Com medo? — fiz que sim com a cabeça e ele se enfiou debaixo das cobertas comigo. Deitei em seu peito e coloquei minhas pernas em cima das dele. Salem se aninhou aos nossos pés.
— Demetria... Esse seu pijaminha é altamente sensual.
— É, Joe. Talvez hoje eu não seja alguém com as melhores intenções do mundo.
— Não costumo fugir de pessoas mal-intencionadas, mas hoje vou te pedir que pare de me seduzir — ok, aquilo era um balde de água fria. Na verdade, quase uma caixa d’água inteira.
— Joe ?
— Hum?
— O que estou sentindo? — ele respirou profundamente.
— Paz — sorri, era isso mesmo.
— Sabia, sabia que era isso.
— Isso?
— O que você faz — tinha certeza que naquelas semanas, ele sempre sabia o que eu estava sentindo.
— E o que você acha que faço?
— Você sabe o que as pessoas sentem. Quando seus olhos estão brancos, você... Você... Não sei explicar, mas, você tirou alguma coisa de mim.
— Bem próximo da realidade, mas não posso...
— Eu sei — ele me olhou assustado. — Tudo bem, Joe. Sei que você irá me contar assim que isso for possível.
— Não te entendo. Você não fala em outra coisa desde que te conheço e agora banca a compreensiva?
— É, sou complicada — rimos em uníssono.
— Você ainda vai me deixar louco. O que você me diz de todos aqueles meninos atrás de você? Você saiu com eles quase todos os dias.
— Estamos empatados. A ceninha da Taylor te dando docinho na boca, na festa da Miley, ainda me dá pesadelos.
— É a Taylor...
— Você não vai terminar com ela? — ele apenas fechou os olhos, na tentativa de reprimir algo. — Joe, por que diabos você está com ela?
— Porque preciso, Demi. Ainda preciso dela — me soltei de seus braços e ia levantar da cama louca da vida. Seus segredos e grosserias eu podia suportar, mas o fato dele ter namorada era demais para mim. — Demi, não é isso que você está pensando. Não gosto dela.
— Finge muito bem.
— Sou bom em mentir.
— E quem me garante que você não está mentindo agora?
— Não estou, deite aqui comigo — sentei na cama de volta.
— Queria saber o que você sente.
— Me pergunte e eu te conto — dei uma risada sem graça.
— Joe, o que sou para você?
— Já disse, você é tudo, lhe disse isso lá na academia — é, eu me lembrava, só não conseguia acreditar plenamente naquilo ainda.
— O que você sente por mim? — estava com medo, ansiosa, porque o Joe nunca era previsível, assim como as suas respostas.
— Exatamente o mesmo que você sente por mim — sorri. — Infelizmente.
— Por que infelizmente? — agora estava triste.
— Porque não sou normal, Demi. Cedo ou tarde vou perdê-la e isso vai acabar comigo.
— Como assim cedo ou tarde? Você é imortal ou algo do tipo? Não posso ser igual a você?
— Meu Deus, Demi, o que você anda lendo? Não sou nenhum vampiro, lobisomem ou anjo caído. Não, eu não brilho no sol.
— O que tem de errado? Gosto dessas histórias.
— Não sou uma história, sou real. Posso morrer e tenho sangue correndo nas veias. Só tenho algum tipo de autoimunidade que não me deixa ficar doente e... Também envelheço muito devagar.
— Como assim devagar? Nada de rugas ou... Joe, quantos anos você tem de verdade?
— Hummm, essa pergunta é tão indelicada, Demetria — cínico, estava brincando comigo, Deus, ele tinha que estar brincando. — Tecnicamente você está na cama com um coroa.
— Quantos anos, Joe ?
— Não sei ao certo, tenho tantos documentos que... — ele estava enrolando.
— Joe ?
— Aproximadamente 133 anos.
— Oh meu Deus.
— Mas já estou na aparência física de 19.
— Dezenove? Por isso você dirige e é mais sério que os outros... Oh, céus, 133 anos. Como isso é possível? — ele estava rindo. — Qual é a graça?
— Nada,você está meio pálida, só isso.
— Você disse que pode morrer...
— Sim, posso, mas só de um jeito — acho que sabia como. — Só posso ser morto por um caçador. Acidentes não me causam nada, na verdade causam, mas temos um jeito muito bom para nos curarmos — lembrei da recepcionista do motel.
— Eu vou morrer e você não?
— Sim — Joe tinha razão, cedo ou tarde acabaríamos separados.
— Por que sempre fala nós, no plural?
— Porque existem vários iguais a mim.
— Nick ?
— Também.
— Sabia. Ele também é velho?
— Demi, isso pareceu uma ofensa — Jesus, nada derrubava esse cinismo dele. — Provável, mas cada um de nós envelhece no seu tempo, não é igual para todos — havia borboletas em meu estômago e minha cabeça girava. Só queria beijá-lo, queria ficar ali para sempre
— Me beija? — não precisei pedir de novo. Ele veio para cima de mim com um beijo daqueles arrebatadores. Seu corpo quase nu colado ao meu estava me deixando extremamente quente.
— Demi — ele disse ainda com a boca colada a minha. — Eu não vou parar.
— Não quero que você pare.
— Demi, depois vai ser tarde demais... — ele dizia beijando meu pescoço.
— Quero você, Joe.
Ele me olhou nos olhos e me beijou de novo. Fiquei sem fôlego. Ele subiu em cima de mim, entre as minhas pernas, e segurou meus braços acima da minha cabeça. Cada minúscula célula do meu corpo desejava ele.
— Demi, vou perder o controle...
— Espero que você perca mesmo.
— Não — ele dizia enquanto deitava novamente ao meu lado. — Hoje você vai ficar só na vontade.
— O quê? — de novo não.
— Vai ter que esperar mais um pouco — me dei conta que a virgem na história era eu, afinal ele já teve 133 anos de treino. Tentei me acalmar e não argumentar. Não deu para me acalmar. Se ele tivesse uma mulher por ano, ele teria no mínimo umas 100. Imaginei isso e fiquei com ciúme, muito ciúme. Salem decidiu se juntar a nós miando e se esfregando nas cobertas, Joe fez carinho em sua cabeça.
— O que seu pai achou dele?
— Não achou nada, ainda não viu.
— Como assim?
— Ele ainda não veio para casa desde quando estava no hospital, acho que faz quase um mês.
— Ele fica tanto tempo assim sem vir para casa?
— Às vezes, mas fazia tempo que não. Geralmente ele vem pelo menos uma vez por semana.
— Ele ligou?
— Não. Que interesse é esse no meu pai?
— Nada — sabia que não era nada. — Só não consigo entender como ele pode fazer isso com você — algo me dizia que não era só isso....Acabamos dormindo. Quando acordei, ele não estava na cama, o engraçado é que não fiquei surpresa com isso. Desci as escadas e o cheiro de comida estava maravilhoso, ele havia feito uma omelete com queijo, que estava dentro do micro-ondas com um bilhete colado do lado de fora. : Espero que você saiba usar o micro-ondas! (tem que fechar a porta antes de ligar) Com amor,
J.
Muito engraçadinho. Devorei tudo, estava uma delícia. Era meu aniversário e nunca na vida havia ganhado café da manhã. Me arrumei para o colégio e me preparei psicologicamente para ver o Joe e a Taylor juntos.
A Sel estava encostada no portão da escola, conversando com o Nick.
— Nossa, Demi ! Viu um passarinho verde por acaso?
— Não, Sel — não conseguia parar de sorrir.
— E aí, Demi, dormiu bem? — perguntou o Nick
— Perfeitamente — claro que o Nick sabia que o Joe tinha dormido comigo.
— Hummm, isso tem uma pitadinha de Joe, por acaso? — perguntou a Sel.
— Não, Sel, apenas estou feliz e dormi bem.
— Uhum, sei.
— Meu anjo, vou ver se encontro o Joe. Nos vemos depois, certo?
— Claro, Nick — ela deu um beijo nele enquanto eu fazia cara de paisagem. Depois que ele se afastou, ela me puxou para um canto e começou o interrogatório habitual.
— Desembucha. Você estava com o Joe ?
— Não.
— Não minta para mim, Demi. Esse sorriso você só dá quando tem Joe na história.
— Ok, estava.
— Eu sabia. Onde?
— Na minha casa. Ele dormiu na minha cama comigo.
— Não acredito, Demi !
— Só de cueca — estava sorrindo feito criança. Não podia contar sobre o motel, porque envolveria falar dos caçadores, mas achei que falar sobre a noite passada não tinha problema.
— Oh, meu Deus... Vocês já...
— Não, ele não quis — fiz beicinho.
— Capaizzz. O que tem de errado com eles? Ou com a gente?
— Como assim, Sel ?
— Porque você não foi a única. O Nick disse que só vai fazer sexo comigo depois do casamento.
— Oh. Hum... — o que eu diria depois disso? A Sel tinha 17 anos, entrou depois na escola, graças a Deus porque se não fosse por isso não teríamos estudado juntas, mas para casar ainda tinha alguns bons anos. Ela já não era mais virgem e tinha os hormônios muito à flor da pele.
— Pense pelo lado bom. Ele quer casar com você.
— Muito engraçado. Não sei se vou aguentar isso.
— Ele sabe que você não é mais virgem?
— Sabe, contei para ele. Nick não ficou nada feliz — podia imaginar que não mesmo. — Ele quer me pedir em namoro para os meus pais.
— E qual o problema?
— Ah, Demi... Isso é um mico.
— Pare de reclamar. O cara te ama, aproveita.
— Bem que queria aproveitar ele todinho. Mas falar com meus pais já é demais — a Sel sempre pirava pelos motivos errados.
— Bom dia! — era o Joe.
— Eu não falo com você — a Sel ainda estava furiosa com ele, por causa da cena na casa da Taylor.
— Sel ! — fiz cara de gatinho do Shrek para ela.
— O que é? Nem vem, Demi. O cara namora a loira.
— Não — nós duas nos olhamos e em seguida olhamos para ele esperando uma resposta. — Terminei com a Taylor hoje de manhã — o sorriso que brotava de mim era impossível de conter, a Sel estava com a boca aberta literalmente. — Fui na casa dela e terminei.
— Nossa, Demi... Você poderia pelo menos tentar disfarçar sua alegria pela desgraça alheia — de vez em sempre a Sel era muito palhaça. — Tudo bem, Joe, você subiu alguns pontos no meu conceito, mas ainda falta um pouco para gostar de você. Afinal ainda tem um problema que preciso investigar — aquilo não era nada bom.
— Verei o que posso fazer, Sel. Preciso falar com a Demi a sós.
— Aff, nem pediu ela em namoro e já está me despachando? — ela dizia brincando fazendo cara de ofendida. — Ok, ok, eu saio — a vi piscando por trás do Joe ao entrar no colégio.
— Demi.
— Hum? — estava muito ansiosa para saber o que ele iria falar.
— Ninguém pode nos ver juntos. Terminei com a Taylor, mas ninguém pode saber ainda.
— Saber o quê, Joe ? — ele estava tentando me dizer que não me queria?
— Ninguém pode saber ainda — ele enfatizou o ainda — que você é minha. Se houver algum engraçadinho perto de você, juro que acabo com ele.
— Não sou propriedade sua, Joseph.
— Joe, me chame de  Joe — qual era o problema com o nome Joseph ?
— Certo, Joe.
— Está avisada, Demetria Lovato. Você é minha — ele dizia me olhando de um jeito muito sensual, com um ar de proibido.
— Isso vale para você também — resolvi dizer sustentando seu olhar, que bicho tinha me mordido ultimamente?
— A propósito, você vai fazer artes marciais, todos os dias.
— Ir a uma aula experimental é uma coisa, mas ir todos os dias é outra bem diferente.
— Quero você perto de mim o máximo de tempo possível. Estamos tentando localizar o Michael, mas ainda não conseguimos, então quero você perto de mim.
— Como assim estamos? Você e mais quem?
— Meus amigos.
— Eles são como você?
— Sim — ok, isso era novidade.
— Eles sabem sobre mim?
— Alguma coisa. Vou entrar agora para ninguém perceber.
— Tudo bem — na verdade não estava tudo bem, queria saber mais sobre tudo, mas fazer o quê?
— A propósito, feliz aniversário — ele havia lembrado.
— Obrigada, Joe — ele piscou para mim e me deu uma caixinha preta aveludada e saiu como se nada tivesse acontecido. Estava prestes a morrer de curiosidade. Abri a caixinha e era um colar, com um pingente muito estranho em formato esquisito. Tinha um cartão junto que dizia:
Um dia você vai saber o que significa!
Sou louco por você.
J.
Corri para mostrar para a Sel, mas a sala estava uma confusão. Tinha gente berrando, gritando, umas sobre as outras, reunidas em uma rodinha.
— Você terminou comigo por causa daquela songamonga, não foi?
— Taylor, pare — Joe dizia, muito calmo.
— Pronto, chegou a vagabunda — ela apontou para mim, escondi a caixinha atrás do meu corpo, estava muito bom para ser verdade mesmo.
— Pare, Taylor. A Demetria não tem nada a ver comigo.
— Não? Tem certeza? — lá vinha merda, ela sabia de alguma coisa. — Então por que isso aqui caiu da sua mochila hoje de manhã? — não acreditei no que vi. Meus olhos se encheram d’água, era o diário da minha mãe. O que o Joe estava fazendo com ele?
— Taylor, me devolva isso — Joe foi tirar da mão dela, mas ela foi mais rápida e desviou. Abriu uma das páginas e começou a ler.
“Não me sinto muito bem hoje. Patrick nunca está em casa e sinto como se algo sugasse minha alma. Não posso mais sair da cama, o médico disse que a Demetria corre perigo. Passo os dias aqui sozinha, sem poder me mover, apenas com meu bebê.”
Todos riam. Nem todos. A Sel, o Nick e o Joe estavam sérios. Minha melhor amiga também tentou tirar o diário da mão dela, mas a Glitter não largaria aquilo por nada.
— O que foi, Demetria ? Espantada em saber que matou sua mãe? Ninguém ainda havia te contado isso?
— Cala a boca, Taylor. Devolva — ordenei, quase chorando.
“Patrick está com raiva do bebê, ele acha que a Demetria é a culpada pelo meu estado. Mas é mentira, sei que é, alguém está me visitando à noite, só que não consigo me lembrar quem.
Ela continuou lendo, mas não prestei mais atenção. Olhei para Joe e sabia que ele também tinha entendido, alguém como ele estava visitando minha mãe, estavam tirando algo dela.
— Sua mãe era louca Demetria — disse a loira sem noção. E digo sem noção porque você nunca sabe o limite de uma pessoa e ela havia chegado ao meu.
Virei um tapa tão grande na cara dela que meus dedos ficaram impressos em sua face. Arranquei o diário da minha mãe das mãos dela.
— Mais uma palavra, Taylor, e eu acabo com você — a algazarra da turma acabou com a chegada da professora.
No intervalo eu e a Sel fomos para o banheiro e mostrei o pingente a ela.
— Nossa, Demi ! Isso é... É... Diferente — ela também não havia decifrado aquilo. — Desculpe quebrar o barato do seu presente, mas que história de diário foi aquela? Por que diabos o Joe estava com ele?
— Nem eu sei direito... — contei tudo para ela sobre a viagem, quer dizer, tudo menos a parte dos caçadores. Não sabia por que ainda estava escondendo tudo isso dela. — E é isso.
— Acho que eles moram juntos e em algum lugar afastado da cidade — fiz aquela cara típica de boiei. — Nick e Joe. Eles devem morar sozinhos ou com outras pessoas, mas não é família. Não sei por que, mas eles escondem a gente de alguém — Ai, Jesus. Como ela sabia que moravam com mais alguém?
— Uau — foi o que consegui dizer. — Você daria uma excelente detetive — isso no fundo me preocupava.
— Ah, qual é? Só faço cara de bobinha, vou ligando os fatos, Demi, e já tenho algumas coisas nas mãos. Eles têm um segredo, um segredo que pode machucar as pessoas, por isso eles são estranhos. Eles têm medo que a gente se machuque, por isso nos escondem. Eles moram afastados e tem grana. Com carros legais e as roupas que eles vestem, isso está na cara. O que mais me chateia... É que você sabe uma boa parte desse segredo e não me conta.
— Sel... Eu não sei de nada — disse mentindo com dor no coração.
— Vou arrancar isso do Nick, Demi, você querendo ou não.
Saímos do banheiro e fingimos não ter tido aquela conversa. Na hora de pegar o ônibus escolar para ir embora ela não me deixou entrar.
— Hoje você vai jantar na minha casa e vamos passar a tarde no shopping. Você acha realmente que vou te deixar largada no dia do seu aniversário?
— Ah, Sel... Não quero dar trabalho — todos os anos a família dela fazia um bolo para mim. Meu pai? Ele não. Nunca nem lembrava, talvez porque o dia do meu aniversário era também o dia da morte da esposa dele.
— Não é trabalho nenhum. Meus pais até já compraram um iPod de presente surpresa para você.
— Amiga, você precisa aprender melhor o conceito de surpresa.
— Ok, vamos ver se com o decorrer do dia eu aprendo — ela dizia me arrastando para o shopping.
Passamos a tarde entrando de loja em loja e provando milhares de roupas, bolsas e sapatos. Comemos alguma coisinha e voltamos à maratona de lojas e salão.
Saímos do shopping e, como sempre, a Sel me comprou uma dúzia de roupas. Fizemos a unha,eu fiz cachos  no cabelo,e a Sel uma trança muito linda .
— Amigaaaaa! — a Sel dizia na última loja em que entramos, quando saí do provador com o que seria a última coisa que provaria, porque do contrário iria matá-la. — Você está linda com esse vestido verde com preto. Nem precisa tirar, agora vamos comprar uma sandália bem linda para combinar — o vestido era realmente muito bonitinho.  Ela ainda comprou uma sandália em um tom meio dourado com preto, de salto.



A Sel estava com um vestido amarelo, muito bonitinho.Ela estava linda !



 Fomos para a casa dos pais dela. As outras sacolas seriam entregues depois. Estava exausta.
Já deveria imaginar que a Sel não resumiria meu aniversário a uma tarde de compras. Chegando na casa dela, estava escuro. Quando entramos, eles acenderam as luzes e tinha bastante gente lá dentro. Estava tudo enfeitadinho, com um bolo que dava no mínimo para o dobro de pessoas.
Estava a família da Sel e algumas pessoas do colégio cantando parabéns para mim enquanto a Sel me empurrava em direção à mesa, onde estava o bolo com a velinha rosa em formato de estrela (porque a Sel tinha uma verdadeira fixação por aquelas coisinhas brilhantes no céu). Estava chorando, nunca tinha ganhado uma festa. Meus aniversários eram restringidos a família Gomez.
Estava tudo muito lindo. Abracei a Sel e ela também estava chorando. Quando acabaram os parabéns ela me pediu que fizesse um pedido antes de apagar a vela. Olhei para todos ali e o vi. Joe estava do outro lado da sala, me olhava com uma cara apaixonante. Já sabia o que pediria, se essa coisa de pedido em aniversário funcionava, então muito em breve eu saberia absolutamente tudo sobre o Joe.
Assoprei as velas e a turminha veio me abraçar e me dar presentes. Realmente conhecia a maioria só de vista ou então dos passeios que fiz nas últimas semanas com o Teddy, mas todos me deram presentes, nem sabia o que abrir primeiro. Estava realmente muito emocionada. Os pais da Sel eram como se fossem pais para mim, me deram o “iPod surpresa”. O Teddy me deu um ursinho e um cartão dizendo que o nome do urso também era Teddy e que pelo menos o urso poderia estar representando-o na minha cama. Eu teria que esconder esse urso. Joe parou do meu lado e leu o cartão por cima do meu ombro.
— Vou matar esse cara — o segurei pelo braço, outro escândalo no dia era demais para mim. — Ainda pego esse sujeito — ele disse, ficando do meu lado e analisando todos os presentes, mas pelo menos não foi matar o coitado do Teddy. ...Ganhei uma bolsa da Miley, um chaveiro de coração do Ster, que fez o Joe fechar os punhos, um DVD do David e tantas outras coisas que mal sabia o que era de quem. As meninas do vôlei me deram roupas, o Nick me deu uma linda luminária.
Por fim fomos para uma improvisada pista de dança na sala, algumas pessoas conversavam pelos cantos da casa. Os pais da Sel conversavam com alguns amigos nossos na cozinha. Joe me puxou para a varanda.
— Feliz aniversário — ele dizia sussurrando em meu ouvido, me dando um abraço.
— Obrigada — consegui dizer meio sem jeito.
— Você ficou lindíssima com esse vestido. Combina com meu outro presente.
— Como assim outro presente? — tinha mais?
— O pingente que te dei.
— Sim, mas você me deu só o pingente... Ou tinha mais alguma coisa na caixinha que não vi? — meu Deus, perder o presente do Joe era a morte.
— Não, mas combinei com a Sel, esse vestido é presente meu — nem consigo definir a cara que fiz.
— Você realmente achou que eu escolheria esse vestido lindo sozinha ? — nem havia reparado a Sel e o Nick atrás de mim. — Agora conheço o conceito de surpresa?
— Com certeza, Sel. Dessa vez você se superou!
— Pois é, o Dom Juan aí já tinha deixado o vestido escolhido na loja. Ó, tive que fazer uma ceninha para você experimentá-lo — queria beijá-lo, mas não podia.
Ficamos conversando nem sei definir por quanto tempo. Algumas pessoas estavam indo embora, então acabei entrando e deixando Joe na varanda. Por fim só estava a família da Sel, o Nick, o Teddy, duas meninas do vôlei e o Joe. Nick pediu a atenção de todos para falar.
— Quero pedir um minutinho da atenção de todos, por favor — o Nick era meu amigo, mas não esperava nenhum tipo de homenagem naquela noite. Não vinda dele.
— Bem, quero mais uma vez parabenizar nossa colega Demi por mais esse ano de vida e desejar que ela seja muito feliz — ele me deu uma piscadinha de amigo. — Mas nesse momento quero aproveitar a oportunidade de pedir ao senhor e a senhora Gomez a permissão para namorar a sua filha — ok, não era só a minha cara que estava chocada. A Sel ia ter uma síncope.
— Como é, jovenzinho? — o pai da Sel perguntava como se fosse bater no Nick.
— Senhor Gomez, eu amo a sua filha e quero muito sua permissão para poder namorá-la.
— Nick, você está louco? — a Sel dizia quase sem voz. — Meus pais não precisavam aprovar isso.
— O que você quer dizer com isso, mocinha? — o pai da Sel perguntava para ela.
— Ah, pai, você sabe que não sou nenhuma criança... Eu só... Só... Nunca namorei com ninguém assim... Em casa.
— Se acalme, querido — a mãe da Sel dizia muito mais calma que o habitual. — Já estava mais do que na hora da nossa menininha trazer um namorado em casa ou você prefere que ela namore escondido?
— Não, mas... Ela não é meio nova demais?
Joe tocou meu braço e fomos para a varanda. Aquele assunto era de família. Por mais próxima que eu fosse, aquele era um momento só deles. O resto do pessoal se dispersou pela sala também e aumentaram o volume do som.
— Você está linda!
— Obrigada! O pingente e o vestido são lindos. Só não entendi bem o que é esse pingente.
— Ficou perfeito em você — ele me puxou para mais perto. — Vai saber quando chegar a hora.
— Estou feliz, Joe — ele não permitiu que eu dissesse mais nada, me beijou escondido, de um jeito suave e doce, muito fora do comum para nós dois.
— Isso vai ser complicado, Demi.
— Gosto de coisas complicadas — minha intenção era fazê-lo rir, mas ele permaneceu sério.
— Você não faz ideia de onde está se metendo e das proporções que isso pode tomar. Luke não vai aceitar isso bem, nenhum deles vai. Sou perigoso e...
— Eu aguento.
— Sei que aguenta, mas não sei até onde eu aguento.
— Por quê? — ele se apoiou na varanda, de costas para mim. Me aproximei e coloquei minha mão na sua, tentando mostrar a ele que podia confiar em mim.
— Eu quero... Droga... Quero me alimentar de você de novo, Demi — aquilo gelou a minha alma. — Luke sempre nos disse para não se alimentar de alguém por quem nutrimos alguma espécie de sentimento.
— Por que não?
— Porque o vínculo fica muito forte. Eu preciso de mais... E pior, preciso de mais de você.
— Tudo bem — eu me lembrei da dor e da cara dele, da dor que ele parecia sentir. Aquilo equilibrava um pouco as coisas e me dava coragem. Não poderia deixá-lo sofrer, conter aquilo o fazia sentir muita dor.
— Tudo bem? Não, Demi. Você não entende. Posso matá-la, não sei se vou conseguir parar nas próximas vezes.
— Você parou naquele dia no bosque.
— Não foi fácil.
— Parou naquele dia na casa abandonada.
— Foi mais difícil ainda.
— Você não vai me matar.
— Eu posso te matar, Demetria. Acredite.
— O que exatamente você tira de mim? O que é o “alimento”?
— Sugo a alegria do seu corpo e da sua alma e lhe devolvo tristeza em troca — agora podia entender o que sentia quando ele estava com os olhos brancos. — Não posso te perder, Demetria... Não você — ele se virou e me abraçou.
— Não vou a lugar algum. ....Os outros fazem a mesma coisa?
— Sim, mas muda o sentimento, cada um suga um sentimento diferente do outro — era muita coisa para processar. — Nick, por exemplo, suga tristeza e devolve alegria.
— Nossa — tantas coisas passavam pela minha cabeça.
— Somos sugadores, Demi. Existimos há milhares de anos, sugamos sentimentos que somos incapazes de sentir, precisamos deles para sobreviver. No meu caso, não consigo sentir alegria, então preciso sugar isso dos outros. Queria fazer tantas perguntas, mas também queria ficar calada para poder digerir tudo aquilo. Ele havia me avisado que saber o que ele era não facilitaria nada. Era verdade, não facilitava.
— Aham — o Nick pigarreava atrás de nós. — Preciso de ajuda... A Sel se trancou no quarto e não quer sair.
— Ok — respondi.
— Não entendo a Sel — Joe falava olhando para mim e para o Nick. — Ela ama o Nick, mas não admite isso a si mesma. Fica se fazendo de durona.
— Ah, Joe, não é assim. Ela tem medo que ele vá embora. Ela tem medo de sentir o que sente.
— O Nick ? Ir embora? — fiz que sim com a cabeça. — Ele nunca vai deixá-la, ele vai casar com ela, se a Sel quiser.
— Ela não pensa em casar tão cedo.
— Ele tem tempo.
— E nós?
— O que tem? — estava perguntando sobre casamento, mas decidi desconversar, já que ele não havia entendido a indireta.
— Não existe uma cura, para o que você é?
— Não que eu saiba...
— Não posso ser como você?
— Não. Tem que nascer assim.
— Demi ? — o Nick já estava entrando em pânico na porta, nem tinha notado que ele havia saído e já estava de volta.
— Ok. Estou indo.

.................continua ...............

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH  ATÉ QUE EM FIM VOCÊS DESCOBRIRAM O QUE ELES SÃO !!!! FALEI QUE ELES NÃO ERAM NADA DO QUE VOCÊS TINHAM COMENTADO !!!!
GOSTARAM DO CAPITULO ???? EU SINCERAMENTE ACHEI MUITO FOFO *----* JEMI *--*
COMENTEM BASTANTE PARA O PRÓXIMO ...BEIJOSSS




8 comentários:

  1. Eu realmente amei esse capítulo. Foi muito, muito tudo. Até que enfim descobrimos o que eles são. Nunca imaginei que seriam sugadores é estranho.
    Mais isso foi perfeito. Quero saber o que vai rolar agr. Ah e bem feito pra Taylor vaca, a Dem deveria bater mais nela.
    Beijos , Fabíola Barboza

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  2. *000* tenho q dormir u.u
    Perfect ^-^ posta logo baby
    Graças a Deus ele falou dr uma vez por todas o que eles são *-*

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  3. Que perfeito...agora sim sei o que o joe e o nick são....
    Super ansiosa para saber a reação da selena >.<
    Demiiii <3 <3 <3 <3 <3
    Postaaaa logooooo
    Beijos sua diva
    Fic nota 10............

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  4. Meu Deus que cap perfeito!!! Eu amei!!! Posta mais por favor!!! Bju

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  5. Tá muito perfeito
    Posta logo

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  6. Cara, posta logo ! Isto está prefeito. Beijos

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