quarta-feira, 19 de março de 2014

capitulo 12 maratona 1/10




A velocidade que ele estava dirigindo era absurda, o carro derrapava às vezes. Joe estava quase desmaiando, tinha perdido muito sangue, desejei saber dirigir, mas não sabia. Um carro surgiu na estrada atrás de nós, estavam nos seguindo. Nosso carro deu um solavanco para frente, olhei pelo espelho, eles estavam nos empurrando com o carro deles. Queria fazer alguma coisa, mas o quê? Como poderia competir com aqueles “seres”?
— Coloque o cinto — Joe me disse, estava apavorada demais para entender,
— O quê?
— Coloque o cinto — obedeci, ele não diminuiu a velocidade nem por um minuto.
Percebi que ele ia fazer alguma coisa e não era nada bom. Joe freou do nada, o carro dos caçadores bateu no nosso e capotou, passou voando acima do teto do Eclipse. Fiquei pasma olhando a cena. O golpe que levei na antiga casa estava doendo, o solavanco contra o cinto de segurança estava queimando minha pele, mas isso não era o pior. Joe estava perdendo os sentidos, ele não me disse nada, mas isso era óbvio.
Ele deu a volta pelo carro capotado, ninguém lá dentro se mexia e continuou dirigindo velozmente, sempre olhando pelo retrovisor, mas seria impossível alguém ter saído vivo daquele carro. Se passaram alguns minutos sem falarmos nada.
— Merda — exclamei, ele me olhou assustado.
— O que foi? Está ferida?
— Não. Perdi o diário da minha mãe.
— Onde?
— Não sei onde.
— Se esforce, onde o perdeu?
— Já disse que não sei — berrei, meus nervos estavam a flor da pele.
— Droga, Demetria, provavelmente eles acharam que entrei lá apenas para me esconder. Se pegarem o diário, vão ligá-lo a você. Aquilo é uma arma... Irão caçá-la.
— Por que o fariam? Não sou como...
— Sim, você não é como eu, mas eles não sabem disso.
— Joe ? Joe ! — ele desmaiou, estávamos em alta velocidade, o carro foi parar na pista do lado. Estávamos na contramão e um carro vinha na nossa direção. O chacoalhei e ele despertou por um breve momento, o suficiente para tirar o carro segundos antes de batermos e o parar no acostamento, então apagou de novo. Entrei em pânico total, não conseguia acordá-lo de jeito nenhum. Estávamos no meio do nada, Joe estava desmaiado e não conseguiria carregá-lo para lugar nenhum. Não tinha forças, não sabia dirigir, estávamos ferrados. Comecei a revirar o carro em busca da carteira dele. Achei-a no porta-luvas, me espantei com a quantidade de cartões de crédito, identidades falsas e dinheiro que havia ali. Peguei só o dinheiro, sempre vi na TV que eles rastreiam as pessoas pelo cartão de crédito. Desci do carro, meu corpo doía, estava  sem saber o que fazer. Avistei uma caminhonete e fiz sinal como se pedisse carona, o motorista parou. Ele tinha uma cara de tarado, drogado e sei lá mais o quê, mas não tinha outra opção.
— Preciso de carona — o cara me mediu, olhou para o carro e viu Joe.
— Que diabos...
— Eu pago, mas por favor nos leve para algum lugar.
— Paga quanto? — agora estava falando a língua dele. Já havia contado o dinheiro no carro, mas não podia dar tudo a ele.
— Mil reais, é tudo o que tenho, nos deixe em algum lugar — provavelmente essa era uma péssima ideia. O cara podia nos matar ali mesmo e levar o dinheiro, ou fazer algo pior, mas precisava arriscar.
— Levo só você, o rapaz aí vai sujar meu estofado — ainda não sabia como estava de pé, talvez devesse esperar outro carro parar, mas não sabia quanto tempo Joe resistiria.
— Mil e quinhentos e você leva nós dois — o cara pensou por uns segundos que pareceram uma eternidade.
— Certo, mas você carrega o rapaz, não vou sujar minhas mãos — como desejei ter aquele taco de beisebol.
Coloquei Joe com muito sacrifício do lado do sujeito e eu fiquei na porta. Depois de uns quinze minutos aguentando aquele cara falando coisas nojentas, avistei um motel .
— Ali, nos deixe no motel.
— Garota, acho que seu namoradinho não está muito bem para isso — imbecil, se pudesse matá-lo o faria.
— Você entra comigo, vou abaixar... Meu namorado e você entra no estacionamento comigo, não permitiriam minha entrada com ele assim.
— Você é esperta, gosto de menininhas espertas — ele esticou o braço para me tocar, Joe segurou seu braço.
— Cara, estou mal, mas não estou morto. Se tocar nela, acabo com você.
— Joe ! — nunca fiquei tão feliz em minha vida.
— Faça o que ela disse — ele mesmo se abaixou. O cara pediu um quarto, a moça da recepção me deu uma encarada, mas não pediu minha identidade. O palhaço estacionou, nós descemos do carro, paguei o que prometi a ele, mesmo sem vontade de fazê-lo. O cara não disse mais nenhuma palavra depois de Joe ameaçá-lo. Ele saiu dirigindo, feliz com seu dinheiro.
— Entre no quarto, Demi.
— Aonde você vai?
— Falei para entrar no quarto — ele começou a caminhar na direção da recepção. — Já volto.
— O que você vai fazer?
— O necessário — não sei por que, mas não o segui, não o impedi e também não entrei no quarto.
Fiquei lá tentando absorver as novidades do dia: conversar com minha mãe, ser caçada, capotar carros, pedir carona para tarados, essas coisas. Acho que uns cinco minutos depois Joe voltou e não acreditei no que vi.
— Como? Como... O que você fez? — tentei olhar para a recepção.
— Ela vai ficar bem. Daqui um tempo.
— Oh, meu Deus — ele não precisou me dizer, eu já sabia: Joe se alimentou da recepcionista. — E se ela contar para alguém?
— Não vai.
— Como você sabe? Ela pode...
— Confie em mim, ela não vai dizer nada a ninguém — estava pasma, havia restado somente o sangue seco nele, estava completamente curado, forte. Entramos no quarto. Não conseguia parar de pensar na pobre moça, já tinha sentido o mesmo que ela e não era nada bom. Só naquele momento percebi que estava em um motel com o Joe, sem nada para vestir, apenas minha roupa ensanguentada. Ainda estava com o moletom dele, repleto de sangue.
— Vá tomar um banho, vou pegar algumas roupas para nós. Já devia ter pegado, aliás.
— Vai pegar roupas onde?
— Na recepção.
— Jesus, você pirou. Como vai voltar lá?
— Você devia confiar um pouco mais em mim — ele era doido, essa era a explicação mais plausível.
Ele foi até lá e voltou logo em seguida, com roupas terrivelmente feias e grandes.
— Era o que tinha lá.
— Serve — disse de má vontade. Não era pelas roupas, era por tudo isso. Ele poderia ter matado aquela moça. Ele matou aqueles caras. Não o estava julgando porque provavelmente os caçadores o matariam, mas era pela situação em si.
— Hum, você não entrou no banho. Estava me esperando? — e lá estava meu sorriso cínico preferido.
— Engraçadinho — fiz uma careta e me tranquei no banheiro, o chuveiro não era lá aquelas coisas, mas a água quente foi bem-vinda....Saí do chuveiro e coloquei uma blusinha e uma calça onde caberiam três Demi dentro. Saí do banheiro e Joe entrou. Liguei a TV só para não ficar naquele silêncio todo. Sinceramente aquela viagem toda estava sendo... Impossível. Deus do céu, impossível era Joe saindo do banho somente com uma toalha amarrada na cintura, com o corpo todo molhado. Aquilo sim era impossível.
— Algum problema, Demetria ?
— Não... — ele era definitivamente um problema, aquele corpo sarado, molhado, praticamente nu, no mesmo quarto que eu era um problemão. Ele riu.
— Certo, vou poder dormir na cama ou serei obrigado a ir para o chão? — talvez fosse melhor ele ir para o chão, mas tadinho tinha passado por tudo aquilo e... Qual é? Estava louca para dormir na mesma cama que ele.
— Vai poder dormir na cama — abri um sorriso enorme e desnecessário. Fiquei vermelha e ele percebeu.
— Você está bem? Estou te achando um pouco vermelha.
— Estou ótima — quase enfartando, mas bem. Aquela seria uma noite tremendamente longa.
Deitei na cama. Meu estômago roncava, não havia comido nada além da canja da tia Mandy, mas a fome era o menor dos meus problemas aquela noite, sem contar que havia uma espécie de caçador atrás de nós. Joe estava deitando na cama, só de bermuda, tentei pensar em outra coisa, mas estava muito difícil. “Pense em outra coisa, pense em outra coisa... Ah meu Deus, ele está na mesma cama que eu, na mesma cama, só de bermuda... Foco, Demetria. Não, foco não, porque meu foco está localizado naquele peito nu e ainda úmido. Ai, preciso de ajuda”. Joe ria ao meu lado, ele estava virado para mim, apoiado em um braço.
— Demi, você está bem?
— Sim, por quê? — as palavras saíram cuspidas da minha boca, como se o simples fato de abri-la fosse quebrar minha concentração.
— Talvez porque você esteja agarrada ao lençol, com cara de dor.
— Impressão sua — ele segurou minhas mãos para me fazer soltar do lençol, os nós dos meus dedos já estavam brancos. Aquele gesto fez meu coração saltar,não aguentava mais essa sensação sempre que Joe estava perto. Isso nunca diminuiria?!
— O moletom ficou bem em você.
— Claro, é três vezes o meu tamanho e tem o pateta estampado. Perfeito — ele estava rindo de mim, de novo.
— Se considere com sorte. Só achei uma bermuda, vou ter que ficar sem camisa — Jesus, ele estava fazendo de propósito. Não queria, mas acabei olhando mais atentamente aquele peito, barriga, analisei cada pintinha do seu corpo, cada detalhe, era demais para uma menina de quinze anos.
— Percebi.
— Notei que você percebeu — ótimo.
— Estou cansada e com sono — ele não parava de sorrir, queria entrar embaixo dos travesseiros. — Qual é a graça?
— Nenhuma — do nada ele ficou sério, com uma expressão vazia. — Obrigado.
— Pelo quê?
— Por ter voltado, se você não estivesse lá, eles teriam... Obrigado.
— Não podia deixá-lo lá, ouvi seus gritos e... — minha garganta deu um nó, quando me lembrei dele gritando. — Quando entrei lá e te vi daquele jeito, só...
— É — foi o que ele me disse. — Bem, você está cansada e com sono, lembra? Vamos dormir.
— O que eles caçam exatamente?
— Demi...
— Qual é, eu estava lá, os vi — Joe deu um longo suspiro.
— Eles caçam... O que eu sou.
— E o que você é?
— Boa tentativa, mas não foi dessa vez — ele tentou rir, mas não conseguiu.
— Não vou contar a ninguém.
— Esse não é o maldito problema, confio em você — ele se jogou no travesseiro de barriga para cima. — Não confio neles e no que podem fazer a você, e eles não são nosso único problema.
— Poderia ajudar mais se você me explicasse.
— Você saber de tudo só vai complicar mais as coisas. Se eles suspeitarem que você sabe das coisas, vão presumir que é importante para mim...
— Ah, claro, ninguém aqui quer isso — o que havia de errado comigo? Porque estava sempre na defensiva quando estava com ele?
— Demetria ! — ele alterou a voz. — Você está sempre, sempre, entendendo tudo errado — Joe levantou da cama e caminhou até a porta.
— Aonde você vai?
— Fazer uma ronda e pegar comida, não aguento mais seu estômago roncando — não havia percebido que meu estômago estava roncando tão alto, puxei o travesseiro e tentei me sufocar, não deu certo.
Cochilei por algum tempo, acordei com Joe me chamando. Ele sentou na cama, com cara de cansado, não fisicamente, mas como se carregasse o mundo nas costas.
— Trouxe batata frita, mas está fria. O local mais próximo era meio longe e estou sem carro — sentei correndo, meu estômago estava nas costas, comecei a comer compulsivamente. Mesmo frio, parecia a melhor coisa do mundo.
— Obrigada. Como vamos para casa?
— Vou chamar um táxi logo cedo. Vai dar tempo de você ir ao colégio.
— Táxi? Vai sair uma fortuna.
— Você me subestima — já devia ter entendido que dinheiro não era problema ali, o cara tinha uma academia com seu nome. — Estava mesmo com fome — ele apontou para o pacote com as batatas, já estava quase no fim.
— Oh, meu Deus. Você quer? Já comeu?
— Já, comi lá — achei que era mentira, mas não adiantava argumentar com ele. — Quero outra coisa.
— O quê? — ele se aproximou de mim, bem perto, começou a mexer em meu cabelo. Tirou o pacote de batatas da minha mão e beijou meu pescoço, meu corpo todo se arrepiou. Joe riu contra minha pele, aquilo só fez os arrepios piorarem. Beijou minha orelha, já estava ofegante, me deu um selinho.
— Só vou te beijar se você me pedir — ele passou a língua nos meus lábios, mas não me beijou. Joe estava falando sério? Estava com a boca aberta, olhos fechados e provavelmente com cara de boba. — Peça.
— Aham... Aham — qual é? Não dava para falar com ele, beijando meu pescoço e passando a mão pelo meu cabelo.
— Peça.
— Me beije — Joe apertou sua mão no meu cabelo.
— Peça direito — aquilo não estava acontecendo, era tortura do mais alto nível.
— Me beije, Joe — olhei para ele, aquela boca. — Por favor — ele nem hesitou, me beijou ferozmente, mas logo saiu de perto de mim.
— Isso foi por aquele dia no bosque, lembra? Quando disse que te dava nojo e que perderia meu tempo, tentando te beijar de novo.
— Você já me beijou depois daquele dia.
— Verdade, mas dessa vez... Você implorou — lá estava meu sorriso cínico, atirei um travesseiro nele e fiquei emburrada. Me tranquei no banheiro, garoto metido e esnobe e... E... Tremendamente lindo, que ódio. Lavei meu rosto, tentei me acalmar. Sentei na privada e tentava criar coragem para sair do banheiro. Ouvi uns ruídos na janela e meu coração disparou, precisava ir a um cardiologista urgente.
Fiz a idiotice de me aproximar, para analisar melhor o barulho. Do nada a janela se abriu e algo grudou no meu rosto. Dei um berro. Joe arrebentou a porta do banheiro e me olhava assustado. Consegui tirar aquilo da minha cara.
— Ah, é só um gato — foi um alívio.
— É. Agora tenho que pagar uma porta nova — começamos a rir, ele quase derrubou a parede toda. — Vou colocar o gato para fora.
— Não! Deve estar com fome e com frio — não o deixaria fazer isso, colocar o bichinho na rua.
— Você vai levá-lo para casa?
— Sim — respondi sem hesitar.
— Seu pai vai concordar?
— Não — sem hesitar de novo, meu pai nunca permitiu animais em casa. — Só até acharmos um lugar para ele.
— Droga!
— Que foi?
— Você falou no plural — sorri maliciosamente para ele.
— Quem vai pedir por favor agora? — tentei dar uma de Joe, mas não deu certo, a frase não fazia sentido e ele me olhava com cara de não entendi. Foi idiota. Fomos todos para a cama, nós três, Joe, eu e o gatinho preto, que deveria ter uns três meses de vida. Estava na hora de dormirmos. Engraçado como só naquele momento senti meu corpo doer.
— Ai.
— O que foi? — Joe perguntou preocupado.
— Meu tórax está doendo.
— Tire a blusa.
— Ficou maluco?
— Vamos ver o que é, Demi. Talvez precise ir ao hospital.
— Não mesmo.
— Não foi uma pergunta, foi uma ordem — não estava em meu melhor estado mental, obedeci. — Acho que não precisa de um hospital, mas vamos passar em uma farmácia e comprar pomada para passar em você — o cinto de segurança me deixou com uma faixa nada interessante no corpo. Achei que Joe fosse se aproveitar da situação, mas não, assim que coloquei o moletom, ele deitou na cama e não disse nada.
Acordei com Joe se remexendo na cama. Incrivelmente tinha sido uma noite sem pesadelos, acho que estava cansada demais até para isso. A cena de nós na cama devia ser engraçada, se observada de longe. Lá estava eu estirada sob o peito de Joe, ele se remexendo, porque o rabo do gatinho estava na sua cara e o gato, dormindo bem ao lado do rosto dele. Por um segundo, consegui imaginar como seria minha vida com ele, com eles.....
Joe acordou, não muito feliz por ter um gato em sua cara. Ligou do telefone do quarto para um táxi, que chegou em dez minutos. Entramos no carro, na parte de trás. Ele deu as coordenadas ao motorista e na maior parte do tempo ficamos calados, tirando alguns miados no carro.
— Vou te deixar em casa — isso significava que ele não ficaria comigo. — É melhor você ir para a aula.
— Ok — estávamos quase chegando à minha casa, isso era um tchau. — Você não vai para a aula?
— Não. Preciso descobrir como eles me acharam e depois ver a Tay — fiquei parada, sem mover um músculo, com o queixo caído.
— Ah é, sua namorada.
— Sim, minha namorada — não disse mais nada, não havia nada a ser dito, meu coração mal batia.
O taxista parou na frente de casa. Desci do carro e peguei o gato, não olhei para Joe. Bati a porta com toda minha força, entrei em casa com a chave reserva, já que nem isso tinha levado no “passeio” com Joe. A chave ficava na varanda embaixo de um vaso. Coloquei o gatinho no chão, me encostei na porta e chorei.
Era inacreditável como no fim ele sempre voltava para a Glitter loira. O gatinho não parava de miar, levantei e servi um pouco de leite para ele. O coitado quase se afogou, sua barriguinha até estava dilatada. O telefone tocou e nem precisava atender para saber que era a Sel, não atendi, logo a veria no colégio. Comecei a ensaiar minha melhor cara de paisagem e fui para o matadouro, quer dizer, escola.
A Sel me esperava na porta da sala, batendo o pé incessantemente ao chão.
— Demi, onde foi que você se meteu? Te liguei a noite toda.
— Se eu te contasse você não acreditaria.
— Nunca duvidei de você — era verdade. Por que tinha tanto medo de dizer a verdade a ela, então?
— Está a fim de matar aula?
— Se for por um bom motivo — era a resposta que precisava.
— É um ótimo motivo.
Saímos correndo dali, pulamos o muro do colégio. Ralei meu joelho, a Sel soltava uns gritinhos de dor, precisávamos nos esforçar mais nas aulas de educação física.
— Aonde vamos afinal?
— Você sabe onde a Taylor mora?
— A Taylor ? — ela pareceu meio confusa, mas acho que logo entendeu. — Sei, por quê?
— Porque é para lá que nós vamos.
— Certo — essa com certeza era uma das coisas que mais gostava na Sel: se era para aprontar, ela não questionava nada. Entramos em um ônibus, segundo a Sel, a loira não morava longe.
— Depois que fizermos isso, tenho que ir correndo para casa.
— Por quê?
— Porque deixei o Salem sozinho e quero ver como ele está.
— Quem é esse?
— Meu gato.
— Mas você não tem gato... Ou tem?
— Agora tenho.
— Demi, seu pai vai te matar.
— Ele vai ter que entrar na fila.
Paramos a duas quadras da casa da Taylor. Era o mais próximo que chegaríamos de ônibus. Andamos aquelas quadras, quase não havia carros na rua, o sol começava a esquentar para valer.
Finalmente ficamos de frente para a mansão dos Swift, definitivamente o pai da Taylor era milionário. Que casa era aquela? Parecia saída de uma revista.
— Como vamos fazer para entrar? Não podemos tocar o interfone — a Sel havia feito uma ótima observação.
— Vamos ter que apelar para o muro de novo.
— Quem é você?
— Como assim, Sel ?
— O que aconteceu ontem à noite? De repente, minha melhor amiga envelheceu anos, ficou madura,sei lá.
— Sel, você viaja. Vamos pular essa porcaria de muro logo — ela olhou para o muro e fiz o mesmo.
— Escalar, você quer dizer.
— É — aquilo era mais alto que nós duas juntas. A sorte é que havia um poste na rua, grudado ao muro. Subimos por ele e despencamos do outro lado.
— Não creio, torci meu pé — a Sel fez uma carinha de dor.
— Vamos ter que continuar, amiga.
— O que não faço por você? Dá para me contar por que estamos invadindo uma propriedade privada?
— Agora não, mas estamos seguindo o Joe, ele me disse que viria para cá.
— Ah, claro. E aquele papo de vou me afastar dele? Morreu?
— Por aí.
— Não gostei.
— Do que exatamente? — ouvi uns ruídos, estava ficando boa nisso. Comecei a olhar em volta.
— O que meu namorado está fazendo aqui? — segui seu olhar, eram Nick e Joe chegando. Eles entraram na casa, nós os seguimos, mas ficamos espiando pela janela. — Por que o Nick estava com a chave da casa da Taylor ?
— Calma, Sel.
— Calma o cacete, vou entrar lá e...
— Não vai não, estou tentando descobrir o que eles estão fazendo aqui.
— Que droga, Demi — fiz sinal de silêncio. Eles entraram no que parecia ser o escritório do pai da Glitter.
Começaram a vasculhar gavetas, armários, mas deixavam tudo em ordem depois que olhavam. Abriram o cofre, Joe tinha a combinação. Acharam algumas pastas lá dentro. Uma delas caiu no chão, estiquei meu pescoço e quase desmaiei. Era algum tipo de arquivo com uma foto minha.
— Ai, meu Deus. O que o pai da Taylor está fazendo com uma foto sua?
— Não faço ideia — os dois olharam na direção da janela e nós duas nos jogamos nos arbustos.
Esperamos um tempo e voltamos à janela. Eles mexiam no computador do pai dela, mas pelo jeito não tinham a senha, porque não estavam conseguindo abrir os arquivos.
— Você não pegou a senha? — perguntou o Nick.
— Ainda não tive chance. Não é tão fácil assim dobrar a Tay — que nojo!
— Vai ter que se empenhar mais, o que precisamos está aí — Joe suspirou e mexeu em seus cabelos.
— Vou ligar para ela, pedir que saia agora do colégio e venha para cá.
— É nossa última chance, não podemos mais perder tempo.
— Sem pressão, né, Nicholas ? — eles saíram de lá. Aquela conversa não fazia sentido nenhum para mim.
— Demi, a Taylor tem animais de estimação ?
— Aham — que pergunta era aquela? A Sel já estava sentada no chão, eu ainda estava olhando para o escritório como se algo ali fosse responder minhas dúvidas. — Acho que já a vi se gabando por ter um Rottweiler, por quê?
— Porque ele está olhando para nós — gelei, de verdade. Virei bem devagar para ver o cachorro.
— Merda.
— O que você está pensando? — a Sel estava transparente.
— Estou cheirando a gato.
O cachorro correu na nossa direção. Levantamos dali, saímos correndo e gritando. Não tinha mais nada a fazer, aquele bicho parecia mais uma máquina do que um cachorro, a velocidade dele era incrível.
Contornamos a casa correndo, o que devido ao seu tamanho foi bem cansativo. Chegamos à piscina que, como havia imaginado, era quase olímpica. Trombei com alguma coisa e caí sentada.
— Fúria. Senta — ordenou Joe e o bicho sentou. — Boa menina.
— Boa menina? Esse filhote de capeta quase nos matou! — a Sel se apoiava nos joelhos, tentando retomar o fôlego.
— Posso saber o que você está fazendo aqui, Selena ? — o Nick parecia bem zangado. Continuei no chão, Joe ficou me encarando com um olhar não muito amigável.
— Ah não, senhor Nicholas, você não se livra dessa tão fácil. O que você está fazendo aqui e para piorar com a chave da casa da Glitter?
— Glitter?
— Você entendeu, Nick — Joe olhou para Nick e vice-versa. Era como se falassem uma língua silenciosa.
— Precisávamos achar pistas.
— Certo. Namoro o Sherlock Holmes, então? — Joe riu, nem ele podia com a ironia da Sel.
Ele me ajudou a levantar, mas não falou comigo.O celular do Nick tocou.
— Alô. Tem Certeza? Certo.
— Era voz de mulher, Nick. Quem era?
— O pai da Taylor está chegando — disse Nick.
— Droga! — Joe parecia muito nervoso.
— E agora? — perguntou Nick.
— Vão embora, vocês três. A Tay está vindo, vou dizer que matamos aula para namorar. Deixem que enrolo ele.
— Não vou a lugar nenhum — estava cansada de ser mandada embora.
— Não vou discutir com você, Demetria. Você vai e pronto.
— Você não manda em mim — bati o pé, mas não estava pronta para o que ouvi.
— Vai embora. Saia da minha vida! — comecei a tremer. — Se pudesse, nunca mais veria você. Demetria,
você é infantil, dramática, chata, insuportável — dei alguns passos para trás. — Pare de atrapalhar minha vida. Porque é isso que você faz, atrapalha a vida de todo mundo, a minha, da Sel, do seu pai. Aliás, não foi por sua causa que sua mãe morreu?
— Joe... — Nick ia dizer algo, mas ele não deixou.
— Não se meta, Nick — ele voltou a me olhar. — Saia daqui! Anda, garota, não quero mais sentir a sua presença — me afastei dele e me encolhi atrás da Sel, nem sei por que fiz isso.
— Joseph — a Sel o chamou. — Lembra do que te disse na sala naquele dia? — ele não respondeu. — Eu não estava brincando, isso não vai ficar assim.
Não me lembro de sair de lá, nem de como vim parar em casa, nem onde a Sel estava. Mas quando dei por mim estava na minha cama, com Salem, em um estado de torpor.

...................continua .............

Oi amores ...desculpem a demora,é pq eu tava estudando para uma prova q vou fazer ...então....kkk
Vou começar a maratona...mas só vou postar os capitulos com pelo menos 5 ou mais comentários ....confio em vocês sei que vocês sempre me surpreendem com os comentários ...por isso que AMO vocês !!!!
Então,se hj de noite tiver bastante comentários eu postarei o próximo da maratona OK ?
Então comentem bastante ....beijossss ...AH ...E VOCÊS VÃO SABER O QUE ELES SÃO NO PRÓXIMO CAPÍTULO ...AGORA EU TENHO CERTEZA !!!!!



10 comentários:

  1. AAAH AMEEI!!! mas eu estou morrendo de ódio do Joe, esse vagabundo, está na hora de Sel meter a porrada nele

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  2. Amei o cap!!! Perfeito como sempre!!! Meu Deus que raiva do que o Joe fez... tadinha da Demi!!! Posta mais por favor!!! Bju

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  3. Eu definitivamente amo sua fic, está tão perfeito.. pensei que iria rolar alguma coisa no motel, ou sei lá.. o Joe foi um completo idiota com a Demi na casa da Taylor e algo me diz que o sonho da Demi tem alguma ligação com o Joe e com certeza com a Di, tenho certeza que ela era igual o Joe. Beijos e por favor comece a maratona, está mega perfeito

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  4. Quase morri agr, o que esse Joe pensa que é? Pra falar assim com a Dem? Esquece ele gata
    Pooosta
    Fabíola Barboza

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  5. AAAAA Meu Deus amei, posta outro logo :)

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  6. Joe ta chato demais para que ta essscroto acabou com a demi scrr kkkk posta maaaaais

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  7. perfeitoooooooo posta lgooo, quero matar o Joe cara

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  8. Omgggg cara .-. Meu coração até doeu com o que o Joe falou u.u kkkk gente ??? SEL ESTRUPE O JOE pois nao quero a Demi triste u.u haha , mentira u.u POSTA LOGOOO *-*

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  9. Amei posta logo please ....o Joe foi muito mauzinho para a Demi agora
    ..

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  10. Que vontade que me dá as vezes de bater no joe....
    Super ansiosa para saber o que o joe é...
    Posta looogooo
    Beijos

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