sexta-feira, 2 de maio de 2014

capitulo 18 MARATONA 7/10

JOE *



Na segunda-feira tento não ficar muito ansioso com a aula de Química. Com certeza não é pela Peterson que estou morrendo de vontade de assistir a aula... É por Demetria, que chega atrasada.
— Oi — eu digo.
— Oi — ela murmura de volta. Nada de sorriso, nem de olhares brilhantes. Definitivamente ela está aborrecida com alguma coisa.
— Muito bem classe — diz Peterson. — Peguem seus lápis. Vamos ver o quanto vocês têm estudado.
Xingo Peterson, em silêncio. Bem que ela podia nos dar umas experiências para fazer; assim teríamos chance de conversar. Enquanto isso, lanço um olhar à minha parceira que parece totalmente despreparada para uma prova-surpresa. Tomado pelo impulso de proteger Demetria mesmo sabendo que não tenho esse direito, levanto a mão.
— Ultimamente sempre que você levanta a mão acaba me causando problemas — diz Peterson me olhando nos olhos.
— É só uma perguntinha.
— Vá em frente... Pergunte logo.
— Podemos consultar o livro durante a prova certo?
A Sra. Peterson me olha por cima dos óculos:
— Não Joe, esta não é uma prova aberta a consulta. E se você não estudou vai receber um grande e redondo “F”... Entendido?
Como resposta, deixo meus livros caírem provocando um baque surdo.
Peterson entrega a prova e leio a primeira questão.
A densidade do Alumínio (AI) é de 2,7 gramas por milímetro. Que volume ocupariam 10,5 gramas?
Depois de trabalhar na minha resposta, olho para Demetria. Ela está com os olhos fixos na prova, mas ao mesmo tempo parece distante. Ao perceber que estou olhando para ela, Demetria me encara com desdém.
— O que foi?
— Nada.
— Então me esqueça.
Peterson está de olho em nós. Suspiro profundamente procurando me acalmar e volto a me concentrar na prova. Por que será que Demetria é assim... Ora quente, ora fria, mudando de um estado para outro sem nenhum aviso? E por que será que está tão estranha? Pelo canto do olho, vejo minha parceira pegar a chave do banheiro que pende de um gancho na porta. A questão é que não adianta se esconder. Isso não vai resolver seus problemas. Quando você sai do esconderijo a vida está lá olhando para a sua cara. Acredite, eu já tentei isso. E não funciona, porque os problemas continuam existindo. De volta à classe, Demetria repousa a cabeça sobre a mesa enquanto escreve as respostas. Basta um olhar para saber que ela está ausente, que está indo muito mal na prova. Quando Peterson avisa que o tempo acabou, minha parceira de Química tem um olhar inexpressivo no rosto.
— Não sei se isso vai ajudar você a se sentir melhor... — digo em voz baixa para que só Demetria possa ouvir — mas uma vez tirei zero na aula de Saúde, na oitava série, porque estava distraído e coloquei um cigarro aceso na boca de um boneco. Acabei sendo reprovado na matéria só por isso.
Sem olhar para mim ela diz:
— Bom para você.
A música se espalha no ambiente através dos alto-falantes indicando o final da aula. Olho para o cabelo dourado de Demetria, que hoje parece menos brilhante enquanto ela praticamente se arrasta para fora da classe... sozinha. Ao contrário de sempre, seu namorado não a acompanha. Eu me pergunto se Demetria acha que deve ganhar tudo de mão beijada, inclusive boas notas. Preciso dar um duro para conseguir o pouco que tenho. Nada me vem de graça.
— Oi  Joe. — Carmen me espera ao lado do meu armário. Ok, algumas coisas realmente me veem de graça.
— O que foi?
Minha ex-namorada se insinua para mim; sua blusa justa e curta tem um grande decote em “V”.
— A turma vai dar uma volta pela praia depois da aula. Você quer ir?
— Tenho que trabalhar — eu respondo. — Talvez me encontre com você mais tarde.
Penso no que aconteceu há dois fins de semana. Depois de ir até a casa de Demetria e ser dispensado pela mãe dela, algo dentro de mim se quebrou. Ficar bêbado para afogar meu ego pisado foi uma ideia estúpida. Eu queria estar com Demetria, ficar com ela não só para estudar mas para descobrir o que se escondia por trás daquelas mechas loiras. Minha parceira de Química me deixou na mão.
Carmen não. As imagens são meio confusas, mas lembro-me de Carmen no lago me envolvendo com seu corpo... E depois ela se sentou no meu colo perto da fogueira e fumamos um cigarro mais forte que o Marlboro. Também do jeito que estava bêbado e com o ego aos pedaços, eu aceitaria qualquer garota.
Mas o fato é que Carmen estava lá, inteira para mim. Devo a ela um pedido de desculpas... Pois apesar de Carmen ter se oferecido eu não precisava entrar no jogo. Fui um cretino e tenho que dizer isso a ela.
Saio da escola e vejo uma verdadeira multidão em volta da minha moto. Porra, se alguma coisa aconteceu a Julio, juro que vou bater em alguém. Não preciso empurrar ninguém para ver o que aconteceu, porque as pessoas abrem caminho quando me aproximo. Com todos os olhares voltados para mim, vejo o que fizeram com minha moto: puro vandalismo. Todos esperam que eu fique furioso. Afinal, quem ousaria prender uma buzina de triciclo pink no guidão e cobrir as manoplas com delicadas fitinhas de cores brilhantes? Ninguém teria a ideia ou a ousadia de fazer uma coisa dessas na minha moto. Ninguém, a não ser Demetria. Olho em torno... Ela não está por aqui.
— Não fui eu — Lucky se apressa a dizer.
Todo mundo repete a mesma coisa num murmúrio: não foi ninguém.
Então outros murmúrios correm pela multidão, agora sugerindo nomes dos possíveis culpados: “Zac Adams, Greg Hanson...” Mas não escuto porque sei muito bem de quem é a culpa: da minha parceira de Química que hoje resolveu me ignorar. Arranco as fitas e desatarraxo a buzina pink... Pink! Será que alguma vez quando criança, Demetria usou essa coisa em seu triciclo?
— Saiam do meu caminho — eu rosno.
As pessoas se dispersam rápido, achando que estou no limite da fúria. Ninguém quer ficar na linha de fogo. Às vezes essa fama de valentão tem suas vantagens... Depois que todo mundo vai embora, caminho ao lado do campo de futebol. As garotas da torcida ali estão ensaiando como sempre.
— Procurando por alguém?
Eu me viro e vejo Tiffany Boehm, uma das amigas de Demetria.
— Demetria está por aí? — pergunto.
— Não.
— Você sabe onde ela está?
Joe Fuentes perguntando sobre o paradeiro de Demetria Lovato ? Espero que Tiffany me responda que isso não é da minha conta. Ou que me mande deixá-la em paz. Em vez disso Tiffany responde:
— Demetria foi para casa.
Murmurando um “obrigado”, eu me viro e caminho de volta até Julio enquanto ligo para o meu primo.
— Oficina do Enrique...
— Aqui é Joe. Vou chegar atrasado hoje.
— Outra reunião na diretoria depois das aulas?
— Não, nada disso.
— Bem, quando chegar trate de aprontar o Lexus do Chuy. Eu disse a ele que poderia pegar o carro às sete. E você sabe como é o Chuy quando a gente não cumpre o que promete.
— Sem problemas — eu respondo pensando no que Chuy representa na Sangue. Ele é o cara com quem ninguém quer trombar. Falta em seu cérebro o chip das emoções, das qualidades humanas mais comuns, começando pela simpatia. Se alguém é desleal com a gangue, Chuy se encarrega de “regenerar” o cara. Ou de garantir que ele nunca mais apronte... Mesmo que o cara implore aos gritos pela própria vida.
— Vou chegar a tempo — eu garanto.
Bato na porta de Demetria Lovato dez minutos depois, com a buzina pink e as fitas coloridas nas mãos. Visto a pose de um simpático e calmo filho da puta. Quando Demetria abre a porta usando shorts e uma camiseta larga, eu perco a pose e me confundo todo.
— Joe, o que você está fazendo aqui? — ela pergunta arregalando os olhos.
Mostro a buzina e as fitas que ela arranca das minhas mãos enquanto diz:
— Não acredito que você veio até minha casa por causa de uma brincadeira inocente!
— Tenho outras coisas a discutir com você além das suas gracinhas.
Ela engole em seco e parece muito nervosa.
— Escute, eu não estou me sentindo muito bem ok? Vamos deixar para conversar lá no colégio. — E tenta fechar a porta. Porra, não consigo acreditar que vou fazer como aqueles assaltantes nos filmes... Empurro a porta dizendo:
— ¡Qué mierda!
— Joe, não faça isso.
— Escute, me deixe entrar. Só por um minuto. Por favor.
Ela balança a cabeça e seus cachos angelicais acompanham o movimento.
— Meus pais não gostam que eu receba visitas.
— Eles estão em casa?
— Não. — Ela suspira e relutante acaba abrindo a porta.
Entro. A casa é ainda maior do que parece pelo lado de fora. As paredes pintadas de branco brilhante me fazem lembrar um hospital. Juro que nem sequer um grão de poeira teria coragem de pousar nesse piso ou nesses móveis. Ligando os dois andares, há uma escada que chega a competir com a que vi em “A Noviça Rebelde” aquele filme que nos obrigam a assistir no primeiro grau. E o chão é tão polido e reluzente que parece um espelho. Demetria estava certa. Não tenho nada a ver com este lugar. Mas isso não importa porque ela está aqui. E quero estar onde ela estiver.
— Bem, sobre o que você queria falar? — Demetria pergunta.
Gostaria que suas pernas longas e bonitas não estivessem tão à mostra... Elas me deixam transtornado. Desvio o rosto desesperado para esconder o que estou sentindo.
Mas e daí se ela tem essas pernas?  E daí se ela sabe encarar uma brincadeira como um homem, e dar o troco à altura? A quem estou tentando enganar? Não tenho outra razão para estar aqui além da minha vontade de ficar perto de Demetria... E dane-se aquela aposta idiota.
Quero descobrir um jeito de fazer essa garota rir. Quero saber o que faz essa garota chorar.
Quero entender o que faz Demetria olhar para mim como se eu fosse seu cavaleiro numa armadura brilhante.
— Dem ! — uma voz distante ecoa na casa quebrando o silêncio.
— Espere aqui —  Demetria ordena. — Volto já. — E se afasta por um corredor à direita.
Não vou ficar aqui parado no hall como um idiota. Resolvo seguir Demetria. Sinto que estou a um passo de vislumbrar um pouco do seu mundo.


.................continua

GENTE ...EU QUERO UM JOE DESSES PRA MIM ....E VCS ?
NOSSA ELE TÁ CAIDINHO POR ELA ...E Q LINDO O Q ELE FALOU :
"Quero descobrir um jeito de fazer essa garota rir. Quero saber o que faz essa garota chorar.
Quero entender o que faz Demetria olhar para mim como se eu fosse seu cavaleiro numa armadura brilhante."
SERIO,ME ARREPIEI ....FOI  MUITO LINDO NEH ...?!!!
BOM, JOE ESTÁ A UM PASSO DE CONHECER SHELLEY,SERÁ Q ELE VAI FICAR COM NOJO ASSIM COMO ZAC ???
COMENTEM PARA O PRÓXIMO ...BEIJOSS


5 comentários:

  1. O Zac é um babaca. Tinha que tomar uma surra do Joe! Joe lindo fofo e gostoso!!! Vem ni mim cara u.u
    Fabíola Barboza

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  2. O Joe nao é igual ao zac. Talvez ele assuste, mas nojo nao. POSTA

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  3. Gattona mais um, ta nos devendo um ,eu acho kkkkkkkkkkkk

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  4. perfeito <3<3<3<3
    quero ele (joe) para mim
    também kkkkkkk
    posta logoo
    beijos

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  5. O Zack é um babaca já o Joe é um amor, mesmo ele demostrando que é um durão..posta logooooooo please

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