quinta-feira, 10 de julho de 2014
PRÓLOGO-JEMI
DEMI *
Estávamos no apartamento mais feio em toda a Manhattan e não só por isso que meu cérebro estava programado para manter distância principalmente da apreciação da arte: objetivamente estas pinturas eram todas horríveis. Uma perna cabeluda crescendo de um caule. Um espaguete caindo da boca. Ao meu lado, meu irmão mais velho e meu pai murmuravam pensativos acenando como se entendessem o que estavam vendo. Eu era a única que nos mantinha avançando, parecia ser o protocolo tácito dos convidados da festa que deveriam completar o circuito, admirar a arte e só então sentir-se livre para aproveitar os aperitivos oferecidos em bandejas em torno da sala.
Mas no final, acima da enorme lareira e entre dois candelabros extravagantes, estava uma pintura de uma hélice dupla da estrutura da molécula de DNA e impresso em toda a tela estava uma citação de Tim Burton: Nós todos sabemos que os romances interespécies são estranhos.
Emocionada, ri virando-me para Liam e papai. "Ok. Essa é boa."
Liam suspirou. "Você deve gostar mesmo disso."
Olhei para a pintura e para o meu irmão. "Por quê? Porque é a única coisa em todo este lugar que faz algum sentido?"
Ele olhou para papai e algo se passou entre eles, alguma permissão concedida de pai para filho. "Nós precisamos conversar com você sobre o seu relacionamento com o trabalho."
Demorou alguns minutos antes de suas palavras, seu tom e sua expressão determinada despertar o meu entendimento. "Liam" disse. "Vamos mesmo ter essa conversa aqui?"
"Sim, aqui." Seus olhos se estreitaram. "É a primeira vez que te vi fora do laboratório nos últimos dois dias quando não estava dormindo ou devorando uma refeição."
Frequentemente notava como demonstrava estar dividido de forma limpa e sem contaminação os traços de personalidade mais importantes dos meus pais em seus cinco filhos –vigilância, charme, cautela, impulso e foco.
Vigilância e foco estavam reinando na batalha no meio da noite de Manhattan.
"Nós estamos em uma festa, Liam. Deveríamos estar conversando sobre o quão maravilhoso é a arte." Retruquei acenando vagamente para as paredes da sala de estar ricamente decoradas. "E como é escandaloso... alguma coisa..." Não tinha ideia das últimas fofocas e esta pequena bandeira branca da ignorância apenas provava a razão do meu irmão.
Vi como Liam engoliu a vontade de revirar os olhos.
Meu pai me deu um aperitivo que parecia algo como uma lesma em um biscoito e discretamente deslizei aquilo sobre um guardanapo quando um garçom passou. Meu vestido novo coçava e gostaria de ter tido tempo para perguntar no laboratório a respeito dessas coisas que consegui na Spanx. A partir dessa primeira experiência com isso, concluí que isso foi criado pelo Satanás, ou uma mulher que era muito magra para usar calças jeans.
"Você não é apenas inteligente." Liam estava falando para mim. "É divertida. É social. É uma menina bonita."
"Mulher." Corrigi num resmungo.
Ele se aproximou, mantendo nossa conversa discreta na passagem dos festeiros. Deus me perdoe uma pessoa da alta sociedade de Nova York ouvi-lo me dando um sermão sobre como ser mais social. "Que seja, não entendo por que estamos te visitando há três dias e as únicas pessoas que saí são com meus amigos."
Sorri para o meu irmão mais velho e deixei minha gratidão por sua super protetora hipervigilância passar por mim lentamente afastando a irritação que flamejava minha pele, era como tocar o ferro em brasa, o reflexo acentuado pela prolongada queimação. "Estou quase terminando a faculdade, Liam. Há tempo de sobra para a vida depois disso."
"Esta é a vida." Disse ele, os olhos arregalados e desesperados. "Agora. Quando eu tinha sua idade não estava nem aí para minhas notas, apenas esperava acordar na segunda-feira e não estar de ressaca."
Papai ficou em silêncio ao lado dele ignorando essa última observação, mas apontando para a observação geral de que eu era uma fracassada sem amigos. Dei-lhe um olhar de permissão para falar, recebendo isto de um cientista viciado em trabalho que passava mais tempo no laboratório do que em sua própria casa? Mas ele continuava impassível, usando a mesma expressão que tinha quando um composto que esperasse ser solúvel acabasse viscoso em um frasco: confuso, talvez um pouco ofendido.
Meu pai me deu a objetividade, mas ele sempre achou que minha mãe me deu um pouco de charme também. Talvez por ser mulher, ou talvez porque pensou que cada geração deveria aperfeiçoar as ações da anterior, então era para eu equilibrar vida-carreira melhor do que ele tinha feito. Um dia papai me puxou para o seu escritório e simplesmente falou: 'As pessoas são tão importantes quanto a ciência. Aprenda com meus erros.' E então ajeitou alguns papéis sobre a mesa e olhou para suas mãos, até que se cansou o suficiente, levantou e voltou para o laboratório.
Claramente eu não tinha aprendido.
"Sei que sou autoritário." Liam sussurrou.
"Um pouco." Concordei.
"E sei que me meto muito."
Dei a ele um olhar de cumplicidade sussurrando: "Você é minha própria Athena Polias."
"Só que não sou grego e tenho um pênis."
"Tento esquecer isso."
Liam suspirou e finalmente meu pai parecia que estava destinado a isso ser uma tarefa para dois homens. Os dois chegaram para me visitar, e embora parecesse uma estranha combinação para uma visita casual em fevereiro, não tinha pensado muito nisso até agora. Papai colocou o braço em volta de mim me apertando. Seus braços eram longos e finos, mas sempre tinha o aperto forte de um homem muito mais forte do que parecia. " Demi, você é uma boa garota."
Sorri para a versão mais nova de papai de uma conversa estimulantemente elaborada. "Obrigada."
Liam acrescentou: "Sabe que te amamos."
"Também amo vocês. Normalmente."
"Mas... leve em conta esta intromissão. Você é viciada em trabalho. É viciada em qualquer caminho mais rápido que acha que a sua carreira precisa seguir. Talvez eu sempre tenha assumido e administrado meticulosamente sua vida."
"Talvez?" Cortei a frase "Você ditou tudo, desde quando mamãe e papai tiraram as rodinhas da minha bicicleta até quando definiu meu toque de recolher antes do pôr do sol. E você nem morava mais comigo Liam. Eu tinha dezesseis anos."
Ele me acalmou com um olhar. "Juro que não vou lhe dizer o que fazer exatamente..." Ele parou olhando em volta, como se alguém próximo pudesse estar segurando uma placa alertando o fim de seu sermão. Pedir a Liam para evitar se meter era como pedir a alguém para parar de respirar por dez minutos. "Basta ligar para alguém."
"'Alguém'? Liam, a questão é que não tenho amigos. Não é exatamentea verdade, mas você acha que eu deveria ligar para alguém e começar essa coisa toda de viver a vida? Ligar para outro estudante de graduação que está tão enterrado em pesquisas como eu? Faço engenharia biomédica. Não é bem uma massa próspera da socialite."
Ele fechou os olhos e depois olhou para o teto antes de ter uma ideia. Suas sobrancelhas se ergueram quando olhou para mim a esperança enchendo seus olhos com uma ternura fraternal irresistível. "E Joe ?"
Peguei a taça de champanhe intacta da mão do meu pai e bebi.
Não precisava que Liam repetisse. Joe Jonas era o melhor amigo de faculdade de Liam, ex-estagiário do meu pai e o objeto de cada uma das minhas fantasias adolescentes. Enquanto eu sempre tinha sido a irmã simpática e nerd, Joe era o bad boy gênio com o sorriso torto, orelhas furadas e olhos tão profundos que pareciam hipnotizar qualquer garota que conhecia.
Quando tinha doze anos, Joe tinha dezenove, e ele veio para casa com Liam por alguns dias perto do Natal. Estava sujo e mesmo assim delicioso, tocando seu baixo na garagem com Liam e brincando de flerte durante as férias da minha irmã mais velha, Dallas. Quando tinha dezesseis anos, ele tinha acabado de se formar na faculdade e morou conosco durante o verão enquanto trabalhava para o meu pai. Ele transpirava tanto carisma sexual que dei a minha virgindade a um desajeitado menino esquecível na minha classe tentando aliviar a dor que sentia apenas de estar perto de Joe.
Tinha certeza que minha irmã tinha no mínimo beijado Joe e ele era muito velho para mim de qualquer maneira, mas à portas fechadas e no espaço do segredo do meu coração, poderia admitir que Joe Jonas foi o primeiro rapaz que já quis beijar e o primeiro que finalmente me levou a me masturbar na cama pensando nele na escuridão do meu quarto.
Seu sorriso brincalhão diabólico e o cabelo que continuamente caía sobre seu olho direito.
Seus braços musculosos e sua pele lisa bronzeada.
Seus longos dedos e até mesmo a pequena cicatriz no queixo.
Enquanto os meninos da minha idade pareciam todos iguais, em Joe a voz era profunda e tranquila. Seus olhos eram pacientes e conhecedores. Suas mãos não estavam sempre agitadas e nervosas, estavam geralmente descansando nos bolsos. Ele lambia os lábios quando olhava para as meninas e fazia comentários confiantes sobre os seios, as pernas e línguas tranquilamente.
Pisquei olhando para Liam. Não tinha mais dezesseis anos. Tinha vinte e quatro anos e Joe trinta e um. Eu o vira há quatro anos no casamento azarado de Liam e seu sorriso calmo e carismático só tinha intensificado, estava mais enlouquecedor. Eu olhava fascinada enquanto Joe fugia para um banheiro com duas das damas de honra da minha cunhada.
"Ligue para ele." Liam pediu tirando-me de minhas memórias. "Ele tem um bom equilíbrio entre trabalho e vida. Ele está próximo, é um cara bom. Apenas... saia um pouco ok? Ele vai cuidar de você."
Tentei acalmar o zumbido vibrando ao longo de toda a minha pele quando meu irmão mais velho disse isso. Não tinha certeza de como queria que Joe cuidasse de mim: quero que ele seja apenas o amigo do meu irmão, ajudando-me a encontrar mais equilíbrio? Ou será que quero que ele me olhe como uma mulher para o objeto de minhas fantasias mais sujas?
" Demi ." Papai pressionou. "Você ouviu o seu irmão?"
Um garçom passou com uma bandeja cheia de taças de champanhe e troquei a vazia por uma borbulhante taça cheia.
"Ouvi. Vou ligar para o Joe ."
..............................continua
OI GALERA,DESCULPEM A DEMORA :)
CADA POSTAGEM VAI SER DE UMA HISTÓRIA ...
HOJE POSTEI DE JEMI E NA PROXIMA VAI SER NELENA ... OK ?!
ESPERO Q GOSTEM DAS HISTÓRIAS :)
OI MARIA EDUARDA NASCIMENTO ....DIVULGO SIM COM MAIOR PRAZER .... EU VI SUA ADAPTAÇÃO...EU FIZ AQUI NO MEU BLOG TAMBÉM ESTÁ HISTÓRIA : ALUGA-SE UM NOIVO ...SÓ Q EU COLOQUEI PROCURA-SE UM NOIVO ...DÁ UMA OLHADINHA PRA VC VER ....É MUITO BACANA ESTÁ HISTÓRIA ...TODOS ADORARAM ....
ENTÃO GALERA ...ENTREM NO BLOG DELA .....PQ ESTA HISTÓRIA É MUITO BOA http://alugaseumnoivo-jemi.blogspot.com.br/
ENTÃO É ISSO GENTE ...LOGO TEM MAIS ...BEIJOS E MUITO OBRIGADA
sábado, 5 de julho de 2014
Sinopse de Playboy Irresistível
JEMI
Uma linda nerd. Um incorrigível Don Juan. E uma aula de química só para maiores...Quando Demi Lovato escutou de seu irmão que ela precisava ter uma vida social e se libertar um pouco da faculdade, ela jurou que iria cumprir essa tarefa: sair mais, fazer amigos, começar a namorar. E quem melhor para transformá-la na garota dos sonhos de todo homem do que o lindo melhor amigo de seu irmão, o investidor e playboy assumido Joe Jonas r? Joe ganha a vida assumindo riscos, mas a princípio ele não bota fé na transformação daquela garota desajeitada... até que numa noite selvagem, sua inocente pupila o seduz e acaba ensinando uma lição sobre o que é ficar com uma garota ardente e... inesquecível. Agora que Demi descobriu o poder de seu próprio sex appeal, resta a Joe provar que ele é o único homem que ela precisa.
NELENA
Um desafio que nenhum dos dois pode recusar.
Depois que a critica literária Selena Gomez ganha um concurso cujo prêmio é uma repaginada no visual, ela começa a atrair muita atenção! Especialmente de Nick Angel, um escritor rebelde e supersexy, cujo último livro Selena devorou. Sua principal crítica ao romance? Falta de emoção nas cenas de sexo. Onde está a paixão? O sentimento? Mas quando os dois acabam na cama. ela descobre mais sensações do que poderia imaginar... Nick a acha muito, muito atraente. Contudo, ele sabe, por experiência, que ê apenas uma questão de pele. Então Nick desafia a sedutora literata: ou ela prova sua hipótese de que o amor torna o sexo inesquecível, ou admite a teoria dele, de que a melhor transa é puramente física. Não importa quem será o vencedor. O tempo que passarão juntos tentando convencer um ao outro será deliciosamente ousado!
Uma linda nerd. Um incorrigível Don Juan. E uma aula de química só para maiores...Quando Demi Lovato escutou de seu irmão que ela precisava ter uma vida social e se libertar um pouco da faculdade, ela jurou que iria cumprir essa tarefa: sair mais, fazer amigos, começar a namorar. E quem melhor para transformá-la na garota dos sonhos de todo homem do que o lindo melhor amigo de seu irmão, o investidor e playboy assumido Joe Jonas r? Joe ganha a vida assumindo riscos, mas a princípio ele não bota fé na transformação daquela garota desajeitada... até que numa noite selvagem, sua inocente pupila o seduz e acaba ensinando uma lição sobre o que é ficar com uma garota ardente e... inesquecível. Agora que Demi descobriu o poder de seu próprio sex appeal, resta a Joe provar que ele é o único homem que ela precisa.
NELENA
Um desafio que nenhum dos dois pode recusar.
Depois que a critica literária Selena Gomez ganha um concurso cujo prêmio é uma repaginada no visual, ela começa a atrair muita atenção! Especialmente de Nick Angel, um escritor rebelde e supersexy, cujo último livro Selena devorou. Sua principal crítica ao romance? Falta de emoção nas cenas de sexo. Onde está a paixão? O sentimento? Mas quando os dois acabam na cama. ela descobre mais sensações do que poderia imaginar... Nick a acha muito, muito atraente. Contudo, ele sabe, por experiência, que ê apenas uma questão de pele. Então Nick desafia a sedutora literata: ou ela prova sua hipótese de que o amor torna o sexo inesquecível, ou admite a teoria dele, de que a melhor transa é puramente física. Não importa quem será o vencedor. O tempo que passarão juntos tentando convencer um ao outro será deliciosamente ousado!
Galera ...essa fic adaptada será assim : separada Jemi e Nelena .
São 2 histórias totalmente diferente ....jemi n faz parte da história de nelena,nem vice versa ....
Resolvi fazer assim pq estão me pedindo pra fazer Nelena como casal principal tb ....e como a fic q eu vou postar de Jemi não tem outro casal secundário presente ....resolvi postar outra fic adaptada só para Nelena ....
Espero que gostem ... :)
SEGUNDA POSTAREI OS CAPÍTULOS .....BJSS
terça-feira, 1 de julho de 2014
capitulo 37 ÚLTIMO CAPÍTULO E EPÍLOGO
DEMI *
5 MESES DEPOIS .............
Os aromas de agosto no Colorado são definitivamente bem diferentes dos de Illinois.
Dou uma ajeitada nos cabelos agora bem mais curtos, sem me preocupar com os fios rebeldes. Depois retomo o que estava fazendo: abrindo caixas e mais caixas... Estou me instalando em meu novo lar: a Universidade.
Minha companheira de quarto Lexie, é do Arkansas. Ela parece uma fada, pequena e doce... Talvez seja uma descendente de Sininho. Nunca vi essa menina aborrecida, nem de mau-humor. Juro.
Selena que está na Universidade de Illinois, não teve a mesma sorte. Dara, sua companheira de quarto, dividiu o closet e a sala em dois espaços separados. Ela se levanta às cinco e meia da manhã todos os dias, inclusive nos fins de semana, para estudar e fazer trabalhos. Selena está arrasada com isso. Mas passa a maior parte do tempo no quarto de Justin... E assim, as coisas não estão de todo ruins.
— Você tem certeza de que não quer ir com a gente? — Lexie me pergunta com seu sotaque típico do sul, perceptível em cada palavra.
Lexie está a caminho de uma festa de boas-vindas que os alunos veteranos prepararam para os calouros... Ela e mais um grupo de garotas recém-chegadas como nós.
— Tenho que desempacotar minhas coisas — digo. — E depois vou visitar minha irmã. Prometi a ela que iria vê-la hoje.
— Ok — diz Lexie, abrindo seu armário. Escolhe e experimenta algumas roupas até conseguir um “visual perfeito” para a noite. Quando finalmente se decide, arruma o cabelo e retoca a maquiagem.
Isso me faz pensar em como eu era há algum tempo... Em como me esforçava a duras penas, para cumprir as expectativas de todo mundo.
Meia hora mais tarde, Lexie finalmente sai.
Sento na cama e pego o celular. Abro a tampa e vejo a foto no display: Joe e eu.
Como me detesto por sentir essa vontade louca de rever infinitamente esse nosso momento.
Tantas vezes pensei em deletar esta e as outras duas fotos, que fiz dele... Seria um modo de apagar o passado. Mas não posso.
Abro minha gaveta e pego o lenço de Joe, fresco e limpo, cuidadosamente dobrado em quatro, formando um quadrado perfeito. Toco o tecido suave lembrando de quando ele me deu esse lenço que para mim, nunca representou a Sangue Latino... E sim Joe.
O celular toca, me trazendo de volta ao momento presente. A ligação vem de Sunny Acres. Atendo e então do outro lado da linha, uma voz feminina pergunta:
— Demetria Lovato ?
— Sim.
— Olá Demetria, aqui é Georgia Jackson. Shelley está bem, mas gostaria de saber se você virá antes ou depois do jantar.
Consulto o relógio. São quatro e meia.
— Por favor, diga a ela que chegarei em quinze minutos. Estou de saída.
Desligo o celular e guardo o lenço de volta na gaveta. O trajeto de ônibus não leva muito tempo. Quando me dou conta, já estou caminhando pelo pátio de Sunny Acres. A recepcionista me informa que Shelley está no saguão.
Agradeço e vou até o saguão, mas quero falar com Georgia Jackson antes de ver minha irmã. É ela quem me dá informações sobre Shelley quando telefono a cada dois ou três dias.
Georgia me recebe de maneira cordial e muito amável.
— Onde está Shelley? — pergunto olhando em torno.
— Jogando Damas, como de costume — ela responde apontando para um canto do salão.
Shelley não está de frente para mim, mas reconheço seu cabelo e sua cadeira de rodas. Ah, ela está comemorando... Sinal de que acaba de ganhar a partida.
Quando me aproximo de Shelley, lanço um rápido olhar à pessoa que está jogando com ela...
Eu bem que deveria perceber por esses cabelos negros que meu mundo está prestes a sofrer uma reviravolta... Mas não registro essa informação. Estou paralisada. Não pode ser. Minha imaginação está me enganando. Ou então enlouqueci de vez. Mas quando ele se vira... E os olhos que bem conheço capturam os meus, a realidade se faz muito clara, traduzindo-se numa descarga elétrica, me percorre a espinha com o poder absoluto de um raio.
Joe está aqui. A dez passos de distância. Oh Deus, tudo o que eu sentia e ainda sinto por ele me volta de uma só vez, com a força de uma poderosa maré. Não sei o que falar, ou fazer. Volto-me na direção de Georgia... Será que ela sabia que Joe estava aqui? E me basta um rápido olhar para perceber sua expressão cheia de esperança... A resposta é sim: ela sabia.
— Demetria chegou — escuto Joe dizer a Shelley. Então ele se levanta e vira cuidadosamente a cadeira de rodas para que ela possa me ver.
Como um robô, caminho em direção à minha irmã. Abraço-a com todo carinho e quando me ergo, deparo com Joe. Ele está usando calças cáqui e uma camisa xadrez azul. Tudo o que consigo fazer é olhar para ele enquanto meu estômago se contrai, causando-me uma sensação incômoda. O mundo recua até seus mais remotos limites... Neste exato momento não tenho olhos para nada... Apenas para Joe.
Finalmente recupero minha voz:
— J-Joe...? O que... O que você está fazendo aqui? — pergunto aos trancos. Parece que minha língua ficou travada de repente.
Ele encolhe os ombros:
— Prometi a Shelley uma revanche não foi?
Aqui estamos, frente a frente... Uma força poderosa invisível, não me deixa desviar os olhos dos dele.
— Você veio até o Colorado para jogar Damas com minha irmã?
— Bem, este não foi o único motivo. Vim também para cursar a universidade. Depois que deixei a Sangue, a Sra. Peterson e o Dr. Aguirre me ajudaram a conseguir minha matrícula. Eu vendi Julio. Estou trabalhando no Centro Acadêmico e conseguindo alguns créditos.
Joe? Na universidade? As mangas de sua camisa abotoadas nos pulsos, escondem a maior parte das tatuagens da Sangue Latino.
— Você saiu da gangue? Mas você disse que era muito perigoso fazer isso! Disse que quase todas as pessoas que tentaram sair acabaram morrendo.
— Isso quase me aconteceu. Se não fosse por Gary Frankel, eu jamais conseguiria...
— Gary Frankel? — O cara mais simpático e mais nerd do colégio? Pela primeira vez, consigo desviar os olhos dos de Joe e observar seu rosto... Noto uma cicatriz acima de um olho e outras profundas perto das orelhas, e também no pescoço. — Oh Deus! O que... O que fizeram com você?
Ele pega minha mão e leva ao peito. Seus olhos continuam belos e expressivos... Como naquela manhã do primeiro dia de aula no estacionamento do colégio.
— Levei muito tempo para entender, que eu precisava fazer uma reforma geral na minha vida... E também nas escolhas que tinha feito. Como a gangue por exemplo. Apanhar, ser duramente castigado, até ser marcado como um animal... Todo esse sofrimento não foi nada, comparado à dor de perder você. Se fosse possível apagar, retirar cada palavra que eu lhe disse no hospital... Ah, eu faria! Mas naquele momento, eu só tinha um objetivo em mente: afastar você de mim. Seria o único jeito de protegê-la, de evitar que acontecesse com você o mesmo que havia acontecido com meu pai e Harry.
Ele me olha... E seus olhos compreendem e tocam e comovem os meus.
— Nunca mais mandarei você embora Demi. Nunca mais. Juro.
Surrado? Marcado a ferro? Estou sentindo náuseas. E as lágrimas estão queimando meus olhos.
— Psiu... — Joe me abraça com força acariciando-me as costas.
— Não fique assim. Tudo está bem... Eu estou bem... — ele repete, com sua voz envolvente. — Estou bem...
É bom estar com Joe. É bom estar assim.
— Há uma coisa que você precisa saber... — ele diz, com a testa colada à minha. — Concordei com aquela aposta porque no fundo, sabia que se me envolvesse emocionalmente com você, estaria perdido. E isso quase aconteceu. Você foi a única pessoa que me fez arriscar tudo por um futuro digno.
Ele endireita os ombros e recua ligeiramente para me olhar:
— Sinto muito Demetria. Muito mesmo. Agora por favor, diga-me o que você quer e eu te darei. Se você quiser que eu vá embora, que a deixe sozinha pelo resto de sua vida, é só dizer. Mas se você ainda me quiser, darei o melhor de mim para ser... Isto. — Alex aponta para suas próprias roupas. — Como posso provar a você que mudei?
— Eu também mudei Joe. Não sou a mesma garota de antes. E sinto muito, mas... essas roupas... elas... não são você.
— Não era isso que você queria?
— Não Joe. Você está enganado. Quero você... E não uma imagem falsa. Definitivamente prefiro vê-lo usando jeans e camiseta, porque é assim que você é.
Ele olha para baixo, para si mesmo e ri:
— Tem razão. — Então volta a me fitar. — Uma vez você disse que me amava... Ainda ama?
Minha irmã está nos observando. Está radiante e sorri, me encorajando a dizer a verdade:
— Nunca deixei de amar Joe. Mesmo quando tentei desesperadamente esquecer você... Não consegui.
Ele suspira e passa a mão pela testa com evidente alívio. Seus olhos estão brilhantes de emoção. Sinto meus próprios olhos se encherem de lágrimas uma vez mais. Então puxo Joe pela camisa, para bem perto de mim e digo:
— Não quero viver brigando. Namorar pode ser divertido. E amar pode ser bom. — Puxo-o para mais perto ainda. Quero seus lábios nos meus. — Será que algum dia o amor poderá ser bom... para nós Joe?
Nossos lábios estão quase se tocando... Mas então ele se afasta de mim e... Oh. Meu. Deus. Joe cai sobre um joelho segura minha mão entre as suas... E meu coração dispara.
— Demetria Lovato, provarei a você que sou aquele cara em quem você acreditou há dez meses. E darei o máximo de mim para ser o homem com quem você sonhou. Meu plano é pedir que você se case comigo, daqui a quatro anos, depois da nossa formatura. — Ele ergue a cabeça e sua voz ganha um tom brincalhão. — E garanto que nossa vida será muito divertida... Com algumas brigas eventuais claro, porque você é uma pessoa impetuosa e apaixonada gracinha. Mas é claro que prefiro que nossa vida tenha muitas e longas horas de namoro, prazer e amor... Talvez um dia possamos voltar a Fairfield e fazer de lá o lugar com que meu pai sempre sonhou. Iremos todos juntos: você, Shelley, eu... E também outros membros da família Fuentes ou da família Lovato que quiserem fazer parte da nossa vida. Seremos uma grande e maluca família mexicana-americana. O que você acha de tudo isso? Mujer, você é dona da minha alma.
Não posso fazer nada, a não ser sorrir enquanto limpo uma lágrima solitária que me escorre pelo rosto. Como eu poderia não amar Joe Fuentes? Todo esse tempo que passei longe dele não mudou em nada os meus sentimentos. Não posso negar a Joe essa chance. Seria como recusar uma chance a mim mesma. Enfim chegou a hora de correr o risco, de acreditar uma vez mais.
— Shelley, você acha que ela vai me aceitar de volta? — Joe pergunta à minha irmã com os cabelos perigosamente próximos de sua mão. Mas em vez de puxá-los, Shelley apenas os acaricia gentilmente.
Sinto as lágrimas me voltando aos olhos escorrendo por meu rosto a mil por hora...
— Sim! — Shelley grita com seu sorrisinho torto, feliz e satisfeita como jamais esteve.
As duas pessoas que mais amo na vida estão bem aqui à minha frente. O que mais posso desejar?
— Que curso você escolheu? — pergunto.
Joe me lança o seu melhor sorriso do tipo, “você não pode resistir a mim” antes de responder:
— Química. E você?
— Química. — Enlaçando-o pelo pescoço, faço um pedido: — Você bem que podia me beijar, para ver se ainda temos aquela química perfeita... Embora eu ache que sim, pois você é o dono do meu coração, da minha alma e de tudo o que existe entre um e outro.
Seus lábios cobrem os meus e o beijo acontece, mais ardente e poderoso do que nunca.
Acabo de ganhar meu Do Over, meu direito de recomeçar.
Os planetas do sistema solar finalmente se realinharam.
EPÍLOGO
23 ANOS DEPOIS .................
Professora Peterson entra na classe e fecha a porta:
— Boa tarde. Sejam bem-vindos à aula de Química, neste último ano do curso secundário. — Senta-se na borda da mesa e abre uma pasta. — Vejo que já escolheram seus lugares e quero parabenizá-los por essa iniciativa. Mas acontece que eu mesma resolvi organizar os assentos...
Os alunos protestam, mas a Sra. Peterson já está acostumada. Há trinta anos que ouve esses resmungos, essas reclamações, sempre que se inicia um novo ano letivo no Colégio Fairfield.
— Mary Alcott, ocupe aquele primeiro banco. Seu parceiro será Andrew Carson.
À medida que a Sra. Peterson continua lendo a lista, os estudantes relutantemente se deslocam para os lugares por ela designados.
— Harry Fuentes... — Ela aponta para a segunda mesa, logo atrás de Talita.
O belo rapaz, que herdou da mãe os belos cabelos loiros e do pai os olhos expressivos, senta-se no lugar indicado.
Erguendo os olhos a Sra. Peterson o observa atentamente:
— Sr. Fuentes... Não pense que seu ano vai ser fácil, só porque seus pais tiveram a felicidade de desenvolver um medicamento que impede o progresso do mal de Alzheimer. Na verdade, seu pai está em dívida comigo: não terminou de cursar minha matéria no terceiro ano e ainda trapaceou numa prova... Embora eu tenha a impressão de que foi sua mãe quem o levou a cometer esse deslize. Mas isso significa apenas que espero um pouco mais do senhor no que se refere a dedicação e aproveitamento em minha matéria... Entendeu?
— Sí, Señora.
A Sra. Peterson volta a se concentrar na lista e chama a próxima aluna:
— Vanessa Gallagher, por favor ocupe o lugar ao lado do Sr. Fuentes.
Ao sentar-se, Vanessa depara com o belo provocante sorriso de Harry... Seu rosto cora de embaraço. E isso não passa despercebido à professora.
Talvez as coisas estejam começando a mudar após esses trinta anos de magistério... Pensa a Sra. Peterson. Mas de qualquer forma, é melhor não facilitar:
— E se alguém estiver pensando em criar problemas, saiba que tenho uma política de tolerância-zero em minhas aulas...
....................................................................FIM !
ACABOU !!!!!!! :(
O QUE VCS ACHARAM ???? SE EMOCIONARAM ???!!!!
FOI LINDO NÃO FOI ?! MOMENTO JOE E DEMI *-*
FOI PERFEITO !
E O FILHO DELES .....REPETINDO A MESMA HISTÓRIA .....! KKKK
BOM GALERA....LOGO COMEÇAREI A PRÓXIMA HISTÓRIA ADAPTADA !
EM BREVE !
BOM....ESTÁ ADAPTAÇÃO JEMI,FOI DO LIVRO :
QUÍMICA PERFEITA DA SÍMONE ELKELES
QUEM GOSTOU DA HISTÓRIA E QUISER LER O ORIGINAL ...OU COMPRAR O LIVRO ASSIM COMO EU ....!
ENFIM, ATÉ A PRÓXIMA HISTÓRIA ....
MUITO OBRIGADA ......E COMENTEM
BEIJOSSS
5 MESES DEPOIS .............
Os aromas de agosto no Colorado são definitivamente bem diferentes dos de Illinois.
Dou uma ajeitada nos cabelos agora bem mais curtos, sem me preocupar com os fios rebeldes. Depois retomo o que estava fazendo: abrindo caixas e mais caixas... Estou me instalando em meu novo lar: a Universidade.
Minha companheira de quarto Lexie, é do Arkansas. Ela parece uma fada, pequena e doce... Talvez seja uma descendente de Sininho. Nunca vi essa menina aborrecida, nem de mau-humor. Juro.
Selena que está na Universidade de Illinois, não teve a mesma sorte. Dara, sua companheira de quarto, dividiu o closet e a sala em dois espaços separados. Ela se levanta às cinco e meia da manhã todos os dias, inclusive nos fins de semana, para estudar e fazer trabalhos. Selena está arrasada com isso. Mas passa a maior parte do tempo no quarto de Justin... E assim, as coisas não estão de todo ruins.
— Você tem certeza de que não quer ir com a gente? — Lexie me pergunta com seu sotaque típico do sul, perceptível em cada palavra.
Lexie está a caminho de uma festa de boas-vindas que os alunos veteranos prepararam para os calouros... Ela e mais um grupo de garotas recém-chegadas como nós.
— Tenho que desempacotar minhas coisas — digo. — E depois vou visitar minha irmã. Prometi a ela que iria vê-la hoje.
— Ok — diz Lexie, abrindo seu armário. Escolhe e experimenta algumas roupas até conseguir um “visual perfeito” para a noite. Quando finalmente se decide, arruma o cabelo e retoca a maquiagem.
Isso me faz pensar em como eu era há algum tempo... Em como me esforçava a duras penas, para cumprir as expectativas de todo mundo.
Meia hora mais tarde, Lexie finalmente sai.
Sento na cama e pego o celular. Abro a tampa e vejo a foto no display: Joe e eu.
Como me detesto por sentir essa vontade louca de rever infinitamente esse nosso momento.
Tantas vezes pensei em deletar esta e as outras duas fotos, que fiz dele... Seria um modo de apagar o passado. Mas não posso.
Abro minha gaveta e pego o lenço de Joe, fresco e limpo, cuidadosamente dobrado em quatro, formando um quadrado perfeito. Toco o tecido suave lembrando de quando ele me deu esse lenço que para mim, nunca representou a Sangue Latino... E sim Joe.
O celular toca, me trazendo de volta ao momento presente. A ligação vem de Sunny Acres. Atendo e então do outro lado da linha, uma voz feminina pergunta:
— Demetria Lovato ?
— Sim.
— Olá Demetria, aqui é Georgia Jackson. Shelley está bem, mas gostaria de saber se você virá antes ou depois do jantar.
Consulto o relógio. São quatro e meia.
— Por favor, diga a ela que chegarei em quinze minutos. Estou de saída.
Desligo o celular e guardo o lenço de volta na gaveta. O trajeto de ônibus não leva muito tempo. Quando me dou conta, já estou caminhando pelo pátio de Sunny Acres. A recepcionista me informa que Shelley está no saguão.
Agradeço e vou até o saguão, mas quero falar com Georgia Jackson antes de ver minha irmã. É ela quem me dá informações sobre Shelley quando telefono a cada dois ou três dias.
Georgia me recebe de maneira cordial e muito amável.
— Onde está Shelley? — pergunto olhando em torno.
— Jogando Damas, como de costume — ela responde apontando para um canto do salão.
Shelley não está de frente para mim, mas reconheço seu cabelo e sua cadeira de rodas. Ah, ela está comemorando... Sinal de que acaba de ganhar a partida.
Quando me aproximo de Shelley, lanço um rápido olhar à pessoa que está jogando com ela...
Eu bem que deveria perceber por esses cabelos negros que meu mundo está prestes a sofrer uma reviravolta... Mas não registro essa informação. Estou paralisada. Não pode ser. Minha imaginação está me enganando. Ou então enlouqueci de vez. Mas quando ele se vira... E os olhos que bem conheço capturam os meus, a realidade se faz muito clara, traduzindo-se numa descarga elétrica, me percorre a espinha com o poder absoluto de um raio.
Joe está aqui. A dez passos de distância. Oh Deus, tudo o que eu sentia e ainda sinto por ele me volta de uma só vez, com a força de uma poderosa maré. Não sei o que falar, ou fazer. Volto-me na direção de Georgia... Será que ela sabia que Joe estava aqui? E me basta um rápido olhar para perceber sua expressão cheia de esperança... A resposta é sim: ela sabia.
— Demetria chegou — escuto Joe dizer a Shelley. Então ele se levanta e vira cuidadosamente a cadeira de rodas para que ela possa me ver.
Como um robô, caminho em direção à minha irmã. Abraço-a com todo carinho e quando me ergo, deparo com Joe. Ele está usando calças cáqui e uma camisa xadrez azul. Tudo o que consigo fazer é olhar para ele enquanto meu estômago se contrai, causando-me uma sensação incômoda. O mundo recua até seus mais remotos limites... Neste exato momento não tenho olhos para nada... Apenas para Joe.
Finalmente recupero minha voz:
— J-Joe...? O que... O que você está fazendo aqui? — pergunto aos trancos. Parece que minha língua ficou travada de repente.
Ele encolhe os ombros:
— Prometi a Shelley uma revanche não foi?
Aqui estamos, frente a frente... Uma força poderosa invisível, não me deixa desviar os olhos dos dele.
— Você veio até o Colorado para jogar Damas com minha irmã?
— Bem, este não foi o único motivo. Vim também para cursar a universidade. Depois que deixei a Sangue, a Sra. Peterson e o Dr. Aguirre me ajudaram a conseguir minha matrícula. Eu vendi Julio. Estou trabalhando no Centro Acadêmico e conseguindo alguns créditos.
Joe? Na universidade? As mangas de sua camisa abotoadas nos pulsos, escondem a maior parte das tatuagens da Sangue Latino.
— Você saiu da gangue? Mas você disse que era muito perigoso fazer isso! Disse que quase todas as pessoas que tentaram sair acabaram morrendo.
— Isso quase me aconteceu. Se não fosse por Gary Frankel, eu jamais conseguiria...
— Gary Frankel? — O cara mais simpático e mais nerd do colégio? Pela primeira vez, consigo desviar os olhos dos de Joe e observar seu rosto... Noto uma cicatriz acima de um olho e outras profundas perto das orelhas, e também no pescoço. — Oh Deus! O que... O que fizeram com você?
Ele pega minha mão e leva ao peito. Seus olhos continuam belos e expressivos... Como naquela manhã do primeiro dia de aula no estacionamento do colégio.
— Levei muito tempo para entender, que eu precisava fazer uma reforma geral na minha vida... E também nas escolhas que tinha feito. Como a gangue por exemplo. Apanhar, ser duramente castigado, até ser marcado como um animal... Todo esse sofrimento não foi nada, comparado à dor de perder você. Se fosse possível apagar, retirar cada palavra que eu lhe disse no hospital... Ah, eu faria! Mas naquele momento, eu só tinha um objetivo em mente: afastar você de mim. Seria o único jeito de protegê-la, de evitar que acontecesse com você o mesmo que havia acontecido com meu pai e Harry.
Ele me olha... E seus olhos compreendem e tocam e comovem os meus.
— Nunca mais mandarei você embora Demi. Nunca mais. Juro.
Surrado? Marcado a ferro? Estou sentindo náuseas. E as lágrimas estão queimando meus olhos.
— Psiu... — Joe me abraça com força acariciando-me as costas.
— Não fique assim. Tudo está bem... Eu estou bem... — ele repete, com sua voz envolvente. — Estou bem...
É bom estar com Joe. É bom estar assim.
— Há uma coisa que você precisa saber... — ele diz, com a testa colada à minha. — Concordei com aquela aposta porque no fundo, sabia que se me envolvesse emocionalmente com você, estaria perdido. E isso quase aconteceu. Você foi a única pessoa que me fez arriscar tudo por um futuro digno.
Ele endireita os ombros e recua ligeiramente para me olhar:
— Sinto muito Demetria. Muito mesmo. Agora por favor, diga-me o que você quer e eu te darei. Se você quiser que eu vá embora, que a deixe sozinha pelo resto de sua vida, é só dizer. Mas se você ainda me quiser, darei o melhor de mim para ser... Isto. — Alex aponta para suas próprias roupas. — Como posso provar a você que mudei?
— Eu também mudei Joe. Não sou a mesma garota de antes. E sinto muito, mas... essas roupas... elas... não são você.
— Não era isso que você queria?
— Não Joe. Você está enganado. Quero você... E não uma imagem falsa. Definitivamente prefiro vê-lo usando jeans e camiseta, porque é assim que você é.
Ele olha para baixo, para si mesmo e ri:
— Tem razão. — Então volta a me fitar. — Uma vez você disse que me amava... Ainda ama?
Minha irmã está nos observando. Está radiante e sorri, me encorajando a dizer a verdade:
— Nunca deixei de amar Joe. Mesmo quando tentei desesperadamente esquecer você... Não consegui.
Ele suspira e passa a mão pela testa com evidente alívio. Seus olhos estão brilhantes de emoção. Sinto meus próprios olhos se encherem de lágrimas uma vez mais. Então puxo Joe pela camisa, para bem perto de mim e digo:
— Não quero viver brigando. Namorar pode ser divertido. E amar pode ser bom. — Puxo-o para mais perto ainda. Quero seus lábios nos meus. — Será que algum dia o amor poderá ser bom... para nós Joe?
Nossos lábios estão quase se tocando... Mas então ele se afasta de mim e... Oh. Meu. Deus. Joe cai sobre um joelho segura minha mão entre as suas... E meu coração dispara.
— Demetria Lovato, provarei a você que sou aquele cara em quem você acreditou há dez meses. E darei o máximo de mim para ser o homem com quem você sonhou. Meu plano é pedir que você se case comigo, daqui a quatro anos, depois da nossa formatura. — Ele ergue a cabeça e sua voz ganha um tom brincalhão. — E garanto que nossa vida será muito divertida... Com algumas brigas eventuais claro, porque você é uma pessoa impetuosa e apaixonada gracinha. Mas é claro que prefiro que nossa vida tenha muitas e longas horas de namoro, prazer e amor... Talvez um dia possamos voltar a Fairfield e fazer de lá o lugar com que meu pai sempre sonhou. Iremos todos juntos: você, Shelley, eu... E também outros membros da família Fuentes ou da família Lovato que quiserem fazer parte da nossa vida. Seremos uma grande e maluca família mexicana-americana. O que você acha de tudo isso? Mujer, você é dona da minha alma.
Não posso fazer nada, a não ser sorrir enquanto limpo uma lágrima solitária que me escorre pelo rosto. Como eu poderia não amar Joe Fuentes? Todo esse tempo que passei longe dele não mudou em nada os meus sentimentos. Não posso negar a Joe essa chance. Seria como recusar uma chance a mim mesma. Enfim chegou a hora de correr o risco, de acreditar uma vez mais.
— Shelley, você acha que ela vai me aceitar de volta? — Joe pergunta à minha irmã com os cabelos perigosamente próximos de sua mão. Mas em vez de puxá-los, Shelley apenas os acaricia gentilmente.
Sinto as lágrimas me voltando aos olhos escorrendo por meu rosto a mil por hora...
— Sim! — Shelley grita com seu sorrisinho torto, feliz e satisfeita como jamais esteve.
As duas pessoas que mais amo na vida estão bem aqui à minha frente. O que mais posso desejar?
— Que curso você escolheu? — pergunto.
Joe me lança o seu melhor sorriso do tipo, “você não pode resistir a mim” antes de responder:
— Química. E você?
— Química. — Enlaçando-o pelo pescoço, faço um pedido: — Você bem que podia me beijar, para ver se ainda temos aquela química perfeita... Embora eu ache que sim, pois você é o dono do meu coração, da minha alma e de tudo o que existe entre um e outro.
Seus lábios cobrem os meus e o beijo acontece, mais ardente e poderoso do que nunca.
Acabo de ganhar meu Do Over, meu direito de recomeçar.
Os planetas do sistema solar finalmente se realinharam.
EPÍLOGO
23 ANOS DEPOIS .................
Professora Peterson entra na classe e fecha a porta:
— Boa tarde. Sejam bem-vindos à aula de Química, neste último ano do curso secundário. — Senta-se na borda da mesa e abre uma pasta. — Vejo que já escolheram seus lugares e quero parabenizá-los por essa iniciativa. Mas acontece que eu mesma resolvi organizar os assentos...
Os alunos protestam, mas a Sra. Peterson já está acostumada. Há trinta anos que ouve esses resmungos, essas reclamações, sempre que se inicia um novo ano letivo no Colégio Fairfield.
— Mary Alcott, ocupe aquele primeiro banco. Seu parceiro será Andrew Carson.
À medida que a Sra. Peterson continua lendo a lista, os estudantes relutantemente se deslocam para os lugares por ela designados.
— Harry Fuentes... — Ela aponta para a segunda mesa, logo atrás de Talita.
O belo rapaz, que herdou da mãe os belos cabelos loiros e do pai os olhos expressivos, senta-se no lugar indicado.
Erguendo os olhos a Sra. Peterson o observa atentamente:
— Sr. Fuentes... Não pense que seu ano vai ser fácil, só porque seus pais tiveram a felicidade de desenvolver um medicamento que impede o progresso do mal de Alzheimer. Na verdade, seu pai está em dívida comigo: não terminou de cursar minha matéria no terceiro ano e ainda trapaceou numa prova... Embora eu tenha a impressão de que foi sua mãe quem o levou a cometer esse deslize. Mas isso significa apenas que espero um pouco mais do senhor no que se refere a dedicação e aproveitamento em minha matéria... Entendeu?
— Sí, Señora.
A Sra. Peterson volta a se concentrar na lista e chama a próxima aluna:
— Vanessa Gallagher, por favor ocupe o lugar ao lado do Sr. Fuentes.
Ao sentar-se, Vanessa depara com o belo provocante sorriso de Harry... Seu rosto cora de embaraço. E isso não passa despercebido à professora.
Talvez as coisas estejam começando a mudar após esses trinta anos de magistério... Pensa a Sra. Peterson. Mas de qualquer forma, é melhor não facilitar:
— E se alguém estiver pensando em criar problemas, saiba que tenho uma política de tolerância-zero em minhas aulas...
....................................................................FIM !
ACABOU !!!!!!! :(
O QUE VCS ACHARAM ???? SE EMOCIONARAM ???!!!!
FOI LINDO NÃO FOI ?! MOMENTO JOE E DEMI *-*
FOI PERFEITO !
E O FILHO DELES .....REPETINDO A MESMA HISTÓRIA .....! KKKK
BOM GALERA....LOGO COMEÇAREI A PRÓXIMA HISTÓRIA ADAPTADA !
EM BREVE !
BOM....ESTÁ ADAPTAÇÃO JEMI,FOI DO LIVRO :
QUÍMICA PERFEITA DA SÍMONE ELKELES
QUEM GOSTOU DA HISTÓRIA E QUISER LER O ORIGINAL ...OU COMPRAR O LIVRO ASSIM COMO EU ....!
ENFIM, ATÉ A PRÓXIMA HISTÓRIA ....
MUITO OBRIGADA ......E COMENTEM
BEIJOSSS
Assinar:
Postagens (Atom)